Um admirável Mundo Novo

O novel administrador da Lusomundo Media, detida pela Portugal Telecom que por sua vez é gerida através de uma tríade BES-Estado-Telefónica, explica hoje aos leitores da publicação on-line Diário Digital, da qual afinal parece ser apenas accionista, que


O congresso do PSD vem aí, e não é preciso ser muito perspicaz para perceber que a maioria e o Governo vão voltar a controlar a agenda, deixar de estar na defensiva, e governar em cadência acelerada. Os portugueses estão fartos de debates artificiais, pessoais, e desfocados

Nunca Luís Delgado esteve tão certo.

Os portugueses estão fartos de ouvir a necessidade de consolidação orçamental e depois ver o governo a passar um cheque em branco via PIDDAC às autarquias em ano de eleições. Esse mesmo PIDDAC, que para a construção do tribunal da vila de Mesão Frio, orçado em 1,5 milhões de euros, atribuí a autarquia da vila, 5 mil euros.

Os portugueses já não suportam ouvir falar em contenção da despesa nas autarquias e depois ouvirem Fernando Ruas, falar que quer titularizar as receitas (?), até porque num país de pessoas inteligentes, já alguém tinha explicado a Fernando Ruas que só e apenas se titularizam dívidas e não receitas. As receitas consignam-se e neste caso antecipam-se, algo que a lei das finanças locais NÃO permite.

Os portugueses estão fartos deste orçamento e ainda ele não entrou em vigência. Primeiro ouviram falar em descida de impostos e esfregaram as mãos, depois afinal ficaram a saber que sim os impostos vão descer, mas, porém, durante 2005 inteiro, irá exigir-lhes que descontem todos os meses um pouco mais de dinheiro do que, por essas novas regras, lhe deveriam entregar; finalmente, deixará correr três quartos do ano seguinte e promete, lá para Setembro/Outubro de 2006, devolver o que amealhou em excesso no ano anterior.

Como diz e bem Luís Viana no DE, as palavras faltam para classificar o esquema que Bagão Félix e Santana Lopes encontraram para, simultaneamente, prometer que baixam os impostos e cobrá-los na mesma - prometendo a sua devolução para uma altura em que poderão já não ser eles os governantes.

Os portugueses estão fartos de serem eles e ainda por cima sem serem ouvidos, em financiar o Estado. Em 2003, por exemplo, o Estado obrigou os contribuintes a descontarem mais 21,6% do que o valor que tinham de pagar. E o acerto foi feito já este ano, através dos reembolsos. Só que, em 2003, o Governo andou a financiar-se, gratuitamente, à custa dos contribuintes.

Os portugueses estão fartos de uma política sem política de rumo. Os portugueses querem alguém que seja responsável e que tenha sentido de Estado. Alguém que tenha coragem política para dizer frontalmente e cabalmente o verdadeiro problema da economia portuguesa, e mostrar soluções reais para o resolver. Alguém que finalmente alterne a política e a realmente execute.

Certamente que o aviso de Vítor Constâncio terá caído em saco roto. O Governador do Banco Portugal, emitiu hoje um comunicado onde avisa e declara que o orçamento não é suficiente para tirar Portugal da cauda da Europa, e resolver os seus problemas estruturais.

Aliás, meu caro Luís Delgado, depois de no jantar da revista Prémio, o ministro das finanças ter afirmado que um dos privilégios do ministro das finanças é errar” e que “ Este não é um orçamento da tanga mas sim de fraldas”, eu tenho em crer que muitos dos portugueses rapidamente ficarão com aquela frase na ponta de língua ...falam falam mas não os vejo a fazer nada !


Publicado por António Duarte 10:26:00  

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