A figura da ministra


Repescando daqui, sobre as provas de aferição em Matemática, a Associação Portuguesa de Matemática, presidida por Nuno Crato, considerou que os enunciados contêm um número exagerado de questões demasiado elementares. Mesmo com estas questões, os resultados têm sido maus.


A este propósito, na entrevista da ministra da Educação, à SIC,( citada e transcrita aqui) no dia 18 de Junho, o entrevistador, citou aquele Nuno Crato, sobre exames de preparação, “ridiculamente simples”; citou a Associação Nacional Pais; citou Paulo Heytor Pinto, da Associação Nacional de Professores de Português, para reafirmar e perguntar à ministra da Educação, se aqueles exames não serão fáceis demais e apenas tendo o objectivo de alcançar bons resultados. O entrevistador enfatizou o facto de aqueles serem fontes credíveis.

Resposta da ministra:

Com certeza, são as fontes credíveis para si. Para mim, fonte credível é o Ministério da Educação e o instituto que promove a realização dos exames e que o faz com todo o rigor e com todas as exigências. É muito fácil…


E não saiu dali, dessa profissão de fé, nos técnicos do GAVE e do Ministério da Educação, como entidades supremas, da aferição da qualidade em exames no ensino. Sem paralelo na sociedade civil e fruto de profunda competência e sabedoria infusa, nos compêndios publicados. Com os resultados que se conhecem...

Reafirmou depois, sobre o seu particular critério de qualidade, os conhecimentos de estatística, assim:

Que o nível de complexidade de uma prova tem técnicas para ser avaliada. Não é a sua opinião, a opinião dessas pessoas ou a minha. O que conta, um dos principais indicadores que se usa, usam-se técnicas estatísticas para avaliar o nível de complexidade e uma das medidas mais simples é a curva de distribuição dos resultados. E quando apenas 5% dos alunos conseguem completar a totalidade de uma prova com êxito, isso diz tudo - ou diz alguma coisa - sobre a complexidade de uma prova. Foi o que aconteceu com todas estas que estão a ser feitas. As provas são calibradas e ajustadas ao nível de exigência daquilo que é o programa. Não é o nível de exigência que o Sr tem na cabeça ou que algum desses peritos tem na cabeça. É o nível de exigência do programa e isso é que é feito. Com todo o rigor e com toda a exigência.


Já sabíamos da especial apetência desta ministra para a estatística benevolente. Parece que aprendeu os segredos alquímicos da coisa, nos cursos do ISCTE, com doutoramento sumativo.


O que espanta nisto tudo, é saber que Maria de Lurdes Rodrigues, terá sido professora do ensino primário, tirocinando curso de Magistério, no tempo em que este equivalia a uma boa licenciatura de Politécnico, com doutoramento summa cum laude e, mesmo assim, ter do ensino básico e secundário, uma ideia tão estatística que aflige.


Por outro lado, sem espanto, verificamos o desprezo, perante opiniões que não provenham do viveiro da verdade oficial, do director do GAVE ou de outros alfobres.

Ainda assim, a olímpica superioridade de um convencimento de que o ensino está a melhorar a olhos vistos, só por um embotado autismo se compreende.


Neste caso, temos uma opinião de ministra. Científica e baseada em critérios estatísticos, sem ponta de empirismo. Pecha que, aliás, atira àqueles, como lama de incompetência para maledicentes profissionais.


Nesta pequena entrevista, o que choca não é apenas a figura em si. É a verdadeira figuração que se adivinha e que é tomada a sério, com todo o peso de um Estado que se desacredita a olhos vistos.


Não me lembro de nenhum ministro da Educação tão medíocre e tão perigoso.

Publicado por josé 19:34:00  

48 Comments:

  1. Pacheco-Torgal said...
    Esta Ministra pode ter todos os defeitos e ser muito perigosa.

    Pode inclusive ter metido os pés pelas mãos na entrevista que deu á SIC.

    Uma coisa é no entanto certa. Mediocres foram os anteriores Ministros da Educação que em momento algum, ousaram como agora enfrentar os Professores.

    Esta Ministra criou um sistem de avaliação, que só por absurdo, não existia.

    Pelo menos esta mediocre Ministra, acabou de vez com coisas estapafúrdias, como por exemplo:
    as centenas de Professores Sindicalistas, que chegavam ao topo da carreira sómente lecionando actividade sindical, ou os Professores, que também chegavam ao topo da carreira, pelo facto de simplesmente irem envelhecendo.
    homoclinica said...
    Nada como ver com os próprios olhos a "complexidade" das provas deste ano.
    Estão online!
    Qualquer leigo sabe ver nessas provas os tenebrosos conceitos matemáticos que estão a ser avaliados. Não são precisas "técnicas estatísticas" para ver que isto é uma burla aos pais que mandam os seus filhos para a escola pública.

    Ver algumas perguntas da prova de aferição do 2º ciclo, de 2008, aqui.

    Ver a prova toda aqui.
    josé said...
    O mais patético é ser esta burla uma evidência, ter sido promovida por este ministério (senão pela própria minista, especialista de estatísticas), e ainda assim, assistirmos ao discurso patético e estúpido da ministra.

    Porque é uma estupidez negar as evidências, a não ser por infantilidade ou insanidade mental.

    O que não descarto de todo, aliás.
    Fartinho da Silva said...
    É uma ministra ao estilo Hugo Chávez - populista, demagógica e estatista. Para esta ministra existem duas classes sociais em luta na escola: a classe dos opressores - professores e a classe dos oprimidos - alunos.

    Toda a legislação lixo produzida por ela se baseia nesse princípio base e em economizar.

    Por outro lado é perigosa porque, aparentemente, não olha a meios para melhorar o seu curriculum vitae.
    MFerrer said...
    O que é de facto ridículo e perigoso é esta nacional-desgraciada-ignorância que o que deseja é a manutenção seja dos privilégios duma classe, e o consequente afundamento do país.
    Apenas este Ministério e esta Ministra tiveram a coragem de mandar os professores ensinar, os alunos aprender, os pais envolverem-se nas escolas e as escolas na comunidade.
    Só espíritos muito doentes, corporativos e anti-nacionais - é preciso dizê-lo!!! - se manifestam desagradados com os tremendos avanços da Escola Pública.
    Seja na extensão dos horários, na inclusão social, no apetrechamaneto das escolas como nunca se viu! e na efectiva resolução dos problemas.
    Na reabertura dos cursos profissionais, nas Novas Oportunidades, como se faz em todo o MUndo!
    Apenas uma meia dúzia de agitadores profissionais, a soldo do passado e das piores centrais de desinformação, faz ataques tão grosseiros a quem já pode dizer que transformou a Educação em Portugal para um patamer apenas comparável com o que de melhor se faz no mundo.
    Já se esqueceram do ano de 2005 em que nem os profs estavam colocados em Outubro? ( Governo PSD-CDS)
    Claro que os professores têm que passar a trabalhar, os alunos a estudar e os pais a terem responsabilidades emn tudo isto.
    >As direcções da sescolas têm que o ser! Não podem dizer que têm medo dos alunos! Têm que enfrentar as dificuldades e fazer avançar a educação.
    Ou Vcs, iluminados insultuosos, estão convencidos, ou querem convencer alguém, que os países mais avançados resolveram o problema geracional da educação com reformas antecipadas e facilitismos? Com pouco trabalho e nenhum envolvimento?
    Com professores, aos milhares com horários zero? Com milhares de sindicalistas que nunca deram uma aula?
    Vão, vão por aí, o último lugar nas listas comparadas com a Europa ou com o Oriente está-vos garantido!
    MFerrer
    Tino said...
    Caro José

    Eu também não descarto de todo a questão da "insanidade mental".

    Esta ministra parece ser psicologicamente doente, e isto para não ir mais longe, passando mesmo ao domínio psiquiátrico.

    O facies sinistro da dita senhora, o ódio que parece destilar contra os professores, o afã com que esconde um passado de professora do ensino básico na sua biografia oficial, a incapacidade para manifestar um sorriso genuíno, a dificuldade em conviver com o outro e em aceitar a crítica, parecem ser indícios de uma personalidade perturbada, de uma mente doentia.

    Gostaria muito que um psicólogo ou um psiquiatra fizesse uma análise da sinistra ministra.

    Fica aqui a sugestão.
    Tino said...
    Para o Fernando

    O senhor é ignorante ou é da estirpe mentirosa dos socratinos.

    Os professores eram avaliados, por um processo que não era perfeito mas que até era semelhante ao que existe em alguns dos melhores países do Mundo.

    A sr.ª ministra foi copiar ao Chile um modelo de avaliação altamente burocrático, que queria implementar no prazo de um mês e que passados seis meses ainda não se consegue implementar.

    Até a Comissão Científica que a sinistra ministra nomeou diz que é preciso mais tempo.

    Sr. Fernando

    Leia, estude e não diga disparates.

    Recolocar nas escolas umas dezenas de sindicalistas desocupados é bem pouco para 3 anos de governação, durante os quais vários estudos científicos internacionais demonstraram que o nosso sistema educativo piora de ano para ano.

    E por sinal, as causas dessa realidade prendem-se fundamentalmente com a política ministerial, em especial em matéria de avaliação dos alunos...

