pontos nos í­s

Bastaria consultar os nossos arquivos, que ao contrário dos de outros, estão integralmente acessíveis, para se constatar que, apesar de agora termos sido promovidos a  "desmesurados defensores" de Manuela Ferreira Leite,  desde há muito que criticamos a orientação política deste Governo.

No entanto, somos suficientemente honestos intelectualmente para reconhecer um facto incontornável : MFL não é primeiro-ministro e se nós no lugar dela jamais aceitariamos, e no contexto em que lhe é oferecida, a  pasta das finanças, no mínimo reconhecemos-lhe o esforço e o voluntarismo, mesmo quando isso quase que a reduz a uma mera contabilista.

Nenhum dos  pecados que CAA imputa a Ferreira Leite pode ser única e exclusivamente, em bom rigor, imputado a esta, antes resultam de factores externos derivados da orientação política global deste Governo, sendo que CAA parece ignorar que se a situação económica do Estado não é famosa já a do sector privado está objectivamente a melhorar. CAA poderia conceder que o fim, ainda que abrupto, da chupeta do Estado só pode fazer bem ao sector privado mas enfim...



Mas o que é realmente grave é sistematicamente discutir-se o acessório e fugir-se ao essencial.

Concorda CAA, e a ND, com uma reforma administrativa e territorial, a sério, que acabe com o mito do municipalismo ? Concordam com uma reforma do sistema político que não passe por bandeiras mirabolantes mas que passe por coisas óbvias como limitar os mandatos presidenciais a um só (7 anos por exemplo) e por fórmulas que permitam uma real interação entre eleitores e eleitos ? Concordam com reformas que permitam, à inglesa, aos meta-minícipios/regiões/àreas metropolitanas/whatever cobrar impostos directamente, sem prejuizo do príncipio da subsidariedade, de modo a que o contribuinte saiba exactamente o que paga, a quem e para quê, e constate in loco da boa ou má aplicação dos fundos ? 

Isto é debate, e reformas, a sério, o resto é puro folclore.

Publicado por Manuel 22:38:00  

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