a perversa lógica de um escriba acidental...
quinta-feira, setembro 23, 2004
Paulo Pinto Mascarenhas (involuntariamente, presume-se) deu mais razões a quem sistematicamente se queixa de não haver diferenças de fundo no modus operandi dos agentes políticos, do PS ao PP. Paulo Pinto Mascarenhas pretende legitimar e branquear a nomeação de Celeste Cardona (cujo desempenho como ministra da Justiça "foi alvo das mais elaboradas campanhas de difamação de que há memória" (!)) para a Administração da Caixa Geral de Depósitos com o facto de Guterres, aquando da sua fuga, também ter tido poiso no banco do Estado. Alega em defesa da sua peregrina tese que a ex-ministra da Justiça foi "consultora na banca privada" e "é membro eleito do Conselho Geral da Associação Fiscal Portuguesa". No entanto, Paulo Pinto Mascarenhas não percebe o essencial e o óbvio. Não foi por via do putativo curriculum profissional que quer Celeste, quer Guterres acederam à CGD, acederam pura e simplesmente por via do prestígio (?) e visibilidade que ganharam aquando da sua passagem pelo Governo e pela política. E por isso a questão que se põe é: se não fosse uma alta dirigente do PP, ex-ministra, pese o tal curriculum, alguma vez Celeste Cardona ascenderia à administração da CGD ?
Pois é, todos diferentes, todos iguais...
Publicado por Manuel 22:08:00
Guterres foi para o IPE, do qual era quadro. Mas com a extinção do dito IPE, foi noticiado que lhe teriam arranjado como solução de recurso um confortável cargo de ... assessor, na CGD, com o beneplácito de D. Barroso. Já antes dele A. Vara tinha seguido o mesmo caminho, lembram-se? E Maldonado Gonelha também para lá foi recentemente.
Não vale a pena continuar a revolver nesta lama. À farta gamela da CGD encostam-se todos os poderes que nos têm (des)governado (todos diferentes, todos iguais, como se diz neste post). Nesta história, nenhum dos partidos ditos de poder está limpo. E estes partidos, ao contrário do que alguns julgam, já não são reformáveis "por dentro". Basta olhar para as eleições que decorrem no PS e para a "missa" que vai ser o Congresso do PSD.
Vassourada, democrática, precisa-se. Quem arranja a vassoura?