    A sinistra ministra é tão má, que até Ana Benavente, outra responsável pela ruína da educação, consegue ver que se caminha para o abismo.
    Pacheco-Torgal said...
    TINO

    A falta de tino da sua opinião, torna evidente o seu estatuto de "Professor". Mais a mais, as pessoas que utilizam o termo "socratino", são apenas pessoas que estão em estado de choque por terem sido cilindradas por este Primeiro-Ministro, ou isso ou estão ao serviço do PCP, o tal Partido que acha que a Coreia do Norte é uma democracia.

    Não vale a pena esmerar-se a defender a avaliação que na suas palavras existia nas Escolas. Conhece algum "Professor" que tenha tido uma avaliação negativa ? Não se esforce a procurar que não encontra nenhum.
    Como reflexo de uma avaliação aceitável, estamos conversados.

    Antes desta Ministra chegar os Professores tinham uma carreira muito interessante, linitavam-se a andar pelas Escolas e um dia quando davam por isso estavam no último escalão.

    Percebo que lhe doam as medidas da Senhora Ministra.

    Só que a Ministra não está lá para tratar da vidinha dos Professores, como estiveram os outros Ministros da Educação no passado.

    Experimente ir passar umas férias á Coreia do Norte, talvez fique mais inspirado.
    Tino said...
    sr. Fernando

    Sou tão professor como o José... que também escreve sobre educação...

    Só por se escrever uns pequenos posts ou comentários sobre educação já se é professor...

    Já se percebeu a que estirpe você pertence.

    Este modelo de avaliação de professores não é uma avaliação de professores. É um mecanismo para poupar dinheiro e para promover o sucesso estatístico dos alunos.

    Quanto ao segundo propósito não é preciso dizer mais nada.

    Quanto ao primeiro, havia outros mecanismos, como reservar os últimos escalões para doutorados e mestres.

    Você que fala sobre o que não sabe, leia sobre a problemática do "Professor Titular", para perceber as grandes motivações dos professores.

    E veja os vários modelos de avaliação existentes no mundo. Está tudo na Net.

    Se lhe agrada, eu acho que um dos elementos de avaliação dos professores que ninguém propõe é através de exames quer sobre a parte científica quer sobre a parte pedagógica.

    Os professores que sabem mais, que estudam mais, têm de ser valorizados.

    Mas acho que isso não interessa aos professores e também não interesse aos ignorantes que são José Sócrates e Maria de Lurdes: o saber incomoda estas duas nulidades que apenas querem diplomados, mesmo que ignorantes, sejam alunos, sejam professores...
    josé said...
    Não deixa de ser estimulante, perceber que há algumas pessoas que acreditam neste ministério da Educação de Lurdes Rodrigues e acólitos, como se fossem os genuínos salvadores do estado calamitoso a que a Educação chegou em trinta anos de experimentação, fomentada pelos inquilinos da 5 de Outubro, com as equipas pedagógicas que fazem e desfazem programas, planos e leis de bases.

    Argumentar, como estes peregrinos de ideias soltas e perdidas, o fazem, com o facto de os professores serem uns malandrões que é preciso por na ordem, é do pior estalinismo intelectual que se pode ler.

    Entender as medidas deste ministério como salvíficas, por privilegiarem um discurso contra os professores, é de uma ingenuidade de palerma, deixem que vos diga.

    Os milhares de professores que foram, sendo formados ao longo dos anos, não precisam de capatazes na 5 de Outubro. Precisam de um ensino de qualidade superior à existente; de escolas superiores de excelência e de programas pensados por pessoas inteligentes.

    Dantes, há mais de trinta anos, ainda havia disso. Por causa disso mesmo, a ministra Lurdes Rodrigues, conseguiu fazer o seu curso de magistério primário, com aproveitamento em Português e Matemática ( apesar de por vezes lhe sair o "houveram" e coisas assim).

    Depois disso, a geração da Lurdes Rodrigues que é a minha também, deu em inventar e copiar soluções erradas que pouco ou nada resolvem e só fomentam divisões pessoais, intriga, maledicência acrescida e conflitos estéreis e nocivos até, à organização do ensino.

    Não sei onde foram buscar estas inovações.Mas sei por onde andaram e por isso, consigo dizer que vieram de sítios mal frequentados, leram coisas erradas e entendem o ensino de uma perspectiva que tem sempre em mente contrariar as ideias que vieram do "fascismo", único referencial que lhes encasquetaram na cabeça durante os anos em que o prof. Vital defendia a Constituição para devolver a Portugal o poder às classes trabalhadoras.

    Se ideologia temos no actual ensino, fomentada pelas cabeças pensadoras da 5 de Outubro, da geração que por lá se arrasta, é essa.

    Esperemos mais uns anos, até serem varridos, por causa do estado calamitoso em que puseram o país.
    josé said...
    Pegando no comentário de tino, resta ainda dizer o seguinte, ao sr. Fernando ( sem intuito pessoal, mas dirigido a todos os fernandos que assim pensam):

    Estas reformas do ensino, visam , sem margem para dúvidas e as evidências deveriam ser de tal ordem claras que dispensariam comentários, visam apenas alcançar uma poupança aos cofres do Orçamento.

    A avaliação de professores não é séria. Não o é, porque basta falar com alguns professores e conhecer os moldes em que a mesma se pode vir a desenrolar, para perceber que é, em si mesma, uma fraude.

    Portanto, o ministério ( e falo em colectivo, para que não se pense que pessoalizo a questão nesta triste ministra), continua a afirmar a excelência da avaliação como objectivo primordial e indiscutível.
    Chama-se a isto burlar as pessoas, ou como se dizia dantes ( no tempo da Lurdes Rodrigues no magistério primário ainda se aprendiam rifões populares), pôr o ramo num lado e vender o vinho noutro.

    Enganas as pessoas, é muito feio politicamente, mas normal para estas pessoas que nunca fizeram outra coisa na vida do que andarem a enganar-se a elas mesmas.

    Por isso é que se declaram muito orgulhosas nos diplomas que obtiveram, do modo que se conhece.

    O problema dos exames é exactgamente o mesmo: enganar a Europa ( vejam a parolice que isto representa!!!)

    Enganar a Europa, apresentando-lhe estatisticas que revelam algo profundamente errado e de burla gigante: que os alunos portugueses sabem mais e melhor agora do que há uns anos atrás.

    Pensando nisto, porque esta é a verdade das coisas, dá vontade de chorar. Pensar que esta equipa de ministério é capaz de uma coisa destas, é a pior coisa que se pode pensar de quem governa:

    enganarem-se a si mesmos, com argumentos em que aparentemente acreditam!

    E depois disto, só há a perguntar:

    que sanidade mental, têm estas estas pessoas?
    lusitânea said...
    As escolas transformadas em creches e ATL´se centros recreativos e de animação, com níveis de exigência 3º mundistas, indisciplina e má educação geral de tal modo entranhada que de facto se pode dizer que entramos na UE mas rumamos para África dirigidos por pequenos Mugabinhos que constantemente traem o seu próprio povo
    A merda do estatuto do aluno que vai entrar para o ano ainda vai piorar as coisas.Quem anda a mandar em Portugal é a classe que recebe casa social, tem comportamentos sociais impróprios e está satisfeita com o que tem.Tudo isso por conta dos outros há anos e anos a pagar o banquete...
    Mas com políticos com o back ground que estes apresentam o que é que se poderia esperar?Ir tudo para o pântano.
    Fernando Martins said...
    Texto excelente, comentários ainda melhores (há uma excepção, de um meu homónimo). Só um cegueta da pior espécie, um lambe-botas do PS e/ou do governo ou um atrasado mental não percebe o que de errado fez este Ministério e o elevado preço que o país irá pagar pelas brincadeiras desta equipa (MLR/Valter/Pedreira).
    Pedro Luna said...
    "Esta Ministra criou um sistem (SIC) de avaliação"

    Caro Fernando:

    Copiar o sistema chileno e piorá-lo é agoira criar...?

    Tenha juízo e fale do que sabe - acha que as suas mentirazecas podem passar incólumes?
    Pacheco-Torgal said...
    Caros leitores.

    Pois que já percebi que algumas alminhas perderam a cabeça com os meus singelos comentários. Vamos a ver se nos entendemos. EU SOU FILIADO NO PSD (secção de Coimbra). Portanto que fique claro que eu não ando aqui a fazer um favor ao PS. Contudo e estando o PSD como está, entregue a meia dúzia de patetas, antes votar no PS, do que ver o poder cair na rua, e chegarmos ao extremo pesadelo de ver o PCP a entrar no leque das possibilidades Governativas.

    Na verdade aquilo que eu enquanto contribuinte deste país não admito é que os meus impostos sirvam para alimentar certos parasitas que á sombra do Estado sempre viveram.

    "Professores"????
    Mas de que Professores estamos nós a falar ? Aquelas senhoras e senhoras que ingressaram na carreira, quando não era sequer necessário um Diploma de Ensino Superior para lá entrar?
    Daquelas Senhoras e Senhores, que abraçaram a causa da "Educação" porque outro emprego não conseguiram arranjar na vida?Era só o que faltava. Há efectivamente algumas pessoas que dedicaram a sua vida ao ensino e que infelizmente são metidas no mesmo saco dos incompetentes, mas estas são uma mimoria e não aparecem em manifestações a fazer patéticas figuras que desmerecem a condição de Professor e foi a pensar nestas que se criou a figura de Professor Titular que tanto ódio merece aos incompetentes.

