"Guterres. Outra Vez?"


, todavia, um facto que merece toda a atenção. Numa noite de há quase três anos, assistimos a um gesto inédito na Europa e talvez no mundo. Em directo, diante das televisões, o Primeiro Ministro Guterres fazia a sua declaração política relativa às eleições autárquicas que acabavam de se realizar e nas quais o Partido Socialista tinha registado algumas derrotas significativas. Para estupefacção de toda a gente, a começar pela dos socialistas, anunciou a sua demissão. Apenas tinha cumprido metade da legislatura que, aliás, se anunciava difícil. Nunca explicou de modo satisfatório a sua decisão. Deixou o partido e o governo em estado catatónico. Entregou à direita e aos seus adversários o governo e as eleições legislativas que se seguiram. Abandonou funções num momento em que começava um período de dificuldades para os portugueses. Não teve força para resistir, nem carácter para lutar. Numa palavra: fugiu. Esse, o facto relevante do seu currículo. Essa, a medida da sua candidatura.

António Barreto in Público

Publicado por Manuel 12:50:00  

2 Comments:

  1. Anónimo said...
    Aqui vai ele, de fuga em fuga, rumo ao Palácio de Belém...
    Numa República como a nossa é normal que para a chefia de estado vão os políticos cansados, transfugas, iluminados ou simplesmente interessados numa reforma dourada que "limpe" máculas do passado...
    Que saudades de uma Monarquia...
    Arrebenta said...
    Não fugiu:
    foi obrigado a ir-se.
    Foi a primeira cabeça,
    como depois outras inexplicavelmente rolaram,
    no trágico Processo Casa Pia,
    É a grande lição da "Hybris":
    ai de quem desafia os deuses.

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