White House'04
Bush vs Kerry (XIV)

John Kerry já apanhou Bush

A Grande Eleição nunca esteve tão quente: a menos de um mês do sufrágio, que decidirá quem ocupa a Casa Branca até Janeiro de 2009, John Kerry e George Bush aparecem com resultados quase iguais nas últimas sondagens.

O candidato democrata voltou a liderar em dois estudos de opinião, depois de várias semanas atrás do republicano: uma sondagem da Newsweek dá 49 por cento, contra 47 de Bush e 2 e de Nader.

O Gallup, instituto que há poucos dias dava uma vantagem de 12 pontos ao Presidente, mostra agora um empate: 49/49, com apenas 1 por cento de intenções de voto para Ralph Nader e 1 por cento para todos os outros candidatos juntos.

Prova-se, assim, que a vitória de Kerry no primeiro debate teve mesmo consequências na corrida eleitoral. Falta saber a verdadeira extensão dessas consequências, mas, num plano largo, podemos dizer que o senador pelo Massachussets recuperou entre 3 a 6 pontos percentuais nas sondagens.

O «Election Projection» confirma esta tendência: na actualização feita hoje, Bush recebe 50 por cento dos votos a nível nacional, Kerry 48, sobrando dois por cento para os outros candidatos (Nader, Peroutka, Cobb, Admonson, Badnarik, Peltier, Dodge, Calero, Brown, Grimes, DiGiulio, Karr e Wells).

Mantendo esta tendência, o barómetro diário do «Rasmussen Reports» dá 48,6 por cento a George Bush; 46,1 a John Kerry; 1,9 aos outros, com 3,5 por cento de eleitores indecisos.

Em contra-corrente, a Universidade George Washington lançou uma pesquisa que confere uma vantagem de oito pontos a Bush: 47 por cento ao candidato republicano; 39 a Kerry, 1 a Nader, 1 aos outros, mas com um dado que pode explicar muita coisa: 12 por cento de indecisos.

Saber, ao certo, qual é a franja de indecisos, neste momento, é fundamental: a maior parte das sondagens aponta, apenas, 4 a 8 por cento, sendo certo que, nos últimos dias, Kerry tem conseguido captar a maior parte dos indecisos que passaram a declarar um sentido de voto.

Mas há também os «persuadíveis» (aqueles que declaram intenção de voto num candidato, mas podem ainda mudar o seu sentido de voto). Estima-se que haja entre 15 a 30 por cento de «persuadíveis». Este número aumenta consideravelmente (para perto de 40 por cento) nos «Swing States».

Por tudo isto, nunca foi tão adequado dizer que a eleição está empatada - «too close to call».

Dentro de uma semana, a Grande Loja publicará mais uma actualização das contas do Colégio Eleitoral, aquele que decidirá o vencedor.

Os números acima mostrados confirmam a ideia de que John Kerry ganhou um novo fôlego na batalha eleitoral. No entanto, do mesmo modo que antes do primeiro debate dizíamos que a vantagem de Bush nas sondagens nacionais podiam ser enganosas, também nos parece prematuro afirmar que Kerry passou a liderar a corrida.

De facto, um dos estados indecisos, a Florida, mostra agora uma forte tendência Bush. O Gallup publicou, há três dias, um estudo que dá 53 por cento ao Presidente no sunshine state, mais 10 do que Kerry (43 por cento).

A Taxa de Aprovação do Presidente oscila entre os 50 e os 53 por cento; nas eleições para o Congresso, o Partido Democrata lidera por 45/40 sobre o Partido Republicano. Três em cada 100 eleitores americanos votarão num «terceiro partido» (nem republicano, nem democrata), mas há ainda 12 por cento de indecisos.

Amanhã acontecerá o debate entre os vices - John Edwards e Dick Cheney defrontar-se-ão em Cleveland, no Ohio. O maior poder oratório de Edwards torna o candidato democrata um super-favorito para este debate.

Tradicionalmente, o debate entre os vices não tem grandes reflexos nas sondagens. Mas a vitória clara de Kerry no primeiro debate faz aumentar o apetite quanto aos restantes dois duelos entre os candidatos à Presidência - o próximo é já dia 8, sexta-feira, na Universidade de Saint-Louis, no Missouri. O último confronto é no Arizona, a 13 de Outubro.

Dia a dia, a Grande Loja faz uma cobertura exaustiva da Grande Eleição de 2 de Novembro. Sondagens, pesquisas, surpresas e os grandes temas a marcar em campanha s(er)ão aqui dissecados.

Publicado por André 18:44:00  

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