“JUSTITIA MATER”
sábado, abril 24, 2004
Nas florestas solenes há o culto
Da eterna, íntima força primitiva;
Na serra, o grito audaz da alma cativa,
Do coração, em seu combate inulto;
No espaço constelado passa o vulto
Do inominado Alguém, que os sóis aviva;
No mar ouve-se a voz grave e aflitiva
Dum Deus que luta, poderoso e inculto.
Mas nas negras cidades, onde solta
Se ergue, de sangue mádida, a revolta,
Como incêndio que um vento bravo atiça,
Há mais alta missão, mais alta glória:
O combater, à grande luz da história,
Os combates eternos da Justiça!
Antero de Quental, Sonetos (1864-1874).
Da eterna, íntima força primitiva;
Na serra, o grito audaz da alma cativa,
Do coração, em seu combate inulto;
No espaço constelado passa o vulto
Do inominado Alguém, que os sóis aviva;
No mar ouve-se a voz grave e aflitiva
Dum Deus que luta, poderoso e inculto.
Mas nas negras cidades, onde solta
Se ergue, de sangue mádida, a revolta,
Como incêndio que um vento bravo atiça,
Há mais alta missão, mais alta glória:
O combater, à grande luz da história,
Os combates eternos da Justiça!
Antero de Quental, Sonetos (1864-1874).
Publicado por Gomez 00:40:00
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