    Quanto á proposta do Sr. Tino de reservar os últimos escalões para os Mestres e Doutores, ela mostra bem em que ponto está a conversa.
    Como bem sabe o Sr. Tino, qualquer dia tudo o que sai do Ensino Superior é Mestre. Por outro lado com a "facilidade" com que as Privadas formam Doutores, seja aqui seja na Espanha, qualquer dia ser Doutor é puro lixo. Isto já para não falar do óbvio, que é não se ver muito bem o que é que ser Mestre ou Doutor tem que ver com ser "um bom Professor"???

    A Ministra fez muitas asneiras, pois fez. Conhecem algum Ministro que não tenha feito?

    A Ministra tem muitos defeitos, pois tem. Conhecem algum Ministro que não tenha feito?

    A Ministra é sinistra? Pelo amor de Deus.
    Só alguém frágil da cabecinha, é que pode imaginar a Ministra vestida de bruxa e mexer num caldeirão onde fervem, asa de morcego, dente de dragão e dedinhos de "professor".Ele há com cada argumento.

    Os problemas da educação já existiam muito antes da Ministra ser Ministra. Mas o que dói aos "Professores", não é tanto a paixão pela educação. O que dói aos "Professores" são outras coisas.

    Eu não me lembro dos "Professores" terem algum dia feito uma greve por causa da EDUCAÇÃO em abstracto.

    Aquilo que dói aos "Professores" é terem lhes mexido no seu Estatutozinho. Isso é que não pode ser, pois não?
    lusitânea said...
    Este comentador anterior sabe da poda, isto é, de propaganda.
    Olhe caro sr esses professores de que fala sem licenciatura estão todos no antigo 10ª escalão e entraram na fase da "manualidade"="intelectualidade", isto é no PREC e foram-lhes sendo concedidas "facilidades", por todos os governos.Só serão alguns prejudicados na idade de reforma e pouco mais.
    A verdade é que a ministra quis atingir foi a massa dos licenciados, reduzir-lhes a massa salarial e agravar as condições de trabalho, escravos das crianças do mundo que aqui chegam como se de colégios Suiços se tratasse... com as mensalidades pagas pelos contribuintes Portugueses.E sem condições de trabalho.Na mão das crianças e dos papás, que como se sabe na nossa actual sociedade são o espelho da nação...
    Disciplina=0,exigência, através de exames nacionais como havia no outro tempo=0,propaganda contra o professor=100.
    O Ministério de que a Lurdinhas é a cara continua em suma uma merda, como tinha vindo a ser há muito tempo aliás...
    Recriem é as antigas escolas comerciais e industriais... como no tempo da outra senhora pois claro...
    lusitânea said...
    Perdão que o máximo é o 9º escalão
    Fernando Martins said...
    Caro "Fernando":

    O senhor pode ser o que quiser, a ficção não paga imposto (até filiado no PSD de Coimbra...) agora o que não pode dizer é mentiras e ficar à espera que comamos calados.

    Só para perceber quem é Maria de Lurdes Rodrigues e a sua equipa da Ministério, há que recordar certos factos:

    - que a Ministra tem problemas de foro psicológico (o que a levou a insultar impunemente os professores durante dois anos) e dá erros elementares de português na sua oralidade;

    - que a avaliação dos professores que antes existia era igual ou similar à da esmagadora maioria dos países do 1º mundo;

    - que o modelo de avaliação que entretanto está a tentar impor (copiado do modelo chileno) é só fumaça para conseguir o objectivo de impedir a chegada ao topo da carreira de mais 2/3 dos docentes, mesmo que estes sejam excelentes professores;

    - que a Constituição e a Lei de Bases do Sistema Educativo (que espero ainda não tenham sido revogadas pela Ministra...) impunham uma gestão democrática das Escolas e que a sr.ª ministra olimpicamente ignorou e destruiu;

    - que o Estatuto do Aluno leva a que os bons alunos sejam penalizados e os maus premiados;

    - que o despautério de exames mal feitos, atropelos à lei sancionadas por tribunais, aldrabices nas correcções e quejandos tenham levado a extremos estatísticos que provocam o riso nos mais inabituais comentadores e a revolta nas Associações de Professores (v.g. Matemática e Português);

    - que o labor legislativo do Ministério é tal que no mesmo mês pode surgir um Decreto, uma alteração ao mesmo e uma alteração à alteração à alteração, seguida de uma aclaração por um Direcção Regional;

    - que as palavras de um Secretário de Estado provocam a gargalhada geral na plateia de professores, com aconteceu em 08.06.2008 em Lisboa;

    - que, enfim não haja nem rei nem roque no Ministério a que tão ilustre senhora preside;

    - o pagamento quase na íntegra do orçamento da Confederação das Associações de Pais (que fala o que a Ministra quer mas que parece já não conseguir aguentar tudo e todos, com se está a ver...) conduziu a situações patéticas e ridículas, bem desnecessárias para a CONFAP e ME.

    Se houve coisas boas (porque as houve) a montanha de m... que lhe está por cima impede-me de as ver e de poder falar como o senhor fala.

    PS - sou um professor esgotado por tudo isto que se passa nas Escolas e no Ministério, que teve aumentos abaixo da inflação nos últimos 8 anos, que trabalha bastante mais do que as 35 horas que estão no meu contrato e que espera que venham rapidamente eleições para corrigir o se puder ainda corrigir,se ainda for possível...
    Pacheco-Torgal said...
    Caro Fernando Martins,

    até pode ser que você trabalhe mais que 35 horas e que se dedique á causa da Educação como afirma, não me venha é dizer que essa é a regra na sua classe, porque não é.

    Eu conheço muito bem os Professores que tive, alguns poucos eram dedicados, outros andavam lá por manifesto engano e de forma desplicente lá iam debitando as suas aulinhas, e para esses se os alunos aprendiam ou não, dava no mesmo. Já nem falo daqueles para quem o ensino era um gancho, para complementar o vencimento de advogado ou engenheiro e que só estavam e estão na escola durante as horas lectivas. Ou ainda daqueles que passam o ano a meter atestados médicos por dá cá aquela palha.

    E se não acredita que sou filiado no PSD, porque convencido estará que eu sou mais um "socretino" ao serviço da máquina de propaganda do PS, nem vale a pena dizer-lhe qual a minha profissão, que é para não o desiludir.

    Contudo, é pena que os Professores tenham somente feito a tal manifestação que fizeram pelos motivos que fizeram, porque só 1/3 daqueles chegarão ao topo da carreira. Quantas pessoas no Ensino Superior chegam ao topo da carreira? E porquê? Muito simplesmente porque o tal país pobre de que fala o Sr. Medina Carreira consome mais do que aquilo que produz, logo é preciso cortar na despesa, não há infelizmente oura receita.

    E contudo podiam efectivamente os Professores terem capitalizado a simnpatia pública se em vez de terem elegido as regras de subida na carreira como alvo do seu descontentamento o tivessem feito em relação á falta de autoridade que ao longo dos anos lhes foi sendo subtraida. Teriam capitalizado muito mais se cada vez que algum Professor fosse agredido fizessem greve geral. Basta ver o que aconteceu com o tal episódio do "dá cá o telemóvel".

    E é isto que o país não compreende, que os Professores aceitem ser enxovalhados pelos alunos e façam finca pé somente em termos da sua avaliação e do acesso ao topo.

    E já agora, eu acredito que a Ministra apesar de todos os defeitos que tem é muito melhor que certos Ministros anteriores que por lá passaram e que se limitaram a ver a caravana passar. Como se costuma dizer só quem não faz é que não erra e se a Ministra não quisesse errar, bastava simplesmente não fazer nada.

    Aliás a Ministra é um génio quando comparada com o Secretário Valter Lemos. O tal que era do CDS e agora aparece com o maior descaramento no PS. Esse sim um autêntico erro de casting. A verdadeira incompetência sobre duas pernas.
    Tino said...
    Para o Fernando (putativamente do PSD)

    Sem conhecer profunda e detalhadamente estes assuntos, acho que você vê tudo ao contrário.

    Parece-me que para cada coisa certa que este ministério fez, fez uma dezena ou centena de coisas erradas.

    Eu só consigo ver duas coisas positivas:

    a) Aulas de substituição, para evitar que os alunos estejam na rua quando um professor falta, mas ainda assim duvido que tenha grandes benefícios. Sempre dá umas notícias propagandísticas.


    b) Reduzir o número de professores que estavam desocupados nos sindicatos. Poupa uns milhares de contos por ano e deu oportunidade a mais uma notícia propagandística.

    Não consigo ver mais nada. Mesmo as aulas de inglês na escola primária, tenho dúvidas se os custos financeiros compensam os benefícios de umas dezenas de palavras prendidas, que numa semana ou duas se aprendem no antigo ciclo preparatório.

