Os "avisos" do Lopes

No seu desabafo semanal no DN, Pedro Santana Lopes, deixa algumas postas enigmáticas...

Um congresso entre vários ciclos políticos

Este artigo é escrito na semana entre aquela em que ocorreu o 30.º aniversário do PPD/PSD e a outra, em que terá lugar o 25.º congresso do mesmo partido.É de sublinhar que este congresso foi convocado havendo a perfeita consciência de se estar na fase mais difícil do ciclo político destes mandatos autárquico, governativo e parlamentar, que, como sabem, não coincidem temporalmente, embora sejam próximos, nomeadamente, na sua origem.

Durão Barroso assumiu a convocatória do congresso como resultado da sua vontade de ouvir as bases, sabendo, como tem dito, que este é um tempo difícil e que, por isso mesmo, de acordo com a natureza, a história, a tradição do partido, nos momentos difíceis deve prevalecer a sinceridade, devem prevalecer a determinação, a coragem e também o sentido de responsabilidade.O que está em causa não são os congressos partidários, é, como deve ser sempre na política, o País, os territórios, as comunidades que servimos ao nível local, regional ou nacional.

Neste congresso, vamos tratar de opções que dizem respeito à manutenção, ou não, no poder de um bloco político que é alternativo, à governação do Partido Socialista.O que está em causa não é discutir questões pessoais ou questões de grupo, é pensar o que exige o interesse do País.

O interesse do País exige decisões, exige coragem, sempre com lealdade, mas exige, sem dúvida, a assunção de responsabilidades. Ninguém tem dúvidas sobre quais as bases de acção e de poder em que tem assente a governação aos vários níveis desde o final de 2001, princípio de 2002 em Portugal. Assim poderá acontecer daqui em diante, ou não. Mantendo-se os mesmos partidos no poder, a base na qual quem lidera assenta o seu trabalho, pode manter-se estável ou sofrer alterações.

Faz parte da vida, mas aqui as questões pessoais não são as mais relevantes, são-no sim os objectivos e a certeza de os atingir.Ninguém quer, ninguém aceita e ninguém tolera que se tomem opções, que se tomem decisões que contribuam para a impossibilidade de se cumprir o projecto a que nos propusemos e que se resume neste objectivo: elevar Portugal ao nível de desenvolvimento dos países que alcançaram o maior progresso na União Europeia.

(...) A governação tem de ser credível e tem de ser eficaz, tem de merecer confiança e tem de ser determinada, tem de ser ponderada e tem de romper com preconceitos corporativos absolutamente sem sentido.

Este congresso do PPD/PSD é antevisto como um congresso sem história por alguns que gostam muito de falar daquilo que sabem pouco. Logo se verá a história que tem, mas será de certeza importante para a história.

Durão na terça, na SIC, acantonou Santana a Lisboa, e agora o exemplar "autarca" mostra os dentes a Durão. Nada que surpreenda, nada mesmo... E depois, há que ver as coisas pelo aspecto positivo - um fim de semana só com as TVs a falarem do casamento do século, do Felipe com a Letizia, seria uma chachada.

Publicado por Manuel 00:59:00  

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