Crónica de uma ruptura anunciada ...

Já toda a gente percebeu que a investigação sobre o Processo Casa Pia, mais o que se passa a montante e a juzante deste , não vai parar.

O que se viu até agora, no ecosistema, indústria até, que se desenvolveu à volta de todo o Processo, dava só por sí para fazer um Tratado.

Já não interessa que ninguem fale a sério na cabala (que aliás nunca foi citada uma e uma única vez nas escutas a dirigentes do PS durante os muitos dias durante que precederam a detenção de Pedroso)

Já não interessa que quem montou o circo das fugas tenha sido o próprio PS (vide a última Visão de Julho)

Já não interessa o triste episódio dos clones de Inês Serra Lopes, ou esse momento execrável da nossa vivência democrática que foram as publicações do GOVD, quer em papel quer na net por via do defunto muitomentiroso.

Já não interessa o unilateralismo revelado por muitos, em alinhar por mera solidariedade ideológica (só ?) com um dos lados  (vide o Público e as suas recentes cambalhotas)...

Já nada disto interessa.

Ana Gomes diz agora que a cabala vem do seio do próprio PS.

Vem sim, mas ela já não fala da cabala original: são só e apenas os amigos de ontem, os que viabilizaram as fugas originais, que ao perceberem que Ferro e Pedroso estão (politicamente no minimo) acabados resolveram entrar no jogo do day after ... Ana Gomes -  como antes a defesa de Pedroso, agora estranhamente silenciosa -  foi apenas a última a perceber que em matéria de fugas quem colhe ventos semeia tempestades.

Só um cego ou um louco pode achar que a haver prevaricadores estes orbitam todos à volta do PS. É a esta luz que devem ser interpretadas as sistemáticas, e recorrentes, prosas histéricas de Luís Delgado, o controleiro político da LUSA, a nomeação de Fernando Lima (a qual num País normal levaria a muito rolanço de cabeças a começar nas de Nuno Morais Sarmento e José Luís Arnaut) para Director do DN, a inocuização da TSF  ou  as aventuras na RTP.

Entrou-se na fase do controlo de danos.

No fundo é como na trilogia Matrix : É a máquina a perguntar a todos, e a cada um, se querem realmente saber a verdade e se estão preparados para isso.



Para alguns académicos, numa lógica tit for tat, mais tarde ou mais cedo, as partes chegariam inevitavelmente a um equilíbrio, a um compromisso que permitisse a sobrevivência do sistema logo, incontornavelmente, a um pacto de regime. Note-se que o tit for tat é um modelo ESS (Evolutionary Stable Strategy), mas não é liquido que seja viável enquanto  modelo CSS (Culturally Stable Strategy), já que é por definição amoral, mas  mesmo que fosse este último, a história, a História a sério, faz-se de rupturas, de transições epsilon, e se até os dinossaursos se extinguiram não se percebe porque é que este sistema  se há-de perpetuar ...

Há muita gente por aí que não percebeu o que se passou nas últimas autárquicas, contra todas as espectativas das opiniões  publicadas. Definitivamente, todos esses que são especialistas a analisar o passado, e a esperar que o presente se consume, talvez venham a ter algumas amargas surpresas ...

A Verdade anda por aí ...

Publicado por Manuel 15:35:00  

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