o junkie...
domingo, janeiro 02, 2005
Está no Expresso. Citando o Dr. Menezes, anuncia-se, em espaço nobre, que este vai aproveitar um evento da campanha em Braga para lançar o nome do actual Presidente da Assembleia Municipal de Celorico de Basto e neto da avó Joaquina, Prof. Marcelo, como candidato às próximas presidenciais. Passe o paradoxo de um cabeça de lista antecipar que vai usar de uma campanha para as legislativas para discutir presidenciais, tal factóide político merece duas ou três notas. O Dr. Menezes, ainda a 23 de Dezembro, defendia o Dr. Fernando Nogueira como "um excelente candidato à presidência da República"; agora é o Professor Marcelo o ungido pelos voláteis gostos do presidente da Câmara Municipal de Gaia. Convém frisar que o Dr. Menezes pertence aquela estirpe de políticos capazes de tudo para dar nas vistas e se manter à tona, já defendeu cruzadas contra os espanhóis e só lhe falta mesmo posar nu numa qualquer revista, pelo que é natural que a coerência discursiva não surja alto nas qualidades do homem. De qualquer modo ficaria mal, muito mal, esta atitude ao Dr. Menezes, se ele alguma vez se tivesse apresentado como um político frontal e corajoso, coisa que nunca foi. Porque estas boutades do Dr. Menezes revelam, apenas e só, uma e uma só coisa - que ele não quer que o Prof. Cavaco seja candidato a Presidente da República [uma óptima notícia para o Professor de Boliqueime]. Se os tivesse, aos princípios, no sítio, em vez de andar a inventar candidatos, o Dr. Menezes, das duas uma, ou se candidatava ele próprio a Belém ou anunciava sem tibiezas que face a uma candidatura de Cavaco preferirá a da Esquerda. Isto se os tivesse no sítio; como não tem, é isto que se lê.
N.A. O Dr. Monteiro parece que defendeu o equacionar da independência da Madeira face aos desvarios do Dr. Jardim. A tese é genial e dispensa comentários. A diferença entre o Dr. Monteiro e o Dr. Menezes é que o segundo ainda rende votos, e é tomado a sério por uns poucos incautos, enquanto que o primeiro já está, há muito, no caixote do lixo da história.
Publicado por Manuel 18:17:00