O Petróleo e a Economia Mundial - Parte 1
segunda-feira, agosto 23, 2004
Ao que parece anda meio mundo perdido com os preços do petróleo cada vez mais perto de bater a barreira dos 50 dólares.
Ao que parece andam ainda alguns a tentar perceber e a calcular o valor do prémio do risco no preço. Alguns afirmam estar perto dos 16 dólares outros mais metódicos, afirmam que o risco futuro contratado não vale mais do que uns míseros 8 dólares por barril.
O que quase toda a gente deve ter percebido é que a sustentabilidade da economia mundial assenta nas energias que são consumidas, e neste caso quer o petróleo quer o carvão, estão em alta. Mas serão os preços do petróleo de alguma forma passíveis de serem controlados ?
Todos sabemos que num mercado, o ajustamento entre a procura e a oferta estabelece o preço. No caso do petróleo, a procura do mesmo tem aumentando exponencialmente em função essencialmente do crescimento das economias da ìndia e da china. A oferta essa tem se mantido quase inalteravel, pois se a OPEC aumenta a produção logo surge a maior petrolífera Russa a declarar falência.
Depois de em Maio de 2004, o assassinato de 5 engenheiros na Arábia Saudita junto ao complexo petroquímico na costa do Mar Vermelho ter levado os mercados a instabilidade, a situação actual que se vive no Iraque, com as complicações em Najaf, Sadr-el city e Nassyria, em nada ajuda a estabilizar aquele que é um dos garantes da produção internacional, aumento por si só o risco de quebra de produção futura que se reflecte no preço.
Para piorar tudo, esta é a primeira crise que ocorre em ciclo ascendente da economia e não em boom económico como as anteriores, o que coloca por si só em causa a fraca retoma económica que vamos tendo por cá, porque os níveis de emprego e de criação de riqueza estão ainda suficientemente baixos e com multiplicadores do efeito da subida do petróleo a funcionarem de uma forma mais corrosiva sobre a economia.
To be continued...
Publicado por António Duarte 09:55:00
Isto até pode não ser bem assim. Se o ciclo estivesse na sua maturidade, os estragos até podiam ser piores, na medida que a correcção podia ser violenta, ao acumular vários desíquilibrios.
É por isso que este tipo de raciocínios, petróleo em alta pior agora que depois, pode até nem ser bem assim. Apesar da fraqueza do ciclo poder gerar mais pessimismo.
Mas olhando ao que se passa nas americas, o petroleo abanou um bocado o sentimento dos consumidores mas não o seu consumo. Ou seja, a economia até está aguentar bem o aumento do preço do petróleo. Contra todas as expectativas. E basta olhar para a inflação nos consumidores para nos fazer meditar mais sobre "conhecimento empírico".
Por outro lado. Os preços energéticos já não têm a mesma importância relativa de há 30 anos atrás, não será assim? Logo, é preciso cuidado com análises taxativas.
A ver vamos.