"O PEDRO" E OS SEUS AMIGOS O dr. Dias Loureiro é alguém que adquiriu, sabe-se lá bem porquê, um estatuto "senatorial" dentro do PSD. Apresenta-se, desde que Marcelo saiu, como o "tutor" político dos líderes e é chamado a pôr "água na fervura" sempre que a incontinência alarve substitui a frieza das circunstâncias. Na audiência com o PR foi ele, e não o 1º vice-presidente de Lopes, Rui Rio, quem falou, et pour cause. Paredes meias com isto, Dias Loureiro deu uma entrevista à TSF onde falou de "intimidades" partidárias. Explicou ao "Pedro" que o melhor mesmo era ele demitir-se, coisa que "o Pedro" acompanhou, referindo que "eles" não lhe perdoavam não ter sido "legitimado". Aliás, segundo Loureiro, "o Pedro" teria desejado eleições quando Barroso se foi embora. O problema estava, pois, todo resumido na "passagem de testemunho" deste para "o Pedro", qualquer coisa parecida como que entre "um pai e um filho mais velho". Sem querer, Dias Loureiro pôs o dedo na ferida. No seu confortável gabinete de Bruxelas, Durão Barroso tem motivos para sorrir quando olha para o seu país, lembrando o sempre saudoso Mao Tse Tung: tudo debaixo dos céus está um caos, a situação é excelente. As eleições de 20 de Fevereiro - é bom não o esquecer - também servem para julgar Durão Barroso e a sua irresponsável fuga. Se Barroso, algo perversamente, desejava decapitar Santana Lopes, é grave que se tenha "servido" de um país inteiro e do governo da nação para o fazer. Eu suspeito que a "ascensão" do "Pedro" não foi inocente. Lopes nunca foi um verdadeiro ersatz de Durão Barroso. Se alguém tinha obrigação de saber o que na realidade "valia" Pedro Santana Lopes, esse alguém é inequivocamente Barroso. Os milhares de portugueses que, nos "idos de Março" de 2002, confiaram em Durão Barroso contra a pusilanimidade então instalada, têm agora razões de sobra para o punir, a ele e à sua involuntária marioneta. Sozinho ou acompanhado, "o Pedro", esse grande triunfador eleitoral, como não se cansam de repetir os "comentadores", vai agora para onde ele mais gosta, a estrada. Carrega não apenas a sua cruz, mas também a do "outro". Os amigos são mesmo para as ocasiões. Não é, Pedro?

in Portugal dos Pequeninos

Publicado por Manuel 16:11:00  

1 Comment:

  1. António Viriato said...
    Muita gente castiga sem inclemência Pedro Santana Lopes e há razões para tal. Mas não tem sido feita crítica suficiente a Durão Barroso e à sua equipa de apagadas nulidades, a começar pelo seu Ministro da Economia e suas dependências e pelo seu Ministro dos Negócios estrangeiros, com mais apetência pelos estrangeiros negócios, do que para os da pasta que lhe haviam confiado. Poderíamos desfiar um rol de nomeações de apagadas figuras escolhidas por Barroso, desde a da Cultura, que quase não se viu, à da Educação, cujo brilho de oposionista que trazia rapidamente se extinguiu, terminando discreto, calado e passando culpas que inteiramente lhe cabiam. Dos do PP, também a safra não foi famosa, mas a pior prestação terá sido a da titular da Justiça, Cardona Rodrigues, largo tempo ausente e destemperada nas intervenções, acabando por ganhar um retiro dourado na CGD. Nada mau para tão pouco trabalho e tão escasso mérito. É até difícil reter um nome do elenco de Barroso, tal era a nulidade dominante e a isto não podem ser alheios o critério e o juízo do ex-Primeiro-Ministro. Safou-se em boa hora e representa hoje, ufano, a União Europeia. Trata-se de mais um notável vencedor do Portugal europeu. Quantos mais vencedores destes teremos de incensar pela desgraça colectiva em que vamos caindo ?

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