Limiano às Fatias
Edição nº 4
25 de Abril de 2004
25 de Abril de 2004
Editorial
Passados que estão 30 anos da revolução dos cravos, muito haverá ainda por contar daquele dia que mudou o panorama em Portugal. Eu, que nem nascido era em 1974, mal consigo estabelecer pontos de comparação entre o regime salazarista e depois de Marcelo Caetano e o actual estado da democracia, mas sempre ouvi que a democracia era o mais perfeito de todos os imperfeitos sistemas.
Durante 30 anos houve de facto muita coisa que mudou, tornamo-nos um país verdadeiramente europeu, aberto ao exterior, com uma democracia universalmente eleita. Os primeiros tempos depois de Abril, ficaram marcados por alguns dos maiores erros cometidos na nossa sociedade moderna. No fundo e utilizando os slogans da moda, foi a revolução que terá permitido a evolução.
Em termos económicos , fizemos as nacionalizações, e quando toda a Europa já atribuía ao sector privado algumas responsabilidades empresariais, Portugal aglutinou todos os importantes sectores no Estado. Sofremos como se calhar nenhum país sofreu com as crises petrolíferas de 1979 e 1981, tivemos inclusive de recorrer à intervenção do FMI, para atenuar os nossos desequilíbrios externos. Aderimos à Comunidade Europeia, erguemos auto estradas que "rasgam" o país de lés a lés, efectuamos a primeira reforma fiscal que permitiu uma maior equidade na tributação, com a introdução do IRS e do IRC. Abandonamos o escudo e hoje nas nossas algibeiras temos o Euro. No 30º ano de Abril, organizamos o evento "Euro 2004", depois de já em 1998 termos organizado a Expo-98.
Em 30 anos , muito se passou em Portugal. Houve atentados transformados em acidentes, houve vagas de incêndios, houve cheias mortais, houve processos judiciais mediatizados pela comunicação social, onde os arguidos acabam por ser transformados em testemunhas de acusação, houve “bastonadas” nas pontes. Em 30 anos houve ainda inocentes infectados pelo vírus da SIDA devido à importação de lotes austríacos de plasma, houve obras que nunca chegaram ao fim. Em 30 anos houve um PREC, uma descolonização feita à pressa, incêndios no Chiado, desastres ferroviários como de Alcafache, pontes entre os rios que caíram.
Em 30 anos tivemos televisões privadas que surgiram, obras como o Centro Cultural de Bélem ou o nascimento da cidade Expo-98, a proliferação das universidades pelo país, a constituição de uma rede de hospitais, o nascimento de um nova ponte em Lisboa. Em 30 anos o Sporting teve 18 anos sem ganhar o Campeonato.
Na realidade em 30 anos houve muita coisa que se passou, boa e má. Mas o facto é que ao fim de 30 anos, somos :
Durante 30 anos houve de facto muita coisa que mudou, tornamo-nos um país verdadeiramente europeu, aberto ao exterior, com uma democracia universalmente eleita. Os primeiros tempos depois de Abril, ficaram marcados por alguns dos maiores erros cometidos na nossa sociedade moderna. No fundo e utilizando os slogans da moda, foi a revolução que terá permitido a evolução.
Em termos económicos , fizemos as nacionalizações, e quando toda a Europa já atribuía ao sector privado algumas responsabilidades empresariais, Portugal aglutinou todos os importantes sectores no Estado. Sofremos como se calhar nenhum país sofreu com as crises petrolíferas de 1979 e 1981, tivemos inclusive de recorrer à intervenção do FMI, para atenuar os nossos desequilíbrios externos. Aderimos à Comunidade Europeia, erguemos auto estradas que "rasgam" o país de lés a lés, efectuamos a primeira reforma fiscal que permitiu uma maior equidade na tributação, com a introdução do IRS e do IRC. Abandonamos o escudo e hoje nas nossas algibeiras temos o Euro. No 30º ano de Abril, organizamos o evento "Euro 2004", depois de já em 1998 termos organizado a Expo-98.
Em 30 anos , muito se passou em Portugal. Houve atentados transformados em acidentes, houve vagas de incêndios, houve cheias mortais, houve processos judiciais mediatizados pela comunicação social, onde os arguidos acabam por ser transformados em testemunhas de acusação, houve “bastonadas” nas pontes. Em 30 anos houve ainda inocentes infectados pelo vírus da SIDA devido à importação de lotes austríacos de plasma, houve obras que nunca chegaram ao fim. Em 30 anos houve um PREC, uma descolonização feita à pressa, incêndios no Chiado, desastres ferroviários como de Alcafache, pontes entre os rios que caíram.
Em 30 anos tivemos televisões privadas que surgiram, obras como o Centro Cultural de Bélem ou o nascimento da cidade Expo-98, a proliferação das universidades pelo país, a constituição de uma rede de hospitais, o nascimento de um nova ponte em Lisboa. Em 30 anos o Sporting teve 18 anos sem ganhar o Campeonato.
Na realidade em 30 anos houve muita coisa que se passou, boa e má. Mas o facto é que ao fim de 30 anos, somos :
- O último país da União Europeia em termos de PIB.
- O país com o mais baixo grau de literacia da União Europeia.
- O país onde os médicos tem que vir de Espanha.
- O país onde as causas naturais são sempre as culpadas.
- O país onde a economia informal é a mais elevada.
