Especial Euro'2004 (IX)

Algumas ideias antes do grande duelo

Todos estamos ansiosos para saber o que acontecerá no Portugal-Espanha.

O Venerável Irmão António já explicou aqui, e muito bem, os cenários que a matemática nos poderá colocar. No nosso caso, a coisa é fácil de antecipar - temos que ganhar e... ponto final.

A Grande Loja, que nestas alturas tenta sempre ter uma visão distanciada e racional, gostaria de expor quatro ou cinco ideias que são capazes de nos ajudar, a todos, a viver da melhor forma este grande momento.

Assim, e antes de desenvolver outros cenários, queria referir aqui os seguintes pontos...


  • Logo após a derrota com a Grécia, tentámos pôr água na fervura dizendo que nem tudo estava perdido. Jogámos mal? Jogamos sim, senhor. Mas nada que não se corrigisse e havia, sobretudo, que perceber os méritos do adversário.

  • A segunda jornada deu-nos razão; a Grécia confirmava solidez impondo empate com a Espanha; Portugal corrigira grande parte dos erros e, sob uma pressão descomunal, não vacilou e bateu a Rússia por 2-0 (sendo que os números poderiam ser mais expressivos)

  • Scolari teve uma emenda decisiva, ao fazer várias alterações na equipa. Culpa do seleccionador por só ter percebido agora, mas mérito por ter sabido mudar para melhor. A teimosia de Felipão custou-nos três pontos. É muito em três jogos, mas pode ser corrigível.

  • A Espanha não está, sublinho, não está tão forte como se tem escrito e dito. Teve imensos problemas para bater a Rússia. Só o fez por 1-0 e nós conseguimo-lo por 2-0. Empatou com a Grécia e nós perdemos por um. Onde está, expliquem-me, essa «enorme diferença» entre espanhóis e portugueses? Sinceramente, não a vejo.

  • Os pessimistas profissionais que descansem, talvez a Espanha esteja um pouco mais forte do que Portugal. Mas um jogo é um jogo e um cenário de qualificação é perfeitamente possível. Ganhar a esta Espanha está ao alcance de Portugal, desde que a selecção esteja ao seu melhor nível (o que já não acontece há mais de um ano...). Mas nós, portugueses, bem sabemos que é nestas alturas que conseguimos surpreender tudo e todos. Resta acreditar que o seremos pela positiva...

  • Do ponto de vista das opções, parece-me que o bom resultado com a Rússia ajuda a resolver muitas dúvidas. A base deve manter-se a mesma e as tais «uma ou duas alterações» de que Scolari falou não são muito difíceis de adivinhar. Apesar de Miguel ter estado muito bem, Paulo Ferreira deve voltar ao onze - defende melhor que o benfiquista e pela frente apanhará um Vicente endiabrado.
    Mas há uma outra alteração que faríamos - Nuno Gomes no lugar de Pauleta. O açoriano não está em forma. O jogo não chega às suas zonas e ele desaparece do mapa. Nuno Gomes, apesar de ser muito perdulário dentro da área, consegue estar muito mais em jogo, ganhando espaços e trocando muito bem a bola com os médios-ofensivos. Num jogo como este Portugal não pode dar-se ao luxo de ter um ponta-de-lança fantasma. Os golos têm sido marcados pelos médios e, por isso, há que reforçar a aposta num avançado mais móvel e mais útil ao estilo de jogo português.



  • Por tudo isto, o onze poderá ser: Ricardo; Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Jorge Andrade e Nuno Valente; Costinha e Maniche; Figo, Deco e Simão; Pauleta (ou Nuno Gomes).

  • Cristiano Ronaldo é a arma secreta a lançar a meio do jogo, para baralhar as contas ao adversário. Simão, menos efusivo, é mais consistente para começar. E quando houver mais espaços, lá entra o menino-prodígio do Manchester United para fazer o centro para o golo que nos dará o apuramento... Quem Sabe?...


Publicado por André 03:31:00  

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