O poder, às vezes, sai à rua

Avaliar os professores neste ano lectivo passou a ficar ao critério das escolas. A nova "flexibilização" do regime, que na prática permitirá encontrar "alternativas" para todas as escolas que não se considerem em condições de avançar, foi anunciada ontem pelo secretário de Estado adjunto da Educação, Jorge Pedreira, após uma reunião com a Federação Nacional dos Professores (Fenprof). Três dias após a manifestação que juntou 100 mil professores em Lisboa, o Ministério da Educação, até agora irredutível com os sindicatos, encontrou uma "oportunidade de estabelecer um diálogo"- Diário de Notícias , 11.3.2008
Depois do caso da Saúde, agora o da Educação. A rua, afinal, continua a mandar alguma coisa...

Publicado por josé 10:05:00  

15 Comments:

  1. Laoconte said...
    Não é por acaso que estamos na cauda da Europa.
    homoclinica said...
    Este comentário foi removido pelo autor.
    homoclinica said...
    Resta saber se um dos piores erros vai ser ou não corrigido: o da avaliação dos alunos contar para a avaliação dos profs.

    “Então s’tôra, sempre é verdade que tem de nos passar a todos para ter boa nota?”

    Os alunos já perceram a "sorte" grande que lhes saíu.

    A bem da Nação! R. I. P.

    O que um partido defendeu, mas não conseguiu implementar, está este a por em prática: o desmantelamento da escola pública e a sua privatização.

    Quem concordar, assinar esta petição: http://www.petitiononline.com/1defende/petition.html
    homoclinica said...
    Imagine-se agora, que na sua sanha anti-despesista, o governo resolve aliviar as prisões.

    Então, no alto da sua maioria absoluta, o governo impõe que os magistrados e advogados sejam avaliados em função das absolvições que conseguem: quanto menos réus mandarem para as prisões, melhor a classificação.

    Depois, anunciam em grandes parangonas, na próxima campanha eleitoral, que diminuíram drasticamente o crime no País.

    É uma situação como esta que está a acontecer no ensino.

    Será um procedimento honesto?
    Ruben Correia said...
    homoclinica, não é preciso imaginar porque a realidade demonstra-nos que isso já está a acontecer.
    OSCAR ALHINHOS said...
    Que ninguém duvide que o verdadeiro Poder está na união e que a união é que faz a força...

    Seria muito difícil para um Governo, por mais incompetente e arrogante que seja, ser insensível a esta prova de força que deram os professores...

    Como dizia Garcia Leandro, talvez vá chegadno a hora de, num exercício do direito de cidadania, haver uma manifestação geral, de todas as classes e profissões contra A CLASSE POLÍTICA que, desde 1974 e, indistintamente, têm arruinado este País, atirando sempre as culpas para cima dos outros, seja o Governo anterior, sejam os funcionários públicos ou quem quer que seja...

    E se mesmo assim, não surtir efeito talvez seja necessário adoptar outros meios mais persuasivos...
    homoclinica said...
    Ruben: será possivel especificar melhor essa realidade que já está a contecer na área da justiça?
    zazie said...
    Esta treta da avaliação tem uma petição de princípio.

    Não existem avaliações onde não há hierarquias. Não entra na cabeça de ninguém chamar-se avaliação a um preenchimento de grelha burocrática feita pelos profs uns aos outros.

    Mesmo na Alemanha consta que existe, é feita de 6 em 6 anos, com um único balanço em relação a cada professor e da autoria do Director da Escola.
    zazie said...
    Por outro lado, deixando intocáveis os pedagogos, programas e até a progressão na carreira à conta daquelas acções de formação que são impostura mafiosa tão grande que é melhor nem falar, tudo isto é inútil.
    David R. Oliveira said...
    Não recuámos! Flexibilizámos.
    Ruben Correia said...
    homoclinica, veja a quantidade de prisões que o MJ pretende fechar, para "racionalizar custos", reduzindo em 22, de 56 para 34 estabelecimentos.
    A ter em conta igualmente a redução da população prisional em 10% de 2006 para 2007, que se deve, segundo o presidente da Associação Sindical dos Juízes, à "actual legislação penal".
    OSCAR ALHINHOS said...
    A Lei penal e as sucessivas alterações que tem sofrido pelos nossos políticos tem realmente graça e se não tivesse consequências dramáticas, até daria vontade de rir....

