Retoma e Consciência
terça-feira, julho 13, 2004
A subida das importações reflecte aquilo que sempre se defendeu por este lado. Uma ligeira subida da procura interna, leva a que a oferta interna seja incapaz de satisfazer a mesma procura e tenha necessidade de recorrer as importações.
Depois de passarmos dois anos de sacríficios e a ouvir Barroso dizer, que depois da tempestade viria a bonança, eis que na hora H, Durão Barroso foi embora, e tão ansiada retoma faz-se da mesma forma que todas as anteriores saídas de ciclos retraccionistas.
As dúvidas existiram, mas neste momento há que ser racional. E ser racional significa reconhecer que a proposta do governo para as finanças falhou. Que a retoma não se esta a fazer por via das exportações continuando o país num misto entre insuficiência dinâmica própria dos países da América Latina e a substituição das importações. A consolidação orçamental continua sem das os verdadeiros passos de consolidação, e com a mudança do executivo para a Ajuda lá se vão 430 Milhões de Euros.
Pior que tudo, é que não é possível reconverter o tecido produtivo português por forma a alterar a situação. Ainda que o Banco de Portugal estime uma subida de 9 % das exportações a verdade é que com o consumo privado a aumentar temos...
- umento das Importações
- Inflação acima dos valores actuais
- Aumento do Endividamento das famílias
No fundo, nada de novo. A retoma está ai, a sua forma é que é igual a todas as anteriores. Os portugueses ainda não perceberam que chegou a hora de decidirem se querem 2 anos bons e 5 maus, ou se querem subir gradualmente com resultados dentro de alguns anos.
Enquanto não se conscensializarem que as políticas e governações ao ritmo de actos eleitorais, despesistas e sem qualquer sentido de Estado, apenas levam ao marasmo e ao caos, seremos seguramente o último dos últimos.
Trata-se de uma questão acima de tudo de responsabilização. Quem responsabiliza hoje o Engº Guterres pelos erros cometidos ? Quem poderá pedir responsabilidades ao Presidente da Comissão pelos erros emanados por ele nos dois últimos anos.
Ninguém.
Publicado por António Duarte 09:18:00