(gémeos) separados à nascença...

Primeiro foi Marcelo na TVI, agora é o Lopes na RTP. Ambos formais, ambos ensaiados, ambos teatrais. Marcelo, como se esperava e lhe competia (?) lançou a confusão, lançou cartas ao ar como Borges e Loureiro e tentou queimar outras como Menezes, Santana, esse, tenta mostrar respeitabilidade. Diz que quer inovar, que quer caras novas, de diferentes origens regionais, esqueceu-se do sexo como critério de seleção, mas ainda há-de ir a tempo. Promete um Governo ao nível do século XXI (este era ao nível de quê ?).

Quando lhe perguntam sobre o perfil que deseja para o futuro titular da pasta das finanças descai-se, fala em alguém que saiba, ao invés de falar de alguém que saiba sim mas implementar a visão dele, Primeiro-Ministro, como se este a tivesse.

Sobre Marcelo na TVI, Santana redefine-se - é um homem de consensos, Guterres, em sua casa, não pode deixar de sorrir.

Santana, humilde como sempre, promete uma renovação profunda na política. Já a começou, com a institucionalização, da mentira como forma de manipulação política.

Quase no final comete a gaffe suprema. Não houve Congresso porque afinal no último Conselho Nacional ninguém se candidatou a líder (!); Santana o reformista, Lopes o reformador, o Pedro que quer caras novas não consegue afinal conceber uma candidatura à liderança que não de alguém do establishment, membro do actual Conselho Nacional... Mais palavras para quê?

Santana termina com uma tirada grandiloquente "antes D. Juan que D. Quixote", a sorte dele é que Eça já não é vivo. Isto tudo depois de ter sentido necessidade de garantir "um comportamento à altura de Primeiro Ministro", algo que só quem manifestamente não se leva a sério precisa de "garantir"...

Mas Marcelo e Santana falham estrondosamente num ponto - para além do óbvio, tem egos enormes mas são incapazes de enumerar um desígnio, um objectivo de fundo, algo capaz de mobilizar uma país, uma nação e um povo. Fazem navegação à vista, à bolina das circunstâncias e da conjuntura do momento.

É pouco, muito pouco.

Publicado por Manuel 22:32:00  

4 Comments:

  1. Bruno Martins said...
    É sempre interessante lembrar que o ex-primeiro-ministro viu a sua moção ser aprovada (em Oliveira de Azeméis) com 100% dos votos...
    josé said...
    Em política, o que parece, é! E o que parece, é isso que aí ficou escrito pelo Mano Pedro. Parece-me,aliás, ser esse o sentimento geral da comunidade: desconfiança em relação à dupla Santana/Portas e repúdio do resistente Ferro que combate pela sua vida política, com a sombra pesada de um passado que não consegue esconder. As pessoas já perceberam o que Ferro tenta esconder a todo o custo e como nem sequer tem o carisma ou simpatia de outros malandros, está irremediavelmente tramado e não se quer aperceber que o está.

    Sua Excelência deve estar rodeado de dilemas e de esquemas, para evitar que o poder fuja de vez dos correligionários.
    Não foge! No caso do PS, ao contrário do PSD que ainda goza da presunção de ter o melhor que a sociedade civil engendra ( embora andem arredados...) basta que apareça alguém que mostre um ideário de denominação comum e seriedade qb! Foi assim com Guterres e será assim com outro. A verdade, porém, é que o processo Pio foi um terramoto para esta geração de líderes socialistas. E parece-me que ainda não terminaram as réplicas...
    Gomez said...
    Pois é, caros José e Mano Pedro. Sem a grande barrela que o PSD e PS há muito precisam - e sem outras alternativas - as eventuais eleições esgotar-se-ão na escolha das moscas, que só a si próprias e às suas vorazes clientelas verdadeiramente representam. E o nível das ditas vai baixando, baixando...
    zazie said...
    assino por baixo o comentário do josé (para variar...) e o do mano pedro, só com um diferença. Com este cenário para mim a obrigação é não votar, já que não posso votar contra. E repito, o problema está dentro dos partidos. Quanto ao terramoto para o PS... era bom que tivesse sido, era bom que ainda viesse a ser...
    mas há gente tão sem vergonha na cara que só por bandeira ainda são capazes de chamar decente ao vómito
    ":O.

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