"Pouca Sorte"


Planeta aziago por certo
governava os céus quando nasci –
Almejei fama e fortuna
Só tenho ruína e desdém.

Um destino perverso segue meus passos
com incansável maldade cruel;
Vendesse eu lâmpadas e velas,
Toda a noite o sol haveria de brilhar.

Não posso, não consigo, prosperar
Não importa o quanto tento –
Fosse meu negócio vender mortalhas
Homem nenhum haveria de morrer!

Abraham ibn Ezra (1092 – 1167), poeta e filósofo, judeu de Toledo.


N.A. Tradução preliminar do Nuno Guerreiro na Rua da Judiária

Publicado por Manuel 23:01:00  

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