    Vem isto a propósito de os nossos políticos quando alteram o código penal, como o fizeram recentemente, têm sempre vários objectivos mas sempre em nome da ressocialização do delinquente, o que fica bonito na imprensa.

    Mas no fundo, os políticos não se incomodam nada com isso.
    Como disse, a recente alteração ao Código Penal prendeu-se em 1ª linha com o processo Casa Pia que agonicamente se vai arrastando pelo julgamento... Aí surge o famoso crime continuado do artº 30º, nº 3 do Cód. penal...
    Depois, a substituição das penas de prisão pelas penas de multa, tem APENAS A VER COM MEDIDAS ECONIMICISTAS.
    É isto que realmente importa aos políticos: por um lado, não têm de construir cadeias nem de alimentar reclusos, cada vez mais reivindicativos; e por outro lado, o dinheirinho das penas de multa bem que sabe para encher os cofres do Estado, cada vez mais delapidados pelos incompetnetes que nos governam e nos têm governado.
    Mas, claro, tudo sempre em nome da RESSOCIALIZAÇÃO do delinquente...

    Confesso que gostava que um dia destes, os filhos, os netos destes nossos políticos, entre os 10 e os 14 aninhos de idade, fossem enrabados
    e violentados como terão sido as vítimas da casa Pia para saber se mesmo assim, aparecia o crime continuado consagrado actualmente no artº 30º, nº 3 do Cód. Penal? Ou então que esses políticos ou a sua família mais próxima, fossem vítimas de carjacking ou de outros crimes violentos para ver qual seria a sua reacção?
    Leonor Nascimento said...
    é lá, kilas!!

    Desculpe, mas não posso concordar com isto: "Confesso que gostava que um dia destes, os filhos, os netos destes nossos políticos, entre os 10 e os 14 aninhos de idade, fossem enrabados
    e violentados como terão sido as vítimas da casa Pia".

    A nobreza da crítica passa, também, pela capacidade de apontar o que está mal e sugerir solução difeerente que,objectivamente, se considera melhor, mais justa e razoável.

    Daí que todas as críticas que se possam fazer, incluindo à paternidade do art. 30º do CP, sejam louváveis e sirvam de denuncia ao que estes senhores andam a congeminar em prol dos seus (ou dos amigos) intereses especificos.
    Mas... defender "dente por dente" é incoerente e contraproducente.

    Não podemos discorrer num sentido e, depois, culminar com um apelo ao que censuramos.
    Leonor Nascimento said...
    A rua está em perfeita sintonia com a velocidade que (nos impusemos) nos impõem.

    É na rua, e na cobertura noticiosa que se lhe dá, que hoje se obtém uma resposta imediata e a única que os políticos dos nossos dias entendem.

    As providências e os Tribunais não dão resposta célere e digilente compatível com os interesses que se pretendem tutelar, pelo que ao cidadão comum não resta outra alternativa que a manifestação na rua da sua indignação.

    E alguns não são só cidadãos comuns. Pena que não tenha havido mais "furos" fotográficos de muitos dos outros notáveis que ajudaram a engrossar a marcha da indignação.

    Depois disto, continuo a questionar-me: como pretende uma entidade (chamam-lhe Ministério, governo, organismo, etc, etc,) aplicar regras essencialíssimas para o bom funcionamento das escolas, e que contendem em primeira linha com o sucesso das nossas crianças, se afasta 2/3 visados?

    Há outra forma, certamente, de implementar reformas, que, não olvido, são, de facto, necessárias!!!
    OSCAR ALHINHOS said...
    Cara Teresa, a afirmação utilizada é, seguramente, infeliz e obviamente não passa de uma força de expressão...
    Jamais foi minha intenção defender o dente por dente, embora, permita-me que lhe diga que, com a justiça que temos e que querem que continuemos a ter, ja estivemos mais longe.

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