    Quanto ao pouco valor dos mestrados, está a falar para o futuro, pois quem impôs a reforma de Bolonha às universidades foi este governo. Desvalorizar os doutoramentos é não saber o que é um doutoramento feito em Portugal, com rigor e exigência bastante superior a quase todos os países do mundo.

    A hipótese de reservar os escalões superiores para mestres e doutorados não garante que sejam melhores professores.
    Mas pelo menos há um critério de mérito. No mínimo licenciaram-se com 14 valores.

    A escolha dos excelsos titulares não tem a menor validade. Encontrará entre eles muitas nulidades e talvez professores que nem licenciados serão.
    Não havendo uma fundamentação válida para uns serem e outros não, como podem uns aceitar receber menos e serem avaliados por outros a quem não reconhecem mérito.
    Teoricamente um licenciado com 20 valores pode ser avaliado por um Titular que se licenciou com 10 valores ou que nem é licenciado. Que excelente sistema este...

    Tive a curiosidade de consultar alguma legislação sobre educação e observar algumas portarias, despachos, avisos e quejandos.

    O que vi foi a maior anarquia, a maior confusão. Aquela camarilha não tem a menor noção do que seja a Ordem Jurídica. Parece uma putalhada que decidiu brincar a fazer decretos e portarias, uns atrás dos outros.

    Não se encontra na história da administração publica portuguesa um período tão negro em matéria de funcionamento de um ministério, nem na 1.ª República. É o caos total...

    E como as escolas não têm juristas, eu ainda me admiro como é que elas conseguem funcionar com a brutal desordem e diarreia legiferante deste governo.

    É demasiado para ser só incompetência. A ministra deve ser psicopata e deve divertir-se a criar confusão entre os professores.

    Já o Valter Lemos parece um Neanderthal. E não é apenas na fisionomia, de que a criatura não tem culpa. Intelectualmente é um autêntico Neanderthal ou pior. É quase um primata que em vez de brincar com paus e bananas, brinca aos secretários de estado.

    Como a ministra, ainda não adquiriu um perfeito desenvolvimento da linguagem.

    Isto parece um filme de terror.
    Fernando Martins said...
    Caro "Fernando":

    Coloco intercalados os meus comentários...


    "até pode ser que você trabalhe mais que 35 horas e que se dedique á (SIC) causa da Educação como afirma, não me venha é dizer que essa é a regra na sua classe, porque não é."

    Se for aos meus Blogues perceberá alguma coisa sobre o meu trabalho - e como professor se calhar sei julgar melhor o trabalho dos meus colegas do que o senhor, mesmo com cartão de um partido qualquer... Os professores, na sua esmagadora maioria, trabalham hoje mais de 35 horas semanais (há grupos com sorte, mas mesmo estes não estão longe deste valor) - com uma agravante: hoje trabalhamos até aos 65 anos (quando a nossa cabeça já não dá para o que nos pedem) ou até morrermos, com tem acontecido com colegas com cancro em casos sucessivos.


    "Eu conheço muito bem os Professores que tive, alguns poucos eram dedicados, outros andavam lá por manifesto engano e de forma desplicente lá iam debitando as suas aulinhas, e para esses se os alunos aprendiam ou não, dava no mesmo. Já nem falo daqueles para quem o ensino era um gancho, para complementar o vencimento de advogado ou engenheiro e que só estavam e estão na escola durante as horas lectivas. Ou ainda daqueles que passam o ano a meter atestados médicos por dá cá aquela palha."

    Hoje casos desses são impossíveis (há pouco tempo um engenheiro, na minha Escola, saiu para ir trabalhar numa empresa - já não aguentava mais...). E mesmo os atestados são mais controlados, bem como o número de faltas e a possibilidade de faltar sem descontos (o que até acho bem...).

    "E se não acredita que sou filiado no PSD, porque convencido estará que eu sou mais um "socretino" ao serviço da máquina de propaganda do PS, nem vale a pena dizer-lhe qual a minha profissão, que é para não o desiludir."

    Faça o favor de me desiludir...


    "Contudo, é pena que os Professores tenham somente feito a tal manifestação que fizeram pelos motivos que fizeram, porque só 1/3 daqueles chegarão ao topo da carreira. Quantas pessoas no Ensino Superior chegam ao topo da carreira? E porquê? Muito simplesmente porque o tal país pobre de que fala o Sr. Medina Carreira consome mais do que aquilo que produz, logo é preciso cortar na despesa, não há infelizmente oura receita."

    É MENTIRA que os professores tenham feita a maior manifestação de sempre pelos motivos que invoca - estamos fartos de ser insultados pelas tutelas, de receber legislação mal feita, mal corrigida, destruidora de tudo o que ainda havia de bom na Escola, de nos tornarem nuns senhores que fazem tempos livres para as crianças e dão umas aulas nos intervalos, sem podermos avaliar e preparar convenientemente os nossos alunos. É claro que o dinheiro não chega para tudo e nem todos podem chegar ao topo - mas a maneira com isto foi feito está errada de raiz: gente incompetente foi para titular e os mais novos, nas grandes Escolas, nunca chegaram ao topo da carreira mesmo que sejam os melhores professores do Mundo. Acha isto bem...?


    "E contudo podiam efectivamente os Professores terem capitalizado a simnpatia (SIC) pública se em vez de terem elegido as regras de subida na carreira como alvo do seu descontentamento o tivessem feito em relação á falta de autoridade que ao longo dos anos lhes foi sendo subtraida."

    Nós não queríamos capitalizar nada - queríamos apenas manifestar a nossa revolta (as duas únicas manifestações a que fui em toda a minha vida foram em Março de 2008).


    "Teriam capitalizado muito mais se cada vez que algum Professor fosse agredido fizessem greve geral. Basta ver o que aconteceu com o tal episódio do 'dá cá o telemóvel'."

    Se cada vez que um professor é agredido nós fizéssemos greve quase não havia aulas - há ordens para abafar estes casos (na minha Escola este ano já houve uma agressão de um aluno a um professor...).



    "E é isto que o país não compreende, que os Professores aceitem ser enxovalhados pelos alunos e façam finca pé somente em termos da sua avaliação e do acesso ao topo."

    Os professores não aceitam ser enxovalhados, seja pela Ministra, seja pelos Secretários de Estado, seja pelos jornalistas, sejam por anónimos como o senhor - mas há manipuladores que pensam que se repetirem muitas vezes que é por causa da avaliação e do acesso ao topo da carreira que os professores estão zangados que isto passa a ser verdade. Não é nem poderia ser ser.


    "E já agora, eu acredito que a Ministra apesar de todos os defeitos que tem é muito melhor que certos Ministros anteriores que por lá passaram e que se limitaram a ver a caravana passar. Como se costuma dizer só quem não faz é que não erra e se a Ministra não quisesse errar, bastava simplesmente não fazer nada."

    A Ministra é melhor em que? No péssimo português, nas birras, nas decisões ilegais, na legislação estapafúrdia, na benevolência nos exames, na aldrabice das estatísticas, nos computadores de 3ª dados para os estudantes jogarem, nas mudanças constantes de algumas políticas, na destruição da autoridade dos professores, na criação de um Estatuto do Aluno que protege os maus, na gestão anticonstitucional e antidemocrática das Escolas e muitas outras asneiras...?

    "Aliás a Ministra é um génio quando comparada com o Secretário Valter Lemos. O tal que era do CDS e agora aparece com o maior descaramento no PS. Esse sim um autêntico erro de casting. A verdadeira incompetência sobre duas pernas."

    Pois o senhor Valter Lemos é a verdadeira cabeça legisladora do ME - toda a gente sabe. Dentro do PS, em Abril, falava-se dele com Ministro para substituir MLR se não tivesse (infelizmente...) havido acordo com os Sindicatos...

    Deixe de dizer mentiras e fale do que sabe - só cretinos debatem aquilo de que nada sabem.

    PS (pode ler-se PSD, em homenagem ao meu homónimo, dedicado membro desse partido...) - concordo com o Tino quase em absoluto.
    Pacheco-Torgal said...
    Caro "Professor" Fernando Martins

    Os seus insultos mostram bem que tipos de Professores é que temos.
    Assim sendo e como e costuma dizer "i rest my case".
    Fernando Martins said...
    Caro "Fernando":

    As minhas aspas remetiam para o facto de o seu perfil de blogger ser inexistente (nada que o identifique ou o permita conhecer, nem sequer o bloguezinho...). Não tinham outro intuito - se o magoei, peço desde já desculpa por tal facto.

    Quanto ao facto de pôr a minha profissão entre aspas, não ligo a provocações primárias e juvenis - um professor com 17 anos de serviço sabe não pode fazer.

    Quanto aos insultos, não estou a ver nenhum nos meus textos. Há factos e insinuações - se quiser rebater um só que seja, dos meus 3 comentários, faz favor. É que até agora não rebateu nenhum.

    PS(D) - deixe-se de amuos e responda. Se tem dúvidas sobre quem sou, o que faço ou onde o faço, vá ler os meus blogues.
    Pacheco-Torgal said...
    Este comentário foi removido pelo autor.
    josé said...
    Doutor Fernando:

    V. escreve:
    "O Estado deve estar presente somente na Segurança, na Justiça e exercer uma função reguladora do mercado, quanto ao mais é privatizar tudo."

