A criminologia prática
segunda-feira, março 03, 2008
A propósito da violência extrema que marcou o fim da semana que passou, em Lisboa e Porto, com várias pessoas atingidas a tiro de arma de fogo, já foi possível ouvir um especialista de sempre, com lugar cativo nas tv´s.
Moita Flores, antigo polícia da PJ, depois guionista, depois ainda político e autarca, apesar de não exercer há muitos anos, continua a ser ouvido com a atenção devida aos peritos, relativamente a fenómenos de criminalidade recente e complexa.
Moita Flores, antigo polícia da PJ, depois guionista, depois ainda político e autarca, apesar de não exercer há muitos anos, continua a ser ouvido com a atenção devida aos peritos, relativamente a fenómenos de criminalidade recente e complexa.
A antiga prática policial, já com dezenas de anos em cima, confere, ainda assim e automaticamente, uma capacidade intrínseca de análise competente, sobre fenómenos empiricamente observados e assim o especialista continua a assessorar os bastidores da informação televisiva , em Portugal.
Quando lhe perguntam as razões desta onda de criminalidade violenta, as respostas, invariavelmente, saem, directas, dos compêndios de sociologia criminal dos anos sessenta: a pobreza dos arredores das grandes cidades, a falta de estruturas sociais de apoio e no final de contas, a culpa do Estado e da sociedade em geral, que gera estes criminosos sem eira nem beira, vítimas da sua própria condição.
Quando, por qualquer motivo prosaico, são ouvidos os polícias que hoje em dia praticam a actividade policial, no terreno e com a experiência actual, os relatos, divergem um pouco da habitual sociologia de pacotilha, absorvida, em manuais escolares. Assim, segundo a polícia de hoje, o problema da criminalidade violenta, pode muito bem ter causas diversas e o Diário de Notícias, foi ouvir um prático de agora:
Segundo fontes policiais, o aumento da criminalidade violenta registado na última semana pode "resultar da impunidade de que gozam actualmente os criminosos, porque, mesmo que sejam apanhados pelas autoridades, ficam em liberdade à espera de julgamento", afirmam ao DN fontes policiais. Consideram que para isso contribuem as alterações no Código do Processo Penal e "a facilidade com que se vendem e compram armas de fogo".
Quando lhe perguntam as razões desta onda de criminalidade violenta, as respostas, invariavelmente, saem, directas, dos compêndios de sociologia criminal dos anos sessenta: a pobreza dos arredores das grandes cidades, a falta de estruturas sociais de apoio e no final de contas, a culpa do Estado e da sociedade em geral, que gera estes criminosos sem eira nem beira, vítimas da sua própria condição.
Quando, por qualquer motivo prosaico, são ouvidos os polícias que hoje em dia praticam a actividade policial, no terreno e com a experiência actual, os relatos, divergem um pouco da habitual sociologia de pacotilha, absorvida, em manuais escolares. Assim, segundo a polícia de hoje, o problema da criminalidade violenta, pode muito bem ter causas diversas e o Diário de Notícias, foi ouvir um prático de agora:
Segundo fontes policiais, o aumento da criminalidade violenta registado na última semana pode "resultar da impunidade de que gozam actualmente os criminosos, porque, mesmo que sejam apanhados pelas autoridades, ficam em liberdade à espera de julgamento", afirmam ao DN fontes policiais. Consideram que para isso contribuem as alterações no Código do Processo Penal e "a facilidade com que se vendem e compram armas de fogo".
Logo, numa reunião que congrega os responsáveis por departamentos da Polícia Judiciária, de combate ao banditismo, crime violento e tráfico de droga, talvez ninguém tenha a coragem de dizer o óbvio, porque politicamente incorrecto.
Na quinta-feira, na Academia Militar, numa outra reunião "à porta fechada", com a directora do DIAP, Maria José Morgado, um alto responsável pela PJ, Ferreira Leite e ainda outro da PSP, Guedes da Silva, também será altamente improvável que algum deles tenha o topete de divergir da correcção política.
Aliás, o presidente do Observatório de Segurança, general Garcia Leandro, já assegurou e tranquilizou a população em geral: embora ache tudo isto um pouco anormal, também acha que "estes casos, são pontuais". Logo, a situação, sendo grave, não será desesperada. Ou sendo desesperançada, não é exasperante. É apenas incómoda, para quem tem o poder e o dever de lhe por cobro.
Ponto final, portanto.
Publicado por josé 09:58:00
7 Comments:
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-Bem... a situação é séria, mas não é grave.
Ao que outro respondia:
- Perdão! Consigo à cabeça das polícias, é grave mas não é séria.
.
É aquele Ministro que no final da época estival se congratulava com a redução do número de incêndios, imputando-a ao sucesso das políticas governamentais e desvalorizando o Verão chuvoso.
Pena que logo após as suas palavras se seguiu longo período de seca e de altas temperaturas que fez disparar o número de incêndios no ano de 2007.
Afinal era mesmo por causa da chuva que o País não ardia...
O homem sabe de tudo... tem teorias sobre tudo...
É um prazer ouvi-lo. Estamos sempre a aprender!...
Nem sei como o homem ainda tem tempo para a Câmara de Santarém...
Talvez pq sendo Santarém perto do Entroncamento, Moita Flores seja um verdadeiro fenómeno...
Ele é que devia ser o verdadeiro Ministro da Administração Interna...
PS
Os ourives andam satisfeitíssimos com as "promessas" de "mais vigilância".Os já cadáveres, esses estão no céu do sr cardeal patriarca.
5 pessoas abatidas a tiro em Sacavém e arredores (1-Sacavém; 3 Catujal; 1 Camarate) é uma situação perfeitamente "pontual".
Então não é que a PSP tem dúvidas se o indivíduo que levou 3 facadas no Colombo, possa ser tentativa de, pasme-se, SUICÍDIO???????
Será que a PSP está tonta ou será que recebeu ordens superiores para que não haja alarme social e vivamos numa paz cada vez mais podre?