Os três F de Portugal
- Do Fado, a divã Amália já nos abandonou, deixando o país entregue aos seus seguidores. Confesso que não sendo um apreciador de fado, não tenho a capacidade de avaliar se agora existem melhores ou piores fadistas. Certeza neste ponto F, apenas um, que Amália de facto É única.
- De Fátima, depois das aparições vieram um bom par de décadas depois, a canonização dos três pastorinhos. Num país católico, a igreja continua a ser uma espécie de poder oculto, ainda que distantes dos discursos do Bispo de Setúbal, que denunciou entre outras situações a fome que se “viveu” nos anos 80 na zona de Setúbal.
- Do Futebol, depois da década de 60 , verdadeira década de oiro do futebol português, com o Benfica e a selecção nacional a brilharem pelo mundo fora, pela voz de Eusébio. Temos agora o FC Porto que marca uma nova década de ouro, depois daquela aparição em 1986 em Viena e em Tóquio. Depois de Calabote, veio José Guímaro. Depois do clube do regime veio um regime que alegadamente favorece alguns clubes.
Pela Blogoesfera
A ausência prolongada da blogosfera do Irreflexões deixa-a mais pobre. No entanto sussuraram-me que será por pouco tempo.
O País relativo pela voz do MC, no post "Sempre a subir", fala que o desemprego continua a subir. Se me permite é talvez o melhor blogspot que já li sobre o assunto, onde em cada linha nos entretemos entre o que deve ou não ser responsabilidade do Governo em funções.
Apenas duas considerações. Primeiro o pleno emprego se não traduzido em aumento de produtividade apenas trará ineficiência aos mercados, e talvez seja um exercício interessante ver quanto aumentou o emprego entre 1996 e 2002, quanto aumentou a inflação, quanto aumentou a produtividade.
Segundo, rapidamente verá que as contas de 2000 e 2001 relativas ao emprego estão empoladas face ao aumento da população activa não contabilizada pela INE, daí que o número do desemprego apresentado seja mais baixo do que realmente é.
Uma terceira situação, e que talvez revele um pouco da diferença entre a direita e a esquerda. Para o MC, o problema do emprego e desemprego deveria ser olhado na Praça de Londres ( Ministério da Segurança Social que normalmente produz subsídios). Este governo prefere olhar este problema ali no Ministério da Economia, ainda que os resultados não sejam os melhores.
O Adufe fala de submarinos na posta “Combate ao Narcotráfico”. A não perder. Parece-me no entanto que um país que não tem dinheiro para ter aviões de combate aos incêndios, gastar 770 Milhões de Euros em submarinos pode revelar que se deveria de facto discutir este assunto. Ainda que o pagamento dos submarinos seja feito em leasing.
O País relativo pela voz do MC, no post "Sempre a subir", fala que o desemprego continua a subir. Se me permite é talvez o melhor blogspot que já li sobre o assunto, onde em cada linha nos entretemos entre o que deve ou não ser responsabilidade do Governo em funções.
Apenas duas considerações. Primeiro o pleno emprego se não traduzido em aumento de produtividade apenas trará ineficiência aos mercados, e talvez seja um exercício interessante ver quanto aumentou o emprego entre 1996 e 2002, quanto aumentou a inflação, quanto aumentou a produtividade.
Segundo, rapidamente verá que as contas de 2000 e 2001 relativas ao emprego estão empoladas face ao aumento da população activa não contabilizada pela INE, daí que o número do desemprego apresentado seja mais baixo do que realmente é.
Uma terceira situação, e que talvez revele um pouco da diferença entre a direita e a esquerda. Para o MC, o problema do emprego e desemprego deveria ser olhado na Praça de Londres ( Ministério da Segurança Social que normalmente produz subsídios). Este governo prefere olhar este problema ali no Ministério da Economia, ainda que os resultados não sejam os melhores.
O Adufe fala de submarinos na posta “Combate ao Narcotráfico”. A não perder. Parece-me no entanto que um país que não tem dinheiro para ter aviões de combate aos incêndios, gastar 770 Milhões de Euros em submarinos pode revelar que se deveria de facto discutir este assunto. Ainda que o pagamento dos submarinos seja feito em leasing.
Sugestão de Fim de Semana
Bom este fim de semana sugerir qualquer coisa pode parecer nefasto. Afinal domingo é o dia da (r)evolução. De qualquer forma nada como estar atento ao cinema e a cultura. O novel magazine Uzimagazine revela balas sobre cinema e música. Alternativo e mordaz. A não perder a visita.
As farpas da semana
Via Expresso ficamos a saber que a França quer levar o caso "AngolaGate" e Pierre Falcone ao tribunal. Angola aceita a mediação do Tribunal de Haia, mas afirma que quem está a ser julgado é o Estado Angolano, quando as acusações pendem sobre Falcone. Entretanto e coincidentemente ou não, a Sonangol afirmou que provavelmente não renovará as concessões de blocos de petróleo a francesa ELF....
As Frases da Semana
"Não sei se apesar de tudo, se esta operação que visa acabar com as suspeições e a corrupção no futebol, chegará para acabar com ambas. As suspeições são o fumo da corrupção, e corrupção meu Deus, funciona até na PGR, debaixo do respeitável cadeirão onde se senta o misterioso sorriso de Gioconda do doutor Souto Moura".
"Árbitros toda a a gente compra , compreendes, e se o Valentim for embora as escolas ficam pobres. Acabam-se as visitas aos museus e os passeios de avião a Lisboa"
O Queijo dos Leitores
Este espaço é inteiramente vosso. Façam-nos chegar as vossas missivas.
Publicado por António Duarte 00:36:00
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