Pode-se governar contra o país mas não contra o partido?

Pode-se governar contra o país (contra o povo que deposita ou não o voto) mas não contra o partido e seus interesses?
Leio o comentário do José ao post anterior e fico a matutar nisto...

Se se pode - o factor tempo está ausente das ilações, citaremos Kennedy noutras circunstâncias - temos de construir uma nova impossibilidade. E partir depressa para a acareação dos "impossíveis".
Segue um singelo contributo, muito soft por sinal.

Com Vitor Constâncio e as suas declarações recentes em mente, vemos que aos poucos se vão criando condições para o PS de Sócrates ir um pouco além da demagogia eleitoral, ainda durante a campanha. O "drama" existe e é grave, seguramente poderia ficar pior, bastava que tudo continuasse como antes da queda da Assembleia da República...

Fará Sócrates o que não fez Guterres em 1995? Diga que vai doer, que tem que doer. Garanta que não afligirá de novo os mesmos, sempre os mesmos, mas também ainda os mesmos. Explique como.

Constâncio esclareceu que o que se sofreu contribuiu muito pouco para um futuro melhor. Talvez até tenha dito que nos afastou do bom caminho - só ouve e vê quem quer.

Com as palavras certas, o realismo do que tem de ser perante o populismo dos desacreditados poderia também ser fogo em mato seco a caminho de primeira maioria do PS.

Falta aproveitar a oportunidade de perceber que as novas fronteiras são, de facto, velhos desafios sempre olhados de esguelha.

Pequenos passos... Não é preciso que queira muito José Sócrates, basta que queira bem. Por estes dias isso já será uma grande coisa.

(auto-citação)

Publicado por Rui MCB 18:25:00  

5 Comments:

  1. zazie said...
    "Ambition is the last refuge of the failure" O.W.
    Rui MCB said...
    "If you want a happy ending, that depends, of course, on where you stop your story. " O.W.
    zazie said...
    "Ah, well, then I suppose I shall have to die beyond my means."

    ":OP
    Anónimo said...
    A esta questão: - "Fará Sócrates o que não fez Guterres em 1995? Diga que vai doer, que tem que doer. Garanta que não afligirá de novo os mesmos, sempre os mesmos, mas também ainda os mesmos. Explique como."
    A resposta é... não!!! Porquê? Simples, porque em Portugal é sempre a classe média a sofrer teluricamente os espasmos da economia e as suas consequências. Ora, se um qualquer governo tenta resolver os problemas sem recorrer a mais um sacrifício da classe média, graças às fragilidades do sistema contributivo, qualquer criatura pode, sem dificuldades de maior, esconder o Ferrari nas traseiras da casa e o Porsche 4x4(a metáfora é mal conseguida mas, ainda assim, de fácil assimilação) no quintal de um amigo, para parecer que pertence à classe média e, assim, escapar, como, alias, tem sido sempre.
    primo Sousa
    Anónimo said...
    Bom, já que anda gente a citar os classicos, perguntemos a ambos os candidatos:

    «A que novos desastres determinas
    De levar estes Reinos e esta gente?
    Que perigos, que mortes lhe destinas,
    Debaixo dalgum nome preminente?
    Que promessas de reinos e de minas
    D' ouro, que lhe farás tão facilmente?
    Que famas lhe prometerás? Que histórias?
    Que triunfos? Que palmas? Que vitórias?

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