Leitura de Férias (V)


A questão era agora de capitalismo e comunismo. Firmino era a favor do capitalismo porque gera riqueza, faz progredir os povos, cria postos de trabalho, dá uma oportunidade aos mais capazes, cria o estímulo e emulação, fomenta o bem-estar e sobretudo tem muitas mais vantagens que ele ainda não conhece e que infelizmente jamais poderá conhecer por inteiro.

Mas é também pelo comunismo porque pratica a justiça social, acaba com os privilégios, elimina a exploração do homem pelo homem, torna os homens iguais como é da sua natureza e traz muitos outros benefícios que ele infelizmente não poderá conhecer jamais por não estarem ao alcance do seu conhecimento.

Tem pensado muito. Tem lido imenso. Mas como poder ter em mão todos os dados para um juízo perfeito? Reparei no entanto que em toda a sua exposição o poeta ia logo dizendo sou contra. E a conversa alongou-se para outros domínios, nesse dia noutros dias. Machismo feminismo. Crença descrença. Iberismo independência. Ortodoxia heterodoxia. E o poeta dizia sou contra».

Excerto de «Em Nome da Terra», de Vergílio Ferreira

N.A. dedicado aos três candidatos à liderança do Partido Socialista

Publicado por André 02:11:00  

1 Comment:

  1. Anónimo said...
    Ironia a preto e branco, faltando-lhe o traço da conquista da maturidade.
    Não me parece merecedora da densidade de Vergílio Ferreira.
    Dedicado talvez, e mais adequadamente, a alguns observadores da corrida à liderança do PS.

    Observador Divertido

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