sob supeita

Esta farsa à volta da privatização da Galp anda a gerar as mais estranhas convergências...

Mas antes uma nota prévia - de um ponto de vista estratégico e económico podem haver milhares de razões absolutamente pertinentes para o consórcio liderado pelo grupo Carlyle ser a melhor opção para a Galp e o que melhor defende os interesses nacionais (é dúbio mas é defensável).

Agora o que não há é moral, e politicamente, qualquer razão que justifique um "concurso" que na prática é uma autêntica palhaçada já que muito antes de ser anunciado já se sabia quem ia ser o vencedor. Se o Governo queria o Carlyle que fizesse um ajuste directo e ponto final!

José Pacheco Pereira abruptamente interroga-se retóricamente ...

"E quanto a Louçã? Porque é que ninguém se lembra de lhe perguntar se, depois dos desmentidos da CGD e da ausência de provas que revelou para as suas graves acusações, não deveria tirar consequências e pedir, pelo menos, desculpa? Qual quê, o homem tem um estatuto especial, pode acusar todos de tudo, com a sua total arrogância moral, que ninguém se importa."

Na mesmissima (!) linha de Pacheco também Paulo Portas...

"... acusou Francisco Louçã, do Bloco de Esquerda, de usar a imunidade parlamentar como «uma forma de cobardia» para evitar provar as insinuações que fez no parlamento.

Falando num jantar convívio dos populares açorianos, sábado à noite em Angra do Heroísmo, Paulo Portas, que garantiu a sua «solidariedade a Durão Barroso», sustentou ser «inaceitável que radicais extremistas queiram incendiar a governação sem terem provas das suas acusações».

O ministro de Estado e da Defesa Nacional desafiou mesmo o deputado bloquista a retirar a sua imunidade parlamentar e provar, de facto, as acusações que proferiu."

Nós não gostamos do Louçã, somos insuspeitos de morrer de amores pelo Bloco e a que Portas goze na cara da plebe  já estamos  mais que habituados, mas em que planeta anda Pacheco ? Em Marte ?

Este sábado no Expresso podia ler-se ipsis verbis...

"Pedro de Estèban, responsável do grupo Carlyle para a Europa, afirmou que a Caixa Geral de Depósitos foi convidada a entrar no projecto como accionista. De início aceitou, mas posteriormente, mudou de opinião. "A CGD mostrou interesse em entrar no capital da GALP, mas, no último minuto, informou-nos que já não iria comprar acções da GALP, limitando-se a participar como financiadora."

Será que a CGD vai - agora -  desmentir o próprio Grupo Carlyle ?

Nós, ao contrário de Franscisco Louçã não somos deputados, não temos qualquer tipo de imunidade, por isso gostavamos que alguém nos explicasse em primeiro lugar se é normal um banco 100% detido pelo Estado ter sequer admitido intervir numa privatização como comprador - facto confirmado pelo número um do grupo Carlyle para a Europa...

Mais, e isto não é nenhuma ameaça, sobre que é que Carlucci, Durão Barroso e António Mexia conversaram num certo dia em que estiveram todos ao mesmo tempo no mesmo local ? Sobre o sexo dos anjos ?

E ainda a procissão vai no adro...

Publicado por Manuel 00:10:00  

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