o divino censor...

Enquanto se fala da possível venda do ramo comunicacional da PT (um perfeito disparate do ponto de vista estratégico e mesmo financeiro, diga-se) o jet set dos oligopoliozinhos da nossa comunicação social alarma-se com um pequeno grande "drama".

Pinto Balsemão
, por quem não nutrimos grandes amores, tem no entanto uma grande virtude - às vezes lembra-se que já foi um verdadeiro jornalista.

Assim aquando da publicação pelo Expresso de uma primeira peça menos simpática para o consórcio Carlyle & Associados, e relacionada com o dúbio processo de revenda da participação da ENI na GALP, Balsemão ignorou estoica e olimpicamente os insistentes pedidos directos de Ricardo Salgado para por o Expresso na "linha", pelo que nas semanas seguintes o Expresso lá continuou a dar eco a algumas das preocupações e alertas desta Venerável Loja. Como retaliação Ricardo Salgado, e com a polidez habitual que se lhe conhece, não faz a coisa por menos e promete cumprir a ameaça prévia - asfixiar a Impresa desviando para outras pastagens a larga parte do budget publicitário do universo BES que lhe era destinada... Um pequeno episódio que diz muito sobre muita coisa, e explica ainda mais coisas.

Publicado por Manuel 02:31:00  

2 Comments:

  1. Toix said...
    Curiosa a referência ao nome e à acção do senhor Ricardo Salgado aqui.
    Não posso deixar de me lembrar da exaltação demonstrada por Durão Barroso quando sobre esse assunto foi interpelado na Assembleia.
    Haverá alguma relação nisto, ou é só impressão minha?
    É que como Durão foi consultor do BES nos EUA...
    josé said...
    Gostaria bastante de ler um liberal a perorar algo sobre este assunto. Podia ser o João Miranda, por exemplo e se não fosse muita maçada.

    Não sendo marxista, é preciso reconhecer que a análise marxista sobre o Estado e a sua superestrutura, continuam a fazer sentido nos dias de hoje.
    Mesmo que o remédio, neste caso, seja pior do que a cura, o diagnóstico já conta para alguma coisa.
    Daí que se possa dizer que os governantes que temos há muito fizeram uma opção de classe: o apoio aos mais poderosos interesses particulares, em detrimento dos interesses dos mais poderosos em eleições: o povo em geral.
    Esta contradição vai moê-los e derrotá-los e é essa a única consolação que resta.

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