Nós aqui que nos fartamos de dizer mal de Luís Delgado fazemos um sentido mea culpa, pois o seu texto hoje no DD, é puro serviço público.

Primeiro faz o grandessíssimo favor a Cavaco de lembrar a algumas alminhas que lhes fica muito mal aparecerem agora a limparem o seu passado na forma de um apoio a Cavaco, o que só poupa incomodos ao Professor que não consta que tenha apreciado particularmente alguns apoios ...

Depois compara a frente não Santanista àqueles que estiveram contra a invasão do Iraque. Ora eu, com o à vontade de quem apoiou a invasão, estou siderado com esta comparação, afinal o Delgado num acto de sobriedade nele anormalmente raro admite explicitamente que, tal como Bush, o Lopes também poderá adulterar as regras do Jogo i.e  fabricando "Verdades" à medida ...

O que não se percebe é dizer que no final quem decide são os portugueses quando Santana, num acto da mais pura cobardia, já disse que não ia a votos contra Cavaco preferindo fazer trinta por uma linha no interior do PSD. A este propósito a prosa da Rainha de Inglaterra também no Diário Digital vem mesmo a calhar.

Mas, há um ponto em que o Delgado falha redondamente já que Santana representa tudo, mas tudo, menos o "regresso da política"Santana tem de, e pode, ser combatido e desmascarado no plano das ideias que não tem, da coerência que nunca teve, dos princípios voláteis por que se rege, dos constante insultos à memória de Sá Carneiro que passa a vida a fazer (como se Sá Carneiro fosse vivo alguma vez o apoiasse).



Santana é o expoente máximo da não política, das não-posições, da demagogia e do explorar das emoções mais básicas das massas. Combatê-lo no mesmo plano em que ele sempre jogou é um erro crasso e foi isso que fez na passada sexta o Paulo Coelho português, Miguel Sousa Tavares...

Fazer regressar a política, pura e dura, é a melhor forma de cilindrar Santana e, a Política, a sério, não é, nem pode ser, "emocional, decisiva e picante" é, antes, a discussão séria, consequente e frontal de ideias e projectos e isso nem Santana, nem este Governo nem a oposição têm feito...

Que regresse então a política e, ... o Futuro!

Publicado por Manuel 22:48:00  

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