As sombras e a caverna
sábado, junho 05, 2004
Passada que foi a euforia inicial que decorreu da não pronúncia de Paulo Pedroso, a loja dele depara-se agora com um problema que não é de todo trivial. Como justificar a bondade e sensatez da decisão da juiza em relação a Pedroso face às decisões relativas aos outros arguidos.
Com efeito, e abstraindo todo o contexto, não devem existir muitas pessoas neste mundo que lendo de fio a pavio o despacho exarado o achem - por sí só - um edifício coerente e sustentável. Não se trata de bom senso, ou sequer de senso comum, não se tratam de opiniões ou análises dispares trata-se só e apenas de uma das mais inverossimeis, e insustentáveis, aplicaçãoes das regras da lógica de que há memória.
Consciente dos perigos que representam estes aparentes dualismos presentes no despacho de Ana Teixeira e Silva, Celso Cruzeiro, advogado de Pedroso, dá hoje, no DN, o seu melhor para defender a irmandade. O problema é que nem Celso Cruzeiro consegue defender o indefensável, senão vejámos...
Q. Como é que se explica que as alegadas vítimas falem verdade em relação a umas pessoas, nomeadamente Carlos Cruz, e mentira em relação a outras?
R. Quando denunciaram o Carlos Cruz não disseram que era um entrevistador da televisão, disseram o nome e isso é essencial. No caso de Paulo Pedroso, foi ao contrário. Mostraram-lhes fotografias e eles disseram que era o da número oito. Um deles só à sétima ou oitava vez é que indicou a fotografia.
Atente-se no absurdo por detrás deste peregrino raciocínio de Cruzeiro agora, e da juíza - antes dele... Fosse eu um perigoso carteirista e tivesse roubado o Dr. Cruzeiro, certamente que não lhe ia deixar ficar o meu cartão, cópia do meu BI, ou uma nota para passar a ser leitor desta Loja... Assim e apresentada a queixa por parte do Dr. Cruzeiro caso porventura eu viesse a ser identificado por este como o prevaricador jamais a polícia - seguindo a douta doutrina de Ana Teixeira da Silva/Celso Cruzeiro - poderia fazer o que quer que fosse em relação à minha pessoa já que, aquando do meu acto ilícito, eu não me identifiquei perante a vítima e logo não sabendo esta o meu nome a identificação por esta feita não pode ser válida.
É disto - pura e simplesmente - que a juiza e agora Celso alegam para ilibar Pedroso, e nem sequer me vou pronunciar sob esse eufemismo hiperbólico que é definir o que é uma "fotografia de má qualidade", ou sobre como não mentindo é possivel para uns arguidos ser-se - no mesmo despacho - uma testemunha credível e para o outro estar-se num estado de alucinação colectiva que resulta nama identificação fotográfica inválida e na afirmação de factos "inverossimeis"...
Aquela parte da perseguição aos políticos - no caso ao PS - não nos merece qualquer comentário, afinal todos sabemos que os politicos são tal como os dirigentes desportivo, todos pessoas de bem, sem qualquer excepção...
Para terminar uma última nota para a facilidade com que elegem ídolos por estas bandas. Primeiro foi a elevação, por uns, de Rui Teixeira - e vamos passar à frente por mero pudor da "operação valentina" - e agora de Ana Teixeira e Silva, por outros. Já se devia saber que os ídolos são todos efémeros, quando não de barro...
Publicado por Manuel 16:12:00
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