    Acha mesmo que em Portugal, depois de trinta anos de colectivização de algumas áreas chave da economia ( energia, comunicações ) e após uma reprivatização que afinal conserva golden shares do Estado, estamos prontos para um choque neo-liberal que nem os países mais liberais têm?

    O Estado Novo era mais liberal, em economia, do que esta República que agora temos.

    Acha que indivíduos como o Sòcrates ou a ministra da Educação, tem capacidade e saber para dirigir o páis, de forma harmoniosa, para esse estádio de desenvolvimento neo-liberal?

    Aliás, conhece algum Estado em que isso aconteça?
    Fernando Martins said...
    Caro Doutor Fernando:

    Tendo agora um conhecimento aproximado de quem é, passo a responder às suas dúvidas do último comentário.

    Antes de mais é sempre interessante falar com alguém de uma área próxima da minha (sou geólogo) e hei-de um dia destes ler alguns dos seus textos, pois há coisas que me interessam na sua lista de publicações.

    Quanto ao resto, for fazer citações do seu texto acompanhadas de comentários...

    "Quanto a insultos, se acha que apelidar alguém de cretino e metiroso (SIC) não é insulto, estamos conversados."

    As minhas desculpas pelo facto de ficar melindrado pelo tratamento que lhe dei - vê-se que não está habituado a andar pela Blogosfera. E vê-se ainda que não sabe o que, a coberto do anonimato, muita gente diz (ou dizia) neste Blog, só por não ser da mainstream.


    "Sobre o resto não há muito que discutir. O Sr. está convencido que a Ministra é a sede da imcompetência (SIC) e do mal absoluto, eu pura e simplesmente reservo-me o direito de não acompanhar esse raciocinio (SIC)."

    Este raciocínio é confirmado por todos os dados que lhe dei em 4 comentários anteriores e o senhor não rebateu nada neles. Basta ler o que nos últimos 6 meses se tem escrito na imprensa para perceber que o mito MLR caiu e só quem está totalmente fora do que se passa nas Escolas pode ainda pensar como o senhor pensa. Para perceber melhor, dou-lhe um exemplo em área que lhe interessa: o exame de 11º de Biologia e Geologia, bastante acessível (como a esmagadora maioria dos exames, curiosamente) tem uns critérios de avaliação fantásticos - a minha mulher esteve ontem numa reunião mais de três horas e sabe disso, pois está agora a corrigi-los - basta dizer que coisas que qualquer professor consideraria erradas têm direito a metade da cotação agora. E assim se constroem estatísticas para Europa ver, destruindo a qualidade e exigência necessárias à avaliação. E depois não se queixe quando lhe chegarem analfabetos funcionais à Universidade...


    "Quanto a você conhecer melhor os seus Colegas do que eu. Vai desculpar-me mas como também já passei pelo Ensino Secundário tendo sido inclusive Director de Turma, sei muito bem o trabalho que por lá se fazia. E lembro-me perfeitamente das intermináveis e insuportáveis reuniões em que os meus "Colegas" á data, aproveitavam para falar de tudo e mais umas botas, sem que se chegasse a lado algum. Reuniões improdutivas como aquelas nunca pensei sequer que pudessem existir."

    Admito que no passado era assim - hoje, com a quantidade de papéis e burocracia, a reunião vai toda cozinhada e não há hipótese de brincar ou fazer outras coisas, sobre risco de transformar reuniões de 3 horas em 5 ou 6 horas, como hoje vou ter. Sabia, por exemplo, que cada negativa é agora justificada por escrito, numa montanha de papéis e para se reprovar um aluno tem de haver acordo com o Encarregado de Educação?


    "Aliás o próprio Tino reconhece que a Ministra fez algumas coisas boas, o que mostra alguma honestidade no seu raciocinio (SIC). Você nem isso, para si tudo o que vem desta Ministra é algo mau, péssimo, ou pior."

    Eu disse num comentário anterior que concordava com o Tino e repito-o: acho bem que os Sindicatos tenham menos representantes sem dar aulas e acho que têm coisas boas as aulas de substituição. Poderia ainda dar-lhe mais dois ou três exemplos de coisas que achei interessantes vindas do Ministério...


    "E já nem falo dessa verdadeira originalidade que é haver Professores com horário zero.Se o Estado não tem trabalho para dar aos seus funcionários, também não tem que lhe dar qualquer vencimento, esses senhores de horário zero já deviam por isso ter procurado emprego noutro sitio (SIC), já que o Estado não é nenhum guarda-chuva para gente desocupada. Eu não pago impostos para sustentar quem não tem o que fazer.Fiquei por isso bastante contente em saber que este Governo resolveu desenterrar o quadro dos supranumerários para incentivar essas pessoas a mexerem o rabinho."

    Os horários zero existem por mau planeamento do Ministério e pelo facto de muitas horas que antes entravam no horário são agora feitas sem horas (ou nas horas de Escola, pois agora para além das 22 lectivas há horas de Escola em que se faz quase tudo). Não discordando em absoluto do que diz, acho contudo que a Ministra exagerou, pois agora eu trabalho em média cerca de 40 a 45 horas semanais, quando o meu horário é de 35 horas. E recordo-lhe, os supranumerários vão contra as promessas eleitorais do PS na campanha.


    "E já que se queixa tanto da descriminação a que os Professores tem vindo a ser submetidos, acho que devia procurar um termo de comparação nos restantes quadros técnicos da Administração Pública, para reconhecer que há quem esteja pior. Os Técnicos que trabalham nas Câmaras Municipais, com as novas regras só 5% é que vão chegar ao topo."

    Eu acho bem que se avalie, concordo com muitas coisas nesta avaliação, discordo da componente burocrática (excessiva) e com o facto de haver quotas para os resultados de per si, não para haver quotas para as subidas ao topo. Acha bem que na sua Universidade, só porque os lugares de topo estão preenchido, que o doutorando não possa ter nota máxima na sua tese de doutoramento? E que os mais incompetentes, por velhice, ocupem todos os lugares de topo e os mais novos, mesmo sendo excelentes, nunca possam chegar a titulares? É o que vai acontecer a muita gente - a minha mulher nunca será titular pois na Escola dela só se houvesse um ataque bombista alguém irá a titular nos próximos 20 anos...


    "E férias quem é que na Administração Pública tem 2 meses de férias como os Professores?"

    Aqui tenho mesmo de lhe chamar mentiroso - quem é que tem 2 meses de férias? Se no seu tempo assim era, hoje não é verdade - eu já me aconteceu, até durante as férias, ser chamado para ajudar na Escola. Os professores têm agora o mesmo n.º de dias de férias de outros funcionários públicas e são regularmente convocados para trabalhar nos períodos de interrupção lectiva, isto para além de todo o trabalho (preparação de aulas, actualização, estudo) que se faz nesses períodos. Eu passo as férias a ler coisas da minha área, o que se enquadra na componente não lectiva do meu trabalho. E hoje há a obrigação de fazer formação de professores (agora paga pelo nosso bolso...) em períodos não lectivos - o que dá cabo das atrás citadas pseudo-férias (eu, por exemplo, estou a organizar uma acção de formação, a decorrer na Páscoa do ano que vem, que terá 9 dias ininterruptos de actividades...).


    "Se a sua Profissão é assim tão má, porque motivo existem tantos jovens no Ensino Superior a querer ir para lá ??
    São aos milhares aqueles que todos os anos terminam cursos via ensino. Devem ser masoquistas, ou não sabem que é uma profissão muito desvalorizada!??"

    Aqui concordo em absoluto consigo... Deve ser das raras coisas em que podemos concordar, pois o Governo devia fechar a torneira nalguns cursos e planificar o futuro. Mas este governo não vê para além do imediato - o que eles gostam são de estatísticas aldrabadas.

    PS - Deixo-lhe um último repto: rebata os meus argumentos sobre a Ministra e o Ministério - tem num meus comentários dezenas que deveriam merecer reflexão crítica antes de dar um aval à Ministra e sua equipa...
    Fernando Martins said...
    Caro Doutor Fernando:

    Já agora, para perceber quem é a Ministra da Educação, como é o Ministério da Educação e em que condições hoje se ensina, sugiro, se quiser, que vá a estes Blogues:

    A Educação do meu Umbigo:
    http://educar.wordpress.com/

    Ramiro Marques:
    http://ramiromarques.blogspot.com/
    Pacheco-Torgal said...
    Caro José,

    eu não sei se o país está preparado para avançar para esse regime de liberalização, mas entendo que não há outro caminho, pelo que voto num Partido que me pareça ter um programa que avançe nesse sentido. Para mal dos meus pecados, nas últimas eleições votei no pateta do Santana, convencido que estava que o Socrates era apenas uma má cópia do Guterrres e gente cobarde e sem espinha como este "politico" Deus nos livre. Se o Socrates não tem capacidade para tal tarefa muito menos tem os populistas que agora pululam pelo PSD. Quanto menos Estado houver em Portugal melhor, porquê? Em Portugal o Estado só tem servido básicamente para uma coisa, arranjar uns cargos para colocar os amigos e distribuir umas benesses pelos familiares dos amigos. Há paises como seja o caso dos paises escandinavos em que um Estado com uma dimensâo elevado não é em si algo negativo, pela simples razão que lá não utilizam o Estado para proveito próprio, lá tem vergonha, deve ser da ética Prostestante.


