(gémeos) separados à nascença...
segunda-feira, julho 05, 2004
Primeiro foi Marcelo na TVI, agora é o Lopes na RTP. Ambos formais, ambos ensaiados, ambos teatrais. Marcelo, como se esperava e lhe competia (?) lançou a confusão, lançou cartas ao ar como Borges e Loureiro e tentou queimar outras como Menezes, Santana, esse, tenta mostrar respeitabilidade. Diz que quer inovar, que quer caras novas, de diferentes origens regionais, esqueceu-se do sexo como critério de seleção, mas ainda há-de ir a tempo. Promete um Governo ao nível do século XXI (este era ao nível de quê ?).
Quando lhe perguntam sobre o perfil que deseja para o futuro titular da pasta das finanças descai-se, fala em alguém que saiba, ao invés de falar de alguém que saiba sim mas implementar a visão dele, Primeiro-Ministro, como se este a tivesse.
Sobre Marcelo na TVI, Santana redefine-se - é um homem de consensos, Guterres, em sua casa, não pode deixar de sorrir.
Santana, humilde como sempre, promete uma renovação profunda na política. Já a começou, com a institucionalização, da mentira como forma de manipulação política.
Quase no final comete a gaffe suprema. Não houve Congresso porque afinal no último Conselho Nacional ninguém se candidatou a líder (!); Santana o reformista, Lopes o reformador, o Pedro que quer caras novas não consegue afinal conceber uma candidatura à liderança que não de alguém do establishment, membro do actual Conselho Nacional... Mais palavras para quê?
Santana termina com uma tirada grandiloquente "antes D. Juan que D. Quixote", a sorte dele é que Eça já não é vivo. Isto tudo depois de ter sentido necessidade de garantir "um comportamento à altura de Primeiro Ministro", algo que só quem manifestamente não se leva a sério precisa de "garantir"...
Mas Marcelo e Santana falham estrondosamente num ponto - para além do óbvio, tem egos enormes mas são incapazes de enumerar um desígnio, um objectivo de fundo, algo capaz de mobilizar uma país, uma nação e um povo. Fazem navegação à vista, à bolina das circunstâncias e da conjuntura do momento.
É pouco, muito pouco.
Publicado por Manuel 22:32:00
Sua Excelência deve estar rodeado de dilemas e de esquemas, para evitar que o poder fuja de vez dos correligionários.
Não foge! No caso do PS, ao contrário do PSD que ainda goza da presunção de ter o melhor que a sociedade civil engendra ( embora andem arredados...) basta que apareça alguém que mostre um ideário de denominação comum e seriedade qb! Foi assim com Guterres e será assim com outro. A verdade, porém, é que o processo Pio foi um terramoto para esta geração de líderes socialistas. E parece-me que ainda não terminaram as réplicas...
mas há gente tão sem vergonha na cara que só por bandeira ainda são capazes de chamar decente ao vómito
":O.