Os romeiros de S. Bento

Da TSF ...

“Um grupo de cidadãos de várias sensibilidades políticas quer que Souto Moura seja afastado do cargo de procurador-geral da República, uma vez que a crise que se vive na Justiça está a pôr em causa a própria democracia portuguesa .

Entre os promotores da iniciativa contam-se os ex-deputados Eurico Figueiredo (PS) e Fernando Condesso (PSD), e o ex-ministro da Saúde Paulo Mendo, que vão ainda esta terça-feira pedir uma audiência ao primeiro-ministro, para lhe explicar as razões da sua exigência.

Em declarações à TSF, Eurico Figueiredo (na foto) explicou que, tendo em conta a «gravidade» da actual situação na Justiça, o primeiro-ministro e o Presidente da República devem actuar, afastando Souto Moura da Procuradoria, porque se atingiu «uma crise na própria democracia» portuguesa.

«Estamos surpreendidos com o funcionamento da Justiça em geral e sobretudo com os serviços de Estado», disse o ex-deputado.

Numa alusão às «violações do segredo de Justiça» que se têm verificado nomeadamente no «caso» Casa Pia, Eurico Figueiredo lamentou que «direitos constitucionais básicos que tocam na dignidade do próprio Parlamento e Presidente da República» sejam «constantemente postos em causa».”

Vejamos os termos da acusação ...

O mote da demissão é o “funcionamento da Justiça em geral e sobretudo com os serviços de Estado”!

O socialista Eurico de Figueiredo está escandalizado com as violações do segredo de justiça e que sejam postos em causa os «direitos constitucionais básicos que tocam na dignidade do próprio Parlamento e Presidente da República»!

Eurico disse hoje, expressamente à TSF, que Souto Moura lhe parece incompetente, “manifestamente incompetente”!  E apodou-o abertamente como “esse senhor que continua a descredibilizar a justiça portuguesa!

Presume-se que os subscritores do pedido de audiência e que são Fernando Condesso (?!!) e Paulo Mendo(?!!), na suprema qualidade de ex-deputados e ministro, e outros que irão eventualmente aparecer por aí, em manifestações de solidariedade logística (com “G”), corroboram as afirmações.

É caso para perguntar como é que estes dois melros aparecem nesta oliveira, e de onde saíram para cantar, mas compreende-se e presume-se que é por serem entendidos nos supremosaffaires de l´État” e por isso entrosados há muito nos mistérios insondáveis da sabedoria que dá o poder destinado fatalmente à estabilidade.

Aparentemente, esta corre riscos e sério perigo e os mouros do souto não entendem a solenidade do momento e principalmente não ouvem os apelos Independentes.

E essa é uma razão de peso para mais uma lide e estes “cabeças de turco” aparecerem agora, vindos do limbo de um olvido.

O bom povo português que tricota telenovela e apaparica futebol nem vai dar conta da intrujice, perdido que anda com as tropelias do Mourinho e as andanças de um Lineu, Pipo ou Joana.

Qual é o corpo de tão grande delito imputado a Souto Moura ?!

Bem, segundo parece... é a violação do segredo de justiça e... a... a... incompetência!

A incompetência?!

Eurico, Mendo e Condesso a esgrimirem a competência como critério e a incompetência como arma de arremesso?!

Entenderão que é assim que se destitui um PGR? Por incompetência decretada pelo tal Eurico?! E quem será o/a competente que querem lá?!

terão nome?!

Estas movimentações de Carnaval, contudo, têm pretextos e contextos aparentes :

  • O pretexto geral

    • a divulgação de uma carta anónima e o bruá bruá que se seguiu. Não conta o facto de toda a gente, sem excepção, atribuir a violação selectiva e intencional, a pessoas ligadas à defesa de alguns arguidos do processo Casa Pia. O que interessa é fazer passar a mensagem críptica de que a violação de segredos é culpa do PGR.

  • O contexto geral

    • os malditos processos extraídos da motherlode da Casa Pia e o fantasma do rato que rói a rolha da garrafa do rei da Rússia.

    • a insensibilidade do PGR Souto aos apelos lancinantes, no sentido de esses processos delicadíssimos serem dirigidos de outra forma, mais competente e com mais garantias para os arguidos e suspeitos, no sentido de se eliminarem de vez as violações de segredos, rasgando as cartas anónimas.

  • O procurador geral

    • Aparentemente, isto provoca pânico nas hostes e Souto Moura não liga.

    • Aparentemente também, é esta atitude magistral e vertical que incomoda até aos limites do suportável quem se sente incomodado com a insuportável leveza do ser.
E é esta, aparentemente, a razão de ser da romagem.

Nunca, em tempo algum, foi tão útil para a democracia ter um presidente e um primeiro ministro de cor política diferente.

Nunca
, em tempo algum nestes 30 anos de democracia, foi tão útil estar atento.

Porque o que está em jogo é o poder e quem pode mais é o povo! É em nome dele que se exerce o poder e se administra a Justiça.
Se há pessoa que a tem dignificado nestes últimos tempos, é precisamente o Procurador Geral da República - Souto Moura. Não é preciso sondagens gerais para se perceber esta evidência. Basta perguntar na rua, ao primeiro que apareça e esteja de boa fé.

Por uma simples razão, segundo o modesto entender de copista: tem olhado para a lei de olhos vendados e ouvidos tapados, porque a sabe de cor e melhor do que os todos romeiros que se dirigem aos beneditinos.

Aprendeu, malgré lui, a não falar do que não pode e segundo tudo indica, não tem agenda com números de telefone de jornalistas.

Como não ouve, escapam-lhe os apelos lancinantes; como não vê, fogem-lhe as caras que o procuram de mão estendida. Sabe que são essas as regras do jogo limpo, porque as ensinou a muita gente.

E cumpre-as! Com competência, ao contrário dos romeiros do Agravo.

Estes querem, aberta e despudoradamente, correr com aquele que vêem como um mouro, do souto da PGR. Têm tentado várias estratégias, até agora sem sucesso.

Chegou a altura das orações a S. Bento. Como também têm lá devotos, esperam ser ouvidos . Se o não forem, irão a pé a Belém, em romagem alargada e compungida. Se mesmo assim não conseguirem, invocarão o santo nome do povo - e será em vão!

Publicado por josé 14:53:00  

0 Comments:

Post a Comment