Por vezes pergunto

Se a regra é o “dono da obra” contratar o “empreiteiro geral” e este depois subcontratar outros para as especialidades sobre facturando-lhe os trabalhos com mais 30% e se aquele também contrata entidades para a “gestão” e “fiscalização” da dita, porque é que ele próprio não faz uma administração directa da mesma. É que sempre ficava mais barato.


Publicado por contra-baixo 13:48:00  

12 Comments:

  1. josé said...
    Assim, de rajada e a preceito, só me apetece perguntar também:

    Se este problema e estas questões concretas fossem colocadas ao Carrapatoso e ao MExia e ainda ao João Pereira COutinho, últimos personagens a passaram mensagens na TV, entrevistados pelas personagens também habituais, que resposta teríamosos?!

    COmo é que esses business-men vêem, sob o ponto de vista da racionalidade económica, este negócio aparentemente ruinoso para o dono da obra?!
    E quem investiga, alguma vez se preocupou em perguntar isto que aparentemente é tão simples?
    irreflexoes said...
    Pela mesma razão queo Estado Português criou a Metro do Mondego, S.A. para ser a concessionária do Metro em COimbra, prevendo que esta subconcessionasse por concurso público a outros. A metro prepara-se para subconcessionar o sistema a duas empresas diferentes que, por sua vez, são livres de subcontratarem o que quiserem a 3.ªs, 4.ªs e 5.ªs empresas.
    A Metro-Mondego, S.A. vai contratar, porsua vez, que ma ajude a fiscalizar as actividades destas empresas todas.
    E assim por diante.

    Ou pensam que gastar mais de 30 milhões de contos num metro pequenino é fácil?
    josé said...
    E não foi exactamente assim que se esvairam os fundos estruturais para a economia portuguesa, nos anos 90?!
    Dinheiro a rodos, a rodar entre empresas criadas para o efeito de rodarem com dinheiros estruturais?!

    Onde estavam os gurus da racionalidade económica e da gestão por objectivos?! Por onde andavam então os JPC?!
    Na penúria-o próprio dixit que pediu a amigos, emprestados, cerca de 200 mil contos, para relançar a actividade comercial de uma firma importadora de automóveis. Qual?! A Audi-Volkswagen!
    Quem admitiu e fiscalizou essa actividade? Os organismos do Estado que foram criados para o efeito.
    Quem não se importou com o regabofe generalizado sob o pretexto de que o que importava era sacar as massas à CEE?! Quase todos!
    Devemos agora queixarmo-nos? A quem?!
    Devemos expiar, isso sim, essa grande asneira e não deixar ir para o poleiro quem a permitiu em primeiro lugar: Cavaco SIlva e companhia!
    Anónimo said...
    O Dono da Obra não sabe fazer isso eficientemente, e se se meter a fazer é capaz de sair mais caro.
    Nos grandes empreendimentos, o Dono da Obra contrata um Project Manager (uma firma especializada na condução de grandes projectos) e é esse Project Manager que gere as empreitadas diversas, os fornecimentos e faz os planeamentos e o controlo de custos.
    A Expo 98 começo por ser assim, mas a administração da EXPO rescindiu o contrato com a Bovis e tratou ela de se substituir ao Project Manager.
    As instalações das minas de Neves Corvo foram executadas por esse processo. O Project Manager foi a Kaiser Engineers.
    contra-baixo said...
    Caro anónimo,

    A situação descrita envolveu a existência de um PM. Mesmo assim, as subempreitadas continuaram a existir com o agravamento de custos. O que não me parece normal dada a delegação feita na gestão da obra.
    josé said...
    Interessante que fale no Project-manager da Neves Corvo.

    Acabo de ler na Focus de hoje que o escritório da PLMJ do Júdice (e Sarmento,embora ele não apareça mencionado...) se gaba de terem sido responsáveis peçp primeiro "project-finance em Portugal, com a central do Pêgo.

