Vasco dixit


Vasco Pulido Valente, em entrevista à revista Única do Expresso, diz poucas coisas interessantes. Entre aquelas que vale a pena mencionar, contam-se:

Quando muito tenho influência. Poder é fazer ou impedir que outros o façam. Se quiserem uma metáfora, sou um chefe do estado-maior, não o comandante.”

O Sócrates? É de uma pavorosa mediocridade. Pior: é um homem que tem uma linha de pensamento convencional. Que assenta em todos os lugares-comuns deste tempo e reproduz de uma maneira tosca esses mesmos lugares-comuns.

Estas coisas do ensino e da investigação, não levam a nada. Qualquer pessoa que tenha passado umas semanas numa genuína universidade não pode olhar para isto senão com tristeza.

Já li o Rio das Flores ( de Miguel Sousa Tavares). Não digo nada. Irá perceber em breve. (…) As pessoas em Portugal gozam de uma total impunidade. Escrevem um livro e se alguém vem dizer que o livro é mau, tentam intimidar. Disseste mal de mim? Então és bêbado! Ou mais sofisticado: és invejoso. Não percebem que se discute o livro e não quem o escreveu.”

Não gosto dos Gato Fedorento. Social e politicamente, são neutros."

Publicado por josé 21:54:00  

12 Comments:

  1. Luís Negroni said...
    Concordo plenamente com VPV. De Sócrates até aos "Fedorentos", que fedem mesmo, passando pela escrita "literária" de MST, é só coisas de assustar mesmo o menos assustadiço. Este país está de uma maneira que até mete medo.
    Luís Negroni said...
    Que maravilha de retrato: “O Sócrates? ...é um homem...Que assenta em todos os lugares-comuns deste tempo e reproduz de uma maneira tosca esses mesmos lugares-comuns”. É mesmo isso que ele é, sem tirar nem pôr. Uma paródia de homem de estado, um Zé Ninguém a fazer de 1º ministro. Um bobo da corte republicana.
    Guilhotina Pensadora said...
    Se entre todos os escribas deste país (entre estes os que escrevem em blogs) existissem um ou dois que dissessem 50% das verdades ou dissertassem visões interessantes da mediocridade deste país, estávamos nós bem.
    Zé "Prisas" Amaral said...
    Curiosamente, o entrevistado sempre disse ou escreveu coisas pouco interessantes. Tal como eu.
    Mas eu tenho um "álibi" que não deixa dúvidas, enquanto ele...

    Foi um prazer, José, ter passado por aqui bastas vezes. Mesmo que não tivesse dito nada.
    Rui Vasco Neto said...
    Disse mais: "A sociedade está a tomar formas tão horríveis que não me apetece viver muito mais neste mundo.".
    Ás vezes, muitas vezes, percebo-o, confesso. Ora vejam porquê, só por exemplo: http://setevidascomoosgatos.blogspot.com/2007/11/quem-nunca-comeu-em-hotis-que-atire.html
    rb said...
    Quando por alguma vez VPV disser bem do que quer que seja eu passarei a prestar atenção às suas cáusticas opiniões sobre tudo e mais alguma coisa.

    A título de exemplo, é injusta a acusação de que social e politicamente os Gatos são neutros. Se calhar VPV nem se dá ao cuidado de ver. A rábula que fizeram do MRS no referendo ao aborto teve mais efeito do que a maioria dos argumentos dos que eram a favor. E ainda no último programa fizeram uma a propósito da intenção de despedimento do JRS corajosa e politica e socialmente interventiva.

    Já em relação ao Sócrates é pura obecessão.
    zazie said...
    Precisamente, por ser propagandística é que é humoristicamente neutra- sem qualquer efeito corrosivo.
    josé said...
    Os gatos já mostraram de que lado estão: do lado do politicamente correcto, sempre. E de uma certa esquerda que aprecia a boa vida e as boas coisas da vida: bons carritos, boas casitas, boa comidinha, bons colégios para os filhos e é assim que O´Neill dizia deles, avant la lettre: os militantes da vidinha.

    Não é por acaso que são vistos pelo primeiro ministro como bons rapazes, inofensivos. Et pour cause...
    rb said...
    Mas fizeram rábulas a propósito do PM ser ao não ser engenheiro e sobre o excesso de zelo que alguns agentes da AP tiveram na sua defesa.
    O que é que o José queria, que os GF fossem tão espirituosos quanto aqui a GL?
    zazie said...
    O humor nunca pode ser de encomenda. Não pode ter trela. Eles são situacionistas, nunca conseguirão passar disso, dumas graçolas dirigidas, com trela.

    Não existe possibilidade de humor politicamente correcto. E eles são. Quando não o são também não vão mais longe que uma imitação de segunda do non-sense britânico.

    De resto têm essa ligação política demasiado à vista, demasiado pedagógica para poder sair do previsível.
    zazie said...
    Não tinha lido o José

    ehehe

    Repeti-o. É isso mesmo. Fazer humor é muito difícil. O Herman chegou a ser um grande humorista mas também acabou.

    Mesmo aquela imitação em relação ao aborto, foi encomenda, foi tomar partido pela propaganda oficiosa. E não conseguiu ir mais longe que uma boa imitação.

    Ora humor não é apenas imitação. Para isso temos os ventríloquos.

    Além do mais, são