Sobre o direito ao repouso

Num estado democrático o cidadão tem direito a que o deixem descansar. Ora desde fins de Dezembro que, na envolvente do Terreiro do Paço, ninguém dorme.

A Grande Loja está em condições de avançar que tal despautério resulta do facto de os funcionários da Direcção-Geral do Orçamento normalmente encarregues de martelar as contas da execução estarem com mais dificuldades do que o costume.


De facto, os velhos e confiáveis instrumentos de trabalho, tão lentos e seguros quanto silenciosos já não servem. Depois de muitos anos de bom e leal serviço a sucessivos Ministros das Finanças, desde que começou esta coisa do Euro e que o povo descobriu o que significava défice (sim, porque o Prof. Cavaco fazia-os de 8 e 9% e ninguém piava ...) chegou finalmente a sua hora.


A gravidade da situação ditou a necessidade de recorrer a maquinaria mais potente, e trepidante.

Afinal, trata-se de tapar enormes buracos do lado da receita e da despesa, ao mesmo tempo, em proporções inauditas.

O volume de "detritos" a remover é mais ou menos o necessário para fazer o planalto onde querem construir a Ota.

Mais ou menos o mesmo que alisar as colinas a Lisboa, portanto (todas as 7).

Apesar desta bravíssima medida de gestão ainda está para ver a luz do dia o Boletim Informativo da Execução Orçamental do passado mês de Dezembro, sendo que a publicação ocorre sempre, o mais tardar, a 15 do mês seguinte. Faz amanhã oito dias, portanto.

Fontes hostis ao Governo mencionam mesmo um pedido urgente ao Metropolitano de Lisboa para que empreste a tuneladora Micas. A ver se se começa a ver a luz ao fundo do túnel ... e se as contas de 2004 não saem só depois de 20 de Fevereiro.

Palhaçada a que este Governo, decerto, não se prestaria.

Publicado por irreflexoes 10:22:00  

0 Comments:

Post a Comment