Por vezes pergunto
quarta-feira, janeiro 19, 2005
Se a regra é o “dono da obra” contratar o “empreiteiro geral” e este depois subcontratar outros para as especialidades sobre facturando-lhe os trabalhos com mais 30% e se aquele também contrata entidades para a “gestão” e “fiscalização” da dita, porque é que ele próprio não faz uma administração directa da mesma. É que sempre ficava mais barato.
Publicado por contra-baixo 13:48:00
12 Comments:
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Se este problema e estas questões concretas fossem colocadas ao Carrapatoso e ao MExia e ainda ao João Pereira COutinho, últimos personagens a passaram mensagens na TV, entrevistados pelas personagens também habituais, que resposta teríamosos?!
COmo é que esses business-men vêem, sob o ponto de vista da racionalidade económica, este negócio aparentemente ruinoso para o dono da obra?!
E quem investiga, alguma vez se preocupou em perguntar isto que aparentemente é tão simples?
A Metro-Mondego, S.A. vai contratar, porsua vez, que ma ajude a fiscalizar as actividades destas empresas todas.
E assim por diante.
Ou pensam que gastar mais de 30 milhões de contos num metro pequenino é fácil?
Dinheiro a rodos, a rodar entre empresas criadas para o efeito de rodarem com dinheiros estruturais?!
Onde estavam os gurus da racionalidade económica e da gestão por objectivos?! Por onde andavam então os JPC?!
Na penúria-o próprio dixit que pediu a amigos, emprestados, cerca de 200 mil contos, para relançar a actividade comercial de uma firma importadora de automóveis. Qual?! A Audi-Volkswagen!
Quem admitiu e fiscalizou essa actividade? Os organismos do Estado que foram criados para o efeito.
Quem não se importou com o regabofe generalizado sob o pretexto de que o que importava era sacar as massas à CEE?! Quase todos!
Devemos agora queixarmo-nos? A quem?!
Devemos expiar, isso sim, essa grande asneira e não deixar ir para o poleiro quem a permitiu em primeiro lugar: Cavaco SIlva e companhia!
Nos grandes empreendimentos, o Dono da Obra contrata um Project Manager (uma firma especializada na condução de grandes projectos) e é esse Project Manager que gere as empreitadas diversas, os fornecimentos e faz os planeamentos e o controlo de custos.
A Expo 98 começo por ser assim, mas a administração da EXPO rescindiu o contrato com a Bovis e tratou ela de se substituir ao Project Manager.
As instalações das minas de Neves Corvo foram executadas por esse processo. O Project Manager foi a Kaiser Engineers.
A situação descrita envolveu a existência de um PM. Mesmo assim, as subempreitadas continuaram a existir com o agravamento de custos. O que não me parece normal dada a delegação feita na gestão da obra.
Acabo de ler na Focus de hoje que o escritório da PLMJ do Júdice (e Sarmento,embora ele não apareça mencionado...) se gaba de terem sido responsáveis peçp primeiro "project-finance em Portugal, com a central do Pêgo.
Isto de facto complica-se e perceber este mecanismo leva o seu tempo.
Por exemplo, em Neves Corvo, a Kaiser , "on behalf of" Somincor geriu dezenas de empreitadas e muitas centenas de fornecimentos de forma directa, mas muitos empreiteiros teriam sub-contratantes. Mas isto é normal e faz parte do negócio. E se acontece assim, é porque é,economicamente, mais eficiente.
Todas essas obras foram objecto de concursos públicos, portanto não percebo qual a razão de queixa.
Alguns de vocês, que têm essas dúvidas, andaram metidos em obras destas?
E quem é o pagante nestes negócios?
Explicar-lhe as coisas é o mesmo que explicar a um cego de nascença que o leite é branco, ou explicar à minha cabeleireira os fundamentos da Mecânica Quântica.
Com uma diferença: aquelas duas personagens não têm a mania que percebem do que respondem.
Quanto às minas e seus negócios, porém, o mandatário( o ministro) do Dono da Obra (O Estado, ou seja, todos nós), está plenamente satisfeito com os seus capatazes:
"Álvaro Barreto e Bagão Félix deram um valor equivalente a quatro ordenados a dois gestores da empresa estatal mineira.
Os ministros Álvaro Barreto e Bagão Félix, através de um despacho conjunto datado de 5 de Janeiro deste ano, oficializaram a atribuição de um prémio monetário a dois gestores da Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM), devido à “qualidade da gestão” e aos “resultados obtidos com a operação de venda da Somincor”.
Os responsáveis pelo Ministério das Actividades Económicas e do Trabalho (MAET) e Ministério das Finanças e da Administração Pública, respectivamente, avançaram assim com a atribuição de um prémio de gestão a Delfim de Carvalho, vice-presidente da empresa estatal para o sector mineiro, e a Henrique Marçal, vogal e membro executivo do conselho de administração da EDM.
O valor a atribuir será equivalente a quatro meses de vencimento base, sendo que o prémio “deverá ser proporcional ao tempo de serviço prestado durante o exercício de 2004”, numa lógica semelhante à que impera no subsídio de férias e décimo terceiro mês. Não foi possível apurar os valores dos respectivos prémios, apesar de contactos efectuados junto da EDM e do MAET.
Fonte: Diário Económico
Data: 14-01-2005"
Espero ter compreendido bem.
"A assinatura do contrato promessa de compra da Somincor pela Eurozinc, na semana passada, veio culminar um processo que suscita as maiores dúvidas. A primeira é que num concurso internacional em que foram avançados nomes como a Noranda, a brasileira "Vale do Rio Doce", a finlandesa Otokumpu, a canadiana First Quantum, a Inmet Mining e a Gallipoli, só a Eurozinc concretizou a sua candidatura. Estranho, já que não está em causa o valor das reservas de Neves Corvo e a própria Eurozinc se diz vocacionada para a prospecção mineira, como tal deve conhecer bem o valor dessas reservas. Porquê, então a desistência dos outros concorrentes, a que há a somar a do grupo australiano Murchison, interessado na Somincor desde 2002?
A primeira coisa a esperar seria a anulação ou, no mínimo, a suspensão do concurso, em nome dos interesses estratégicos do país, numa região deprimida em que a Somincor é o maior empregador e o maior exportador. Mesmo numa perspectiva economicista, seria natural espicaçar a concorrência pela mais rica mina de cobre da Europa, com grandes reservas de estanho e zinco, numa altura em que a cotação destes metais está em alta - é a regra elementar de qualquer leilão. Mas não, o governo decidiu entregar a Somincor ao único concorrente que, assim, se limitou a oferecer um valor pouco acima da base de licitação - 115 milhões de euros - quando, no primeiro semestre de 2003, a Somincor gerou receitas de 45,2 € e tem um activo superior a 250 milhões €."
Aqui:
http://www.udp.pt/textos/trabalho/somincor.htm
Nunca me referi à exploração, nem à forma como a Somincor tem desenvolvido a sua actividade. Não tenho nada a ver com isso, nem disse nada relativo a isso.