"Engana-me que eu gosto"

Há uns tempos atrás ouvimos vários responsáveis de empresas petrolíferas a operar em Portugal e inclusive membros do governo afirmar que a culpa da subida do preço dos combustíveis em Portugal se devia, única e exclusivamente, à escalada de preços nos mercados internacionais e não a tão afamada liberalização do mercado de combustíveis.

Facilmente se comprovava, ainda que o mercado petrolífero funcione com aquisições para entregas em 90 dias e 181 dias, que tais afirmações faziam sentido. No decorrer do mês de Maio, com o petróleo nos valores mais altos de sempre, os operadores portugueses, não hesitaram em imediatamente repercutir no consumidor final, esse aumento. O governo ainda sem perceber o significado da palavra consolidação orçamental, sabe que não pode baixar a taxa de incidência do ISP nos combustíveis.

Após o anúncio da OPEP em aumentar a quota de produção diária em dois milhões de barris, o preço do brent em Londres baixou de 38 dólares para 35 dólares ontem.

Seria por isso de esperar
, e porque o sentido de descida se tem verificado constante nos últimos 7 dias, um repercutir dessa mesma descida nos preços finais em Portugal.

Ao contrário dos aumentos verificados de 3 cêntimos e de 2 cêntimos aquando da alta do petróleo, a única descida verificada não chegou a um cêntimo
.

Apetece mesmo dizer... Menos ais, Menos ais, queremos muito mais

Publicado por António Duarte 13:06:00  

5 Comments:

  1. ... said...
    Não vael de nada o nosso desabafo. Teriamos que partir para o boicote, seria a única solução, infelizmente.
    António Duarte said...
    O boicote nunca funcionará, porque nunca teria uma dimensão que fosse de facto incomodativa. O grande problema da industria do petroleo, passa pela falácia de que as energias alternativas sao mais caras. Mas a verdade é que existe um preço a partir do qual se iniciará o processo de procura de energias alternativas.

    E desta vez andou muitoo perto...
    Luís Bonifácio said...
    "[...]a culpa da subida do preço dos combustíveis em Portugal se devia, única e exclusivamente, à escalada de preços nos mercados internacionais[...]
    Facilmente se comprovava, ainda que o mercado petrolífero funcione com aquisições para entregas em 90 dias e 181 dias, que tais afirmações faziam sentido.[...]"
    Ou seja as petrolíferas durante o aumento dos preços, praticaram o sistema de valorização NIFO (Next In-First Out) e agora que os preços estão em curva descendente praticam o FIFO (First In-First Out), com os ganhos milionários correspondentes.
    A prática do NIFO não é proíbida?
    Gostava que me elucidassem?

    NOTA: Nem no inicio dos anos oitenta (com a inflação a 30 %) se praticou este tipo de valorização de mercadorias. O método NIFO foi utilizado globalmente no Brasil e outros países da América Latina tendo resultado num dos maiores contribuíntes para a Hiperinflação que mais tarde se veio a verificar e só debelada pelo governo de FHC.
    António Duarte said...
    Caro Luis

    Penso que se refere a política LIFO (Last In First Out) e não NIFO.

    Deixando a consideração superior, é em primeiro lugar extremamente dificil sabermos ao certo quanto pagamos realmente pelo petróleo que consumimos.

    A política LIFO, trata-se de um critério valorimétrico contabilistico previsto na lei.Numa óptica de beneficiar o consumidor seria melhor utilizar o custo médio, numa óptica de maximização dos lucros, e porque a Galp não é nenhuma instituição de caridade, ainda que em tempos a sua trading-arm fosse controlada
    por uma fundação para programas educativos no liechenstein, é lógico, que aproveite o momento e tente despachar os blocos que adquiriu ao maior preço.

    Desconfio que a Galp esteja a usar o FIFO ( First in First Out ).
    Luís Bonifácio said...
    Caro António

    O NIFO existiu mesmo, era prática comum no Brasil, onde devido à Super inflação, as mercadorias à saída do Armazém eram valorizadas contabilisticamente pelo preço de compra expectável da mesma mercadoria no dia da saída (Os preços variavam em questão de horas nessa altura no Brasil).
    Ou seja, se o aumento do preço dos combústiveis era devido ao aumento do preço do crude, no dia anterior no mercado, e como esse crude (comprado no próprio dia do aumento) só chegaria ao consumo entre 90 a 180 dias depois estamos perante uma valorização NIFO. A valorização LIFO, seria se o preço de venda dos combustiveis fosse aumentado, tomando como base o preço do crude que nesse momento estivesse a ser descarregado para entrar em armazém.

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