Especial Euro 2004 (VIII)

A decepção alemã e um f a n t á s t i c o República Checa-Holanda

Nenhuma dúvida - o grupo D proporcionou-nos o melhor jogo do Euro até agora - talvez mesmo o melhor jogo do ano - o República Checa, 3-Holanda, 2



A Grande Loja, que já há vários meses colocou os checos no lote dos principais favoritos à vitória, confessa ter ficado deliciada com a demonstração de poder colectivo que esta equipa revelou.

Não é por acidente que uma equipa consegue reverter um resultado de desvantagem de 0-2 diante da Holanda. Foi preciso ter solidez e agressividade ofensiva. Nedved provou que está mesmo no lote restrito dos predestinados; Milan Baros, Poborsky, Rosicky e Smicer foram outros artífices de uma reviravolta histórica.

A República Checa tornou-se, com esta vitória, a primeira selecção a estar qualificada sem precisar do terceiro jogo. Todos os restantes sete apurados para os quartos terão que sofrer até ao apito final da última jornada.

A Holanda começou muito bem e parecia ter tudo a seu favor. Mas a equipa de Advocaat voltou a acusar um desequilíbrio - ataca muito bem, mas não sabe defender com inteligência. Tem óptimos jogadores, mas falha no colectivo.

Quem não pôde ver, tente arranjar uma cassete - é que os amantes do bom futebol não podem perder este fantástico jogo, disputado até ao último segundo de forma poderosa, alegre e vincadamente ofensiva.

Depois do que vimos nesta partida, a República Checa destaca-se, sem favor, como uma séria candidata a chegar à final (tal como prevíramos há uns largos meses...)

Os checos levam 18, os holandeses 17, o que dá uma soma de 35 num total de 40. Grande jogo.

Num plano totalmente diferente, a Alemanha foi a maior decepção do Euro até agora. Fez um péssimo jogo frente à Letónia - diante da equipa teoricamente mais fraca da prova (na prática isso não está a confirmar-se), os alemães, que precisavam de vencer, empataram a 0-0 e não mostraram ter armas para sonhar com mais.

Colectivamente podem ser organizados, mas esta Alemanha está longíssimo de grandes equipas que chegou a ter há bem poucos anos. Já no jogo com a Holanda - no qual, apesar de tudo, estiveram bem melhor - mas já nesse encontro havíamos notado grandes dificuldades de construção ofensiva. Falta uma referência no ataque, como foi Klinsmann, Riedle, Alofs, ou... Voeller, que é hoje um seleccionador angustiado. Muito angustiado.



A Alemanha fica-se por um 14, a Letónia merece um 15

Publicado por André 22:06:00  

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