    Caro Professor Fernando Martins

    Não pretendo rebater os seus argumentos, até porque em primeiro lugar não trabalho para o PS e portanto ninguém me paga para defender a acção Governativa.

    Em segundo lugar, porque há evidências que não se podem negar, como seja o caso do Ministério ter feito muitas asneiras. Acontece que o Ministério tem acima de tudo uma função politica e não técnica. Se há erros técnicos eles tem origem nos Assessores que parasitam a 5 de Outubro e não tanto na Ministra.

    A Ministra tem um programa que induz o facilitismo e tem como objectivo trabalhar para a estatistica?

    E depois?

    A razão de Estado não tem muito que ver com as regras da boa arte.

    Porque motivo no estrangeiro já há muito tempo que 4 anos no Ensino Superior davam direito a um canudo de Master e em Portugal o mesmo Diploma só se obtinha com 5 anos de licenciatura e 2 de Mestrado?

    Cá precisavamos de 7 anos para obter algo que lá fora se obtinha em 4 anos????
    Fernando Martins said...
    Caro Doutor:

    Fico satisfeito pelo facto de não rebater nenhum dos pontos por mim focados (como se diz na minha terra, quem cala, consente...).

    Para perceber melhor o facilitismo, um texto publicado no Blog De Rerum Natura - http://dererummundi.blogspot.com/:

    "Basta de exames fáceis, dizem eles!

    Nas entrevistas que se fazem aos alunos à saída dos exames nacionais, sejam elas para a televisão ou para os jornais, ressalta uma coisa surpreendente: a maioria, não arriscando escrever a esmagadora maioria, acha-os fáceis ou muito fáceis; e, mesmo, os que reconhecem não ter estudado ou ter estudado pouco, acham-nos acessíveis.

    Este estranho "fenómeno" pode ter inúmeras explicações mais ou menos delirantes: uma é que, sem se darem conta, os jornalistas escolhem os alunos mais aplicados e conscientes; outra é que os alunos estudam muitíssimo e conseguem aceder a um grau de excelência que sustenta a confiança que evidenciam; outra é que o seu optimismo aumenta na mesma medida em que do pessimismo dos professores…

    Há outra explicação em que algumas associações de professores e especialistas teimam: os exames são, de facto, fáceis. Melhor: são cada vez mais fáceis. E porquê? Para se obterem resultados “agradáveis” e, assim, acreditarmos que a qualidade do nosso sistema de ensino melhora, quando, na verdade, piora. Eu própria, sempre que analiso um exame nacional, tendo a corroborá-la. Mas a tutela desmente-a sistematica e veementemente, alegando que provém de vozes suspeitas, que denotam má vontade, vozes que procuram uma conspiração onde reina a transparência. É certo que os argumentos de que a tutela se socorre não constam da docimologia (estranha palavra que significa estudo dos exames), mas admito que pode guiar-se por outra lógica, ainda que não vislumbre qual.

    Devo assinalar que este cenário não é exclusivo do nosso país, está bem identificado e caracterizado na literatura internacional.

    O que eu de maneira alguma esperava e, certamente, a tutela também não, era que os próprios alunos adoptassem a última explicação que referi e, mais, dissessem "basta". Pelo que ouvi a vários entrevistados, não querem exames que defraudem as suas expectativas; querem exames que meçam o que efectivamente estudam.

    Considerando que nos documentos macro-curriculares se frisa a importância de se atender às necessidades, motivações e interesses dos alunos, talvez seja legítimo concretizar esse propósito e rever a exigência dos exames nacionais, como eles, afinal, solicitam."
    josé said...
    Também concordo com a ideia de que o melhor Estado é o Estado minimalista, na intervenção económica.

    Mas concordo, em teoria e tendo como referência experiências do passado ( precisamente o período marcelista, mesmo com intervenção condicionadora-hoje dir-se-ia reguladora). Acho que a nossa economia, nunca esteve tão bem encaminhada do que nesse período de ouro em que o crescimento se fazia nos 6% e mais, e se promovia através de verdadeiras empresas privadas que supriam o papel do Estado na própria formação profissional ( CUF, por exemplo).
    Por outro lado, a inteligentzia do Estado Novo, tinha logrado implantar um ensino-técnico profissional que se não tivesse sido desmantelado, pelos comunistas ( e socialistas) hoje seríamos mais avançados que os espanhóis em várias áreas. É apenas o meu palpite, mas permite julgar que também acredito nas virtualidades do Estado mínimo.

    Mas...! Atenção!

    Portugal passou por uma experiência de trinta anos a sofrer consequências da colectivização dos sectores produtivos fundamentais e dos serviços também.

    Foi o forrobodó, porque nunca foi verdadeiramente carne nem peixe. Ou então foi apenas carne para o canhão dos apaniguados partidários do sistema que temos.

    O papel dos verdadeiros empresários, ficou reduzido aos serviços ( Salvador Caetano, Belmiro, Américo Amorim também, embora menos).

    Que dizer disto? Que não é possível desmantelar um Estado destes sem provicar muito mal a muitas famílias, a milhares de famílias. E isso é insustentável socialmente.

    A transição a meu ver, deve ser de outro modo e deveria assentar no sistema educativo.

    Porém, o que temos visto com esta inenarrável equipa ministerial, é precisamente o oposto daquilo que seria preciso fazer.
    As medidas erráticas, estão erradas, tortas e vão na direcção oposta á que deveria ser a mais ahustada a essa transição.
    No final, vamos continuar a ter mais Estado e menos sociedade civil, porque esta está anémica e principalmente anómica.

    Fiz-me entender?
    Pacheco-Torgal said...
    Caro Fernando Martins, em primeiro lugar agradeço-lhe que não volte a tratar por Doutor. Se entrei nos comentário como Fernando, por algum motivo foi.

    Lamento que a sua mulher nunca chegue ao topo, mas essa é a regra no resto da Administração Pública, mas pelo menos está melhor que a minha que há já algum tempo que deixou de ter colocação no Secundário.

    É claro que os exames estão mais fáceis. Só que em termos politicos, nunca a Ministra pode admitir tal. Mas será muito mau para o país que os exames sejam mais fáceis? Porquê?

    Isso é de certa forma desligitimar o papel do mercado. Não está provado que quem tenha menos sucesso no secundário se revele profissionalmente um fracasso.

    Foi um equivoco alimentado durante anos a fio, que o sucesso profissional tivesse que incluir a frequência de um curso Superior. Pelo que no Secundário está tudo erradamente direcionado para o Ensino Superior.

    Por outro lado, a partir do momento em que a matriz sociológica das familias, deixou de ser constituida pela familiazinha com pai e mãe, incarnando os dois, modelos de comportamento social que incarnavam o ideal salazarista. Para passarmos a ter familias monoparentais, ou familias destruturadas (embora uma não tenha que ver com a outra) relacionados ou não com situações de toxicodependencia. A partir dessa altura a exigência escolar baixou, para se assegurar um nivel médio, enquanto a excelência passa a estar a cargo dos Colégios Privados, onde as familias de rendimentos mais elevados agora fazem fila para matricular os seus filhinhos.
    Pacheco-Torgal said...
    Caro José,

    não partilho do seu saudosismo acerca do Estado Novo. Primavera Marcelista incluida.

    Fazer algumas pérolas, quando o Estado não garantia nada a ninguém, (os gastos com a segurança social eram praticamente nulos) e quando milhões de Portugueses iam para a França trabalhar nos Bidonville, não é o que entendo por um Governo minimamente aceitável. Se são essas as suas referências, então está muito mais á direita do que eu.

    Qualquer Governo que esteve em funções depois do 25 de Abril é seguramente melhor, quanto mais não seja porque Governou em democracia e sujeitou-se ao escrutinio dos seus compatriotas.

    Pese embora o facto do Sr. José achar o actual Governo uma m.

    A verdade é que Governo que temos, é o Governo que o povo português votou maioritáriamente, em alternativa ao Governo Santana. Está ainda por demonstrar, que a maioria do povo português irá nas próximas eleições votar noutras forças politicas.

    Apesar de todas as peripécias á volta da licenciatura do PM, apesar de todas as asneiras levadas a cabo pela Ministra da Educação.

    A não ser que se prove que o Socrates roubou para uso pessoal e tem alguma conta na Suiça, eu aceito apostas em como este Governo voltará a ganhar as próximas eleições legislativas.

    Nessa altura veremos se a explicação passará, pelo facto de se dizer que o "povo" não soube votar.
    josé said...
    fernando:

    Foi V. que defendeu o Estado mínimo. Logo, sem Segurança Social. Não vejo a sua coerência em atacar o governo marcelista pelo facto de ter uma Segurança Social incipiente ( e avançaria mais, porque foi nessa altura que se fizeram mudanças, na assistência social, com o alargamento das Casas do Povo e a inclusão de serviços médicos e de enfermagem. Eu sei, porque vi e lembro-me.

    Os pobres, nessa altura, beneficiavam desse sistema. Com tendência a evoluir para a social democracia, como é evidente também.

    Mesmo assim, cingi-me à organização económica, com empresas privadas fortes e de implantação sólida.

    Hoje, não temos muito disso.
    josé said...
    Dou de barato que o Sócrates e os seus ministros sejam honestos do ponto de vista pessoal.

    Honestos, em comparação com o que se passa em Angola, por exemplo.

    Mas fico por aí, porque para mim, a honestidade vai muito mais além e implica o uso directo e principalmente indirecto dos bens públicos, sem aproveitamento pessoal.

    E sobre isso, já náo tenho muito bem a certeza, quando vejo a movimentação de políticos dessa área para a banca e grandes empresas.

    Será isso um sinal de honestidade?
    Pacheco-Torgal said...
    Eu nunca defendi um Estado inexistente. Nem defendo como antes se fazia um modelo económico do monopólio minimo garantido, baseado na lei do condicionamento industrial. Onde por exemplo o uso de isqueiros pagava imposto, por causa de proteger a Fosforeira Nacional.

    A politica não é um exercicio de virtudes. É antes mais o que fazer para atingir determinado resultado que resulte em beneficio de todo um país.

    A questão não passa tanto por escolhermos para politicos, modelos de virtudes (como se faz nos Estados Unidos) mas antes pessoas que consigam resultados.

    O Salazar era muito honesto e muito poupadinho. Pese por isso embora alguns tristes saudosistas que acham que foi um grande Português, como meu voto não ia a lado algum.

    Tipos como o Salazar, servem apenas para manter o status quo. Servem apenas para manter o pobrezinho, quietinho e caladinho, enfim para transformarem um país á sua imagem e semelhança, um deserto de ideias, um povo castrado. Os povos apuram-se na guerra, pelo que o favor que o Slazar nos fez, de manter a nossa neutralidade só serviu para gerar portugueses de quinta categoria.

    É claro que há uma questão se deve colocar, será que um politico deve evitar que após a sua passagem pelo Governo, vá trabalhar para empresas por si tuteladas? Talvez, se for compensado desse facto.

    Eu não sou daqueles que pensam que os politicos ganham muito. Para a responsabilidade que tem um Ministro devia ganhar 3 ou 4 vezes mais. Só que em Portugal, por principio todos os politicos são canalhas sem escrupulos, pelo menos assim gostamos de pensar. Contudo no fundo os politicos são apenas o reflexo do povo que os elegeu.
    josé said...
    fernando:

    A sua argumentação ressuma lugares-comuns da esquerda.

    Não percebo como pode defender o Estado mínimo ( Segurança e Justiça e parou aí) e ao mesmo tempo, não perceber que o condicionamento industrial se destinava apenas a uma política de proteccionismo como fazem alguns países, incluindo a América, o maior proteccionista que existe à face da terra ou o Japão.

    O que me importa a mim, demonstrar é o índice de elevado crescimento econónico e a liberdade empresarial que havia no marcelismo, com os resultados que se apresentavam e hoje em dia, com os resultados que há.

    E a comparação, é evidente. Nem precisa de demonstração para quem souber ler.
    Fernando Martins said...
    Caro Fernando:

    Os meus comentários vão intercalados, comme d'habitude...

    "Lamento que a sua mulher nunca chegue ao topo, mas essa é a regra no resto da Administração Pública, mas pelo menos está melhor que a minha que há já algum tempo que deixou de ter colocação no Secundário."

    E acho muito bem que seja regra que nem toda a gente chegue ao topo da carreira. O que acho mal é modo como foi feito este afunilamento - o concurso para titulares foi mal feito (parte terá de ser revisto por decisão do TC e vamos ver os Tribunais ainda não fazem mais alterações...). Depois os lugares que sobraram para os professores no futuro chegarem a titulares são escassos e vão levar alguns dos melhores professores, até com Doutoramentos (na minha Escola tenho um caso, um brilhante professor de Inglês, de 35 anos, com Mestrado e Doutoramento, que NUNCA será titular...). É à ministra que tenho de pedir responsabilidades por estas habilidades (o objectivo foi congelar progressões, dividir a classe e gerar confusão nas Escolas).


    "É claro que os exames estão mais fáceis. Só que em termos politicos (SIC), nunca a Ministra pode admitir tal. Mas será muito mau para o país que os exames sejam mais fáceis? Porquê?"

    Será péssimo ter engenheiros que não sabem física ou matemática? Ou professores de línguas que escrevam com erros? Ou chegarem alunos que são analfabetos funcionais à Universidade? É óbvio que sim - alguém pode achar que, por o nosso PM ser "engenheiro independente de domingo", se deve generalizar os cursos superiores da Farinha Amparo - eu acho que não...


    "Isso é de certa forma desligitimar o papel do mercado. Não está provado que quem tenha menos sucesso no secundário se revele profissionalmente um fracasso."

    O que eu acho é que uma cultura de rigor, honestidade e trabalho não fazem mal a ninguém nem a nenhuma sociedade - veja-se o que acontece em países que têm progredido nos últimos anos, como na Ásia e alguns países europeus.


    "Foi um equivoco alimentado durante anos a fio, que o sucesso profissional tivesse que incluir a frequência de um curso Superior. Pelo que no Secundário está tudo erradamente direcionado (SIC) para o Ensino Superior."

    Aqui concordo, mas não estou a ver por que motivo o facilitismo socrático irá dar melhores profissionais sem curso de ensino superior. Se nas Provas de Aferição de 4º Ano fizeram perguntas dignas de um 2º Ano, nas de 6º o nível era de 4º, nos exames de 9º Ano muitas perguntas eram de 2º ciclo e os exames de secundário são, na modesta opinião dos alunos, facílimos, que mensagem se passa sobre a necessidade de trabalhar e estudar? É nesta área que gosta do trabalho de MLR...?


    "Por outro lado, a partir do momento em que a matriz sociológica das familias (SIC), deixou de ser constituida pela familiazinha com pai e mãe, incarnando os dois, modelos de comportamento social que incarnavam o ideal salazarista. Para passarmos a ter familias (SIC) monoparentais, ou familias (SIC) destruturadas (embora uma não tenha que ver com a outra) relacionados ou não com situações de toxicodependencia (SIC). A partir dessa altura a exigência escolar baixou, para se assegurar um nivel (SIC) médio, enquanto a excelência passa a estar a cargo dos Colégios Privados, onde as familias (SIC) de rendimentos mais elevados agora fazem fila para matricular os seus filhinhos."

    Pois eu acho que para casos especiais deve haver soluções especiais, que já existem - os PIEF's, os CEF's e os currículos alternativos, vocacionados para integrar no mercado alunos com dificuldades especiais. Para todos o resto tem de haver rigor, muito trabalho e nada de facilitismo - já nos basta as aberrações de um engenheiro que assinou umas construções fantásticas no concelho da Guarda e que tem de primeiro nome José.
    Pacheco-Torgal said...
    Caro Fernando Martins tentei responder ao seu post, mas o blog deu a seguinte mensagem:

    Lamentamos, não foi possível concluir o seu pedido.

    Quando comunicar este erro ao Apoio Técnico ou ao Grupo de Ajuda do Blogger:

    Descreva o que estava a fazer quando ocorreu este erro.
    Forneça o seguinte código de erro e informação adicional.
    bX-j9je2f
    Informações adicionais
    blogID: 5672793
    host: www.blogger.com
    postID: 7435477949320635809
    uri: /comment.do

    Esta informação irá ajudar-nos a localizar e resolver o seu problema específico! Pedimos desculpa pelo incómodo causado.
    Fernando Martins said...
    Caro Fernando:

    De vez em quando o Blogger tem estas coisas...

    Sugestão: usar Mozilla Forefox, ir gravando o que escreve nos comentários (não é um post...) e ter paciência...
    Pacheco-Torgal said...
    Caro Fernando Martins

    O objectivo de afunilar o acesso ao topo, pretende cumprir 2 objectivos, antes de desenvolver faço aqui uma ressalva.

    Não sou do PS e não pretendo demonstrar a bondade das medidas tomadas por este Executivo Governativo. Tão sómente não partilho da generalizada ideia segundo a qual os nossos "Governantes", são gente desprovida do mais elementar bom senso, são canalhas por narureza e agem movidos somente pelo vontade de perseguir terceiros.

    Dizia então que na minha opinião, e ressalvo na minha opinião e é ela que me aconselhará a votar na s próximas eleições legislativas, que esses dois motivos são os seguintes:

    1º Combate ao défice das contas públicas. Ao aderir ao SME, Portugal aceitou determinadas regras. Se não tivesse aceite, a economia estaria pior e não vejo ninguém a defender a saida do Euro. A regularização das contas públicas é além disso também um imperativo de boa Governação, um Estado ( neste caso o pais) nunca deve gastar mais do que aquilo que consegue produzir. O que mesmo respeitando o défice de contas de contas públicas, não é o caso de Portugal, que apresenta um défice de transacções de 10% do PIB (13 mil milhões de euros ano).

    2º Introduzir critérios de racionalidade no acesso ao topo. Até ao presente momento os Professores chegavam ao topo sem problemas de maior, nem sequer já havia a tal prova que se fazia há uns anos atrás para acesso aos últimos escalões e que deixou de existir no tempo do Guterres.Curiosamente no resto da Administração Pública, já há muito tempo que o acesso a uma categoria superior pressuponha, que houvesse vaga e que fosse realizado um concurso público, porque então a disparidade de regras?? Na verdade, para serem mantidas as regras para os Professores do Secundário, deveriam e teriam de sê-lo também para o resto da Administração Pública, por uma questão da mais elementar justiça. Como o Estado está práticamente falido, tratou-se poupar dinheiro, impondso aso Professores aquilo que acontece no Ensino Superior e também para o resto dos Quadros Técnicos do Estado.

    Aliás em termos de injustiças, veja-se o que acontecia no Ensino Superior até Janeiro deste ano, um Professor podia estar 20 ou 30 anos a contrato e depois caso não fosse renovado ia para a rua, sem sequer ter direito a subsidio de desemprego. Contudo agora é preciso ir desencantar a verba, para fazer fazce a essa despesa.

    Mas diz o Colega, que a regra tem efeitos perniciosos e impede pessoas brilhantes de acederem ao topo. Bem, não há regras óptimas, há sim prioridades e neste caso as prioridades são o défice e uma questão de justiça comparativamente ao que acontece para o Ensino Superior e também para o resto dos Quadros Técnicos do Estado.

    Uma coisa é inegável, para o Estado esta regra só vem trazer mais qualidade, pois os Professores terão qagora ue competir entre eles em termos de curriculo e levando por arrastamento a um aumento de qualificações.

    Relativamente á suposta facilidade dos Exames, pode até acontecer que sejam mais fáceis que no ano passado, mas está por demonstrar que por exemplo nos Estado Unidos os exames sejam mais dificeis do que aqui. E não me diga que eles lá tenham engenheiros que não sabem fisica. Quando eu andei na Escola Primária, não tive que aprender o nome dos rios, das serras, das estações e apeadeiros da CP, como antes tinha acontecido com os meus pais. Conclusão, a minha formação é pior??? Tal carece de demosntração.

    O que se passa é que se quisermos ter o 12º ano como escolaridade básica, como objectivo politico, então ou o nivel geral de exigência desce ou grande parte dos alunos desiste da Escola, isto é uma opção politica. Na verdade a Escola pública ao nivel do secundário deve ter uma exigência média. Porque é suposto que a média dos estudantes não prossiga para o Ensino Superior. Os Professores até podem não gostar, mas não foram os Professores que receberam um mandato para Governar este país!!!
    Fernando Martins said...
    Este comentário foi removido pelo autor.
    Fernando Martins said...
    Caro Fernando:

    Para resumir a coisa, só os pontos principais:

    1. O dinheiro do estado não chega para tudo e o governo, em boa hora, chegou à conclusão que é preciso cortar nalgumas coisas. Até aqui estamos de acordo...

    2. Os professores, pela sua desunião, eram um grupo óbvio para cortar nos dinheiros. Idem...

    3. Como estratégia para diminuir despesas aumentou-se a carga de trabalho nas Escolas (com o qual concordo, embora agora o exagero seja grande demais e os professores já não estão a aguentar). Congelou-se 2 anos o tempo de serviço, para mudanças de escalão e mudou-se a avaliação. Ora, concordando eu genericamente com a necessidade fazer avaliação de outra forma aos professores (com alguma redução da componente burocrática até poderia aceitar este modelo) esta apenas serve para congelar ainda mais as mudanças de escalão e a progressão dos professores - e aqui não posso concordar que se assim se faça, mentindo o Governo sobre este assunto desde o princípio. Não posso aceitar que me mintam e não cumpram o que prometeram, sabendo Sócrates e o PS qual era situação do estado português.

    Depois custa-me ver os professores, que tinham uma legítima expectativa financeira futura, negociada e aceite pelos sucessivos governos do PSD e PS, serem os únicos a efectivamente pagarem a crise. Os políticos governam-se, governam os amigos, criam taxos, salvaguardam o futuro, recebem pensões no mínimo generosas, fazem promessas que afectam o futuro do estado, continuam com propostas faraónicas enquanto que o pobre desgraçado do professor paga a crise.

    4. Esta ministra está efectivamente a afogar as Escolas com pseudo-legislação que mata o Ensino público e a qualidade do ensino: os decretos do Estatuto da Carreira Docente, do Estatuto do Aluno, da Avaliação dos Docentes e da Gestão das Escolas burocratizaram de tal maneiras as Escolas que hoje é milagre que algumas ainda funcionem. O laxismo, a falta de democracia, a montanha de papelada, o benefício do infractor, o prémio aos absentistas, a confusão e tantas outras coisas só irão dar dar cabo do que restou de bom da Escola.

    5. É no mínimo ridículo que um professor, ainda por cima universitário, ache bem que se nivele por baixo o ensino, sob qualquer pretexto, até mesmo invocando a obrigatoriedade de 12 anos de escolaridade que hoje já existe. O que é necessário é dividir as águas: que haja um grupo que pretendendo seguir para cursos superiores, lhe seja exigido o máximo (não a pouca vergonha que nestes dias se tem visto nos exames, ou arremedo dos mesmos, com facilitismo, obtenção de valores estatísticos óptimos e resultados nulos no que diz respeito à aprendizagem e ao incentivo ao estudo). Os restantes alunos, com dificuldades ou que pretendem ir rapidamente para o mercado/emprego, deveriam ter um outro tipo de apoios, de exames e de regras. Esta pseudo-democratização só faz uma coisa nivela tudo por baixo (mas mesmo por muito baixo), dá cabo das Escolas e dá cabo de uma geração, pois daqui a 20 anos vamos pagar bem caro estas aldrabices de Sócrates e Maria de Lurdes Rodrigues...
    Pedro Luna said...
    "Os Professores até podem não gostar, mas não foram os Professores que receberam um mandato para Governar este país!!!"

    E este governo não está obrigado aos que colocou nas suas promessas eleitorais? Quer que lhas cite? Eu sei que José Sócrates é um homem de pouca memória e com a cabecinha fraca, mas haja decência...!

    É vergonhoso que apareça aqui um tipo que se diz do PSD a defender com unhas e dentes as aldrabices, mentiras e escandalosas políticas deste governo...
    Pacheco-Torgal said...
    Caro Fernando Martins:

    Este post está interminável. Mas cá vai um sucinto comentário.

    Tem muita razão quando diz que foi enganado pelo PS.

    Eu pelo menos votei PSD e reconheço que se este partido tivesse ganho as eleições não teria feito metade do que fez o PS.

    Não votei no PS, porque achava que o Socrates era o Guterres requentado, enganei-me.

    Aliás o PS comportou-se como se fosse o PSD, e é só por isso que eu o defendo nalgumas coisas.Por fazer algo que eu esperaria que o PSD fizesse.

    Há no entanto uma pergunta que devia fazer a si próprio, porque raio é que o PS quando chegou ao Governo passaou a fazer coisas que não são muito socialistas e passou a ter um comportamento mais liberal que o PSD???

    A meu ver a pior coisa que existe na educação, é a falta de respeito dos alunos e é esse cancro que vai matar a Ministra politicamente.

    Agora uma coisa lhe digo se este Governo perder e o PSD ganhar as eleições, não acredito que eles vão revogar a legislação que o PS deixou na Educação.
    Pacheco-Torgal said...
    Caro Pedro Luna,

    você defende quem quiser como quiser e quando quiser.

    Vai permitir-me mas eu farei o mesmo.

    No dia em que formos votar, o seu voto vale rigorosamente que o meu.
    josé said...
    A pior coisa que existe na Educação não é a falta de respeito dos alunos. Ou antes, isso é uma consequência da pior coisa que existe na Educação: a experimentação eduquesa, sem percepção da realidade portuguesa e sem atenção ao passado e aos valores que então se seguiam, de competência, saber, rigor escolar e aprendizagem efectiva pelos alunos.

    O mal do ensino não reside nos alunos. Estes são vítimas do sistema criado por estas luminárias do ISCTE.

    O mal do ensino reside nas pessoas que fazem os programas e legislam na 5 de Outubro e noutras paragens e afectam de modo irremediável os próprios professores, não os formando como deviam.

    E depois exigem-lhes o que eles não podem dar.
    herbário said...
    Para mim, o pior em tudo isto é a falta de inteligência e de experiência "no terreno" de quem comanda a Educação: isso traduz-se nas decisões apressadas e mal fundamentadas (algumas caidas do céu aos trambolhões apressados), pelo voltar atrás, após contestação, de certas medidas difíceis mas correctas, por mandarem à última da hora (por que não as fizeram eles?)os profs criarem algumas grelhas para a sua própria avaliação (que irão variar de escola para escola), enfim, transparece a falta de qualidade e rigor em quem nos tutela.

    Também discordo de que um grande currículo faz um bom professor - era fácil se assim fosse...

    gabriela
    Pedro Luna said...
    Caro "fernando" (ou lá como se chama desta vez...):

    Eu procuro defender-me a mim mesmo, um simples funcionário público, das mentiras, meias verdades, aldrabices e trapalhadas deste governo e dos anónimos mentirosos que o vão desculpando.

    E o senhor defende quem...?

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