    Isto de facto complica-se e perceber este mecanismo leva o seu tempo.
    Anónimo said...
    É normal porque mesmo as grandes empresas de construção civil têm um núcleo central, mais especializado e que contém as especialidades mais complexas, e faz o resto em outsourcing.
    Por exemplo, em Neves Corvo, a Kaiser , "on behalf of" Somincor geriu dezenas de empreitadas e muitas centenas de fornecimentos de forma directa, mas muitos empreiteiros teriam sub-contratantes. Mas isto é normal e faz parte do negócio. E se acontece assim, é porque é,economicamente, mais eficiente.
    Todas essas obras foram objecto de concursos públicos, portanto não percebo qual a razão de queixa.
    Alguns de vocês, que têm essas dúvidas, andaram metidos em obras destas?
    contra-baixo said...
    Pois é! Como diz, e bem, faz parte do negócio.
    E quem é o pagante nestes negócios?
    Anónimo said...
    1º Violino, já compreendi:
    Explicar-lhe as coisas é o mesmo que explicar a um cego de nascença que o leite é branco, ou explicar à minha cabeleireira os fundamentos da Mecânica Quântica.
    Com uma diferença: aquelas duas personagens não têm a mania que percebem do que respondem.
    Anónimo said...
    De facto, isto é difícil de entender. E para ignorantes como eu, ainda mais.
    Quanto às minas e seus negócios, porém, o mandatário( o ministro) do Dono da Obra (O Estado, ou seja, todos nós), está plenamente satisfeito com os seus capatazes:

    "Álvaro Barreto e Bagão Félix deram um valor equivalente a quatro ordenados a dois gestores da empresa estatal mineira.
    Os ministros Álvaro Barreto e Bagão Félix, através de um despacho conjunto datado de 5 de Janeiro deste ano, oficializaram a atribuição de um prémio monetário a dois gestores da Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM), devido à “qualidade da gestão” e aos “resultados obtidos com a operação de venda da Somincor”.
    Os responsáveis pelo Ministério das Actividades Económicas e do Trabalho (MAET) e Ministério das Finanças e da Administração Pública, respectivamente, avançaram assim com a atribuição de um prémio de gestão a Delfim de Carvalho, vice-presidente da empresa estatal para o sector mineiro, e a Henrique Marçal, vogal e membro executivo do conselho de administração da EDM.
    O valor a atribuir será equivalente a quatro meses de vencimento base, sendo que o prémio “deverá ser proporcional ao tempo de serviço prestado durante o exercício de 2004”, numa lógica semelhante à que impera no subsídio de férias e décimo terceiro mês. Não foi possível apurar os valores dos respectivos prémios, apesar de contactos efectuados junto da EDM e do MAET.

    Fonte: Diário Económico
    Data: 14-01-2005"

    Espero ter compreendido bem.
    Anónimo said...
    E há sempre os eternos contestatários! A esquerda florida dos bloquistas que nunca percebem nada do assunto e só dizem atoardas...

    "A assinatura do contrato promessa de compra da Somincor pela Eurozinc, na semana passada, veio culminar um processo que suscita as maiores dúvidas. A primeira é que num concurso internacional em que foram avançados nomes como a Noranda, a brasileira "Vale do Rio Doce", a finlandesa Otokumpu, a canadiana First Quantum, a Inmet Mining e a Gallipoli, só a Eurozinc concretizou a sua candidatura. Estranho, já que não está em causa o valor das reservas de Neves Corvo e a própria Eurozinc se diz vocacionada para a prospecção mineira, como tal deve conhecer bem o valor dessas reservas. Porquê, então a desistência dos outros concorrentes, a que há a somar a do grupo australiano Murchison, interessado na Somincor desde 2002?

    A primeira coisa a esperar seria a anulação ou, no mínimo, a suspensão do concurso, em nome dos interesses estratégicos do país, numa região deprimida em que a Somincor é o maior empregador e o maior exportador. Mesmo numa perspectiva economicista, seria natural espicaçar a concorrência pela mais rica mina de cobre da Europa, com grandes reservas de estanho e zinco, numa altura em que a cotação destes metais está em alta - é a regra elementar de qualquer leilão. Mas não, o governo decidiu entregar a Somincor ao único concorrente que, assim, se limitou a oferecer um valor pouco acima da base de licitação - 115 milhões de euros - quando, no primeiro semestre de 2003, a Somincor gerou receitas de 45,2 € e tem um activo superior a 250 milhões €."

    Aqui:
    http://www.udp.pt/textos/trabalho/somincor.htm
    Anónimo said...
    Nota: Eu apenas me referi à construção que decorreu entre 1986 e 89. Foi a construção que foi gerida pelo PM.
    Nunca me referi à exploração, nem à forma como a Somincor tem desenvolvido a sua actividade. Não tenho nada a ver com isso, nem disse nada relativo a isso.

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