Especial Euro 2004 (V)

Finalmente, Portugal!

Depois de quase uma semana de angústia e frustração, eis que, ao quinto dia, o grande vencedor foi mesmo... Portugal!

A selecção nacional não podia perder, se quisesse continuar a sonhar com a passagem aos quartos-de-final. Um empate saberia a pouco, mas mantinha o sonho vivo. Mas no momento da verdade, a selecção soube estar à altura e justificou, em pleno, o triunfo por 2-0.

Não foi um grande jogo, mas também ninguém poderia exigir isso. O momento era de grande tensão, tendo em conta as elevadíssimas expectativas que se criaram em torno da selecção, perder todas as esperanças logo à segunda ronda era mau demais para ser verdade.

Scolari soube perceber que tinha muitas coisas a mudar totalmente de acordo em tirar Fernando Couto, Rui Costa e Rui Jorge do onze, em favor de Ricardo Carvalho, Deco e Nuno Valente. A aposta passava por aproveitar a máquina do FC Porto, habituada que esteve a lidar com pressões altíssimas nas últimas duas épocas. Mas um outro exemplo veio baralhar um pouco esta leitura: a troca de Paulo Ferreira por Miguel. Confesso que em relação a esta mudança, franzi o sobrolho. É certo que o agora lateral-direito do Chelsea tem culpas na derrota com a Grécia, mas - que diabo - Paulo Ferreira fez apenas um jogo mau entre dezenas e dezenas de actuações em excelente plano no FC Porto.

Mas o decorrer do jogo deu razão a Scolari: Miguel esteve muito bem e parece ter agarrado o lugar. Sem ter feito uma exibição de encher o olho, Portugal foi quase sempre superior à Rússia.

O trabalho psicológico parece ter funcionado e a nossa equipa entrou de forma muito seguro e concentrada. O golo apontado por Maniche aos 7 minutos foi crucial para que tudo rolasse dentro dos planos.

Os russos mostraram-se muito mais macios do que os gregos tinham sido no jogo inaugural. Foi relativamente fácil conservar a vantagem, mas o segundo golo tardava e a impaciência começou a tomar conta da nossa selecção. Mais uma vez, Felipão acertou nas substituições: Rui Costa encheu o espaço que existia no meio-campo ofensivo no segundo tempo (como mereceu ter marcado aquele segundo golo!); Ronaldo voltou a entrar muito bem para desequilibrar (foi dele o passe para o tento de Rui Costa); Nuno Gomes entrosou-se muito mais no jogo da equipa do que um Pauleta estranhamente só e desligado do trabalho do meio-campo.



Deco fez um jogo de esforço e pautou o ritmo da nossa equipa; Figo fez uma primeira parte em plano de excelência e só começou a sentir cansaço já depois da hora útil de jogo; Ricardo Carvalho deu uma segurança defensiva muito maior, fazendo dupla quase perfeita com Jorge Andrade (que enorme jogo fez o central do Corunha!)

Tudo somado, Portugal merece um 16 (só não é mais porque houve alguns períodos de sombra que há que corrigir, para conseguirmos atingir um plano de excelência frente à Espanha). A Rússia fica-se por um 13.

No outro jogo do dia, a Espanha voltou a não convencer-me em pleno. Atacou mais, mostrou garra, mas tem enormes dificuldades de concretização. Morientes abriu o activo, mas a Grécia, quando menos se esperava, chegou ao empate e colocou-se em óptimas condições de apuramento. A selecção de Otto Rehaggel tem uma coesão impressionante: defende muitíssimo bem e apresenta um contra-ataque venenoso. Ambas ficam com um 15 neste jogo.

Publicado por André 03:04:00  

1 Comment:

  1. CC said...
    O sr. árbitro deu uma ajudazinha...

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