O poder, às vezes, sai à rua
quarta-feira, março 12, 2008
Avaliar os professores neste ano lectivo passou a ficar ao critério das escolas. A nova "flexibilização" do regime, que na prática permitirá encontrar "alternativas" para todas as escolas que não se considerem em condições de avançar, foi anunciada ontem pelo secretário de Estado adjunto da Educação, Jorge Pedreira, após uma reunião com a Federação Nacional dos Professores (Fenprof). Três dias após a manifestação que juntou 100 mil professores em Lisboa, o Ministério da Educação, até agora irredutível com os sindicatos, encontrou uma "oportunidade de estabelecer um diálogo"- Diário de Notícias , 11.3.2008
Depois do caso da Saúde, agora o da Educação. A rua, afinal, continua a mandar alguma coisa...
Publicado por josé 10:05:00
15 Comments:
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“Então s’tôra, sempre é verdade que tem de nos passar a todos para ter boa nota?”
Os alunos já perceram a "sorte" grande que lhes saíu.
A bem da Nação! R. I. P.
O que um partido defendeu, mas não conseguiu implementar, está este a por em prática: o desmantelamento da escola pública e a sua privatização.
Quem concordar, assinar esta petição: http://www.petitiononline.com/1defende/petition.html
Então, no alto da sua maioria absoluta, o governo impõe que os magistrados e advogados sejam avaliados em função das absolvições que conseguem: quanto menos réus mandarem para as prisões, melhor a classificação.
Depois, anunciam em grandes parangonas, na próxima campanha eleitoral, que diminuíram drasticamente o crime no País.
É uma situação como esta que está a acontecer no ensino.
Será um procedimento honesto?
Seria muito difícil para um Governo, por mais incompetente e arrogante que seja, ser insensível a esta prova de força que deram os professores...
Como dizia Garcia Leandro, talvez vá chegadno a hora de, num exercício do direito de cidadania, haver uma manifestação geral, de todas as classes e profissões contra A CLASSE POLÍTICA que, desde 1974 e, indistintamente, têm arruinado este País, atirando sempre as culpas para cima dos outros, seja o Governo anterior, sejam os funcionários públicos ou quem quer que seja...
E se mesmo assim, não surtir efeito talvez seja necessário adoptar outros meios mais persuasivos...
Não existem avaliações onde não há hierarquias. Não entra na cabeça de ninguém chamar-se avaliação a um preenchimento de grelha burocrática feita pelos profs uns aos outros.
Mesmo na Alemanha consta que existe, é feita de 6 em 6 anos, com um único balanço em relação a cada professor e da autoria do Director da Escola.
A ter em conta igualmente a redução da população prisional em 10% de 2006 para 2007, que se deve, segundo o presidente da Associação Sindical dos Juízes, à "actual legislação penal".
Vem isto a propósito de os nossos políticos quando alteram o código penal, como o fizeram recentemente, têm sempre vários objectivos mas sempre em nome da ressocialização do delinquente, o que fica bonito na imprensa.
Mas no fundo, os políticos não se incomodam nada com isso.
Como disse, a recente alteração ao Código Penal prendeu-se em 1ª linha com o processo Casa Pia que agonicamente se vai arrastando pelo julgamento... Aí surge o famoso crime continuado do artº 30º, nº 3 do Cód. penal...
Depois, a substituição das penas de prisão pelas penas de multa, tem APENAS A VER COM MEDIDAS ECONIMICISTAS.
É isto que realmente importa aos políticos: por um lado, não têm de construir cadeias nem de alimentar reclusos, cada vez mais reivindicativos; e por outro lado, o dinheirinho das penas de multa bem que sabe para encher os cofres do Estado, cada vez mais delapidados pelos incompetnetes que nos governam e nos têm governado.
Mas, claro, tudo sempre em nome da RESSOCIALIZAÇÃO do delinquente...
Confesso que gostava que um dia destes, os filhos, os netos destes nossos políticos, entre os 10 e os 14 aninhos de idade, fossem enrabados
e violentados como terão sido as vítimas da casa Pia para saber se mesmo assim, aparecia o crime continuado consagrado actualmente no artº 30º, nº 3 do Cód. Penal? Ou então que esses políticos ou a sua família mais próxima, fossem vítimas de carjacking ou de outros crimes violentos para ver qual seria a sua reacção?
Desculpe, mas não posso concordar com isto: "Confesso que gostava que um dia destes, os filhos, os netos destes nossos políticos, entre os 10 e os 14 aninhos de idade, fossem enrabados
e violentados como terão sido as vítimas da casa Pia".
A nobreza da crítica passa, também, pela capacidade de apontar o que está mal e sugerir solução difeerente que,objectivamente, se considera melhor, mais justa e razoável.
Daí que todas as críticas que se possam fazer, incluindo à paternidade do art. 30º do CP, sejam louváveis e sirvam de denuncia ao que estes senhores andam a congeminar em prol dos seus (ou dos amigos) intereses especificos.
Mas... defender "dente por dente" é incoerente e contraproducente.
Não podemos discorrer num sentido e, depois, culminar com um apelo ao que censuramos.
É na rua, e na cobertura noticiosa que se lhe dá, que hoje se obtém uma resposta imediata e a única que os políticos dos nossos dias entendem.
As providências e os Tribunais não dão resposta célere e digilente compatível com os interesses que se pretendem tutelar, pelo que ao cidadão comum não resta outra alternativa que a manifestação na rua da sua indignação.
E alguns não são só cidadãos comuns. Pena que não tenha havido mais "furos" fotográficos de muitos dos outros notáveis que ajudaram a engrossar a marcha da indignação.
Depois disto, continuo a questionar-me: como pretende uma entidade (chamam-lhe Ministério, governo, organismo, etc, etc,) aplicar regras essencialíssimas para o bom funcionamento das escolas, e que contendem em primeira linha com o sucesso das nossas crianças, se afasta 2/3 visados?
Há outra forma, certamente, de implementar reformas, que, não olvido, são, de facto, necessárias!!!
Jamais foi minha intenção defender o dente por dente, embora, permita-me que lhe diga que, com a justiça que temos e que querem que continuemos a ter, ja estivemos mais longe.