fait-divers... enquanto o Sport Lisboa e Benfica continuar à frente no campeonato

Um ex-ministro dá uma ronda de entrevistas onde lava as mãos de tudo e mais alguma coisa, alegando que não tinha escolhido a sua equipa, na qual - ao que parece - não confiava. Ninguém explicou à criatura que existe há muitos séculos um conceito chamado de responsabilidade objectiva, ninguém explicou ao senhor que ser ministro não é só receber o pilim e as mordomias ao fim do mês, mas é também gerir e ser responsável pela equipa; ninguém explicou a David Justino que só se deve ser Ministro se se tiver condições objectivas de escolher e confiar na equipa com quem se trabalha. Ninguém lhe explicou, nem na catequese, ao que parece, que existem princípios de lealdade e solidariedade que devem reger qualquer equipa (havia uma?), etc, etc, etc... Justino pode ter todas as ideias do mundo e mais uma para resolver os dramas da educação em Portugal, pode ter feito todos os trabalhos de casa e até ter (não tem) as fórmulas certas, mas a forma egoísta e caceteira como se descartou de qualquer responsabilidade no affaire das com(p)tas mal feitas na colocação de professores prevalece sobre tudo isso. David Justino provou, à exaustão, e pelas suas próprias palavras, que não sabe mandar, que não sabe liderar, em suma, que no fundo, no fundo, não passou, sempre, mesmo quando no governo, de um mero treinador de bancada, um surfista...



A última edição d' O Independente trazia bem escondida no caderno de Economia, não fosse ser lida por demasiada gente e a PGR abrir um inquérito, uma petite histoire que, bem espremida, pod(er)ia tirar o sono a mesmo muita gente. O deputado por Setúbal do PSD, em tempos economista-chefe do BES, ex-secretário de Estado de Ferreira Leite (que o correu...), agora guru da bancada parlamentar, Miguel Frasquilho, aquando da sua meteórica passagem pela governação terá, e segundo O Independente, em Janeiro de 2003, autorizado (pelo menos) uma empresa pública de transportes, onde (curiosamente) pontifica um ex colaborador muito próximo de José Luis Arnaut, a endividar-se (sem aval do Estado) junto de uma off-shore... Traduzindo, Frasquilho permitiu que uma empresa pública, sobre a sua tutela, fugisse ao fisco, torneando a lei; traduzindo, Frasquilho, em Janeiro (!) autorizou uma operação de endividamento sem aval do Estado (e os tectos de endividamento de certeza que não estavam atingidos em Janeiro) que, por via de não ter o tal aval, rendeu ao sindicato emprestador mais umas largas dezenas de centenas de milhar de €uros... Nem se pergunta que garantias tinha Frasquilho, e como, da bondade e credibilidade do tal sindicato bancário off-shorizado? Como também nem vale a pena perguntar muita outra coisa... De qualquer modo, Frasquilho e os outros bem podem dormir descansados, afinal nem o off-shore, nem o banco português da mesma têm sede em Águeda...

Publicado por Manuel 17:32:00  

2 Comments:

  1. mfc said...
    Ser-se reconhecido é uma atitude nobre...
    ... e também uma segurança!
    mfc said...
    Li no ESQUERDA VOLVER que o Sr. Justino detém 30% da Compta.
    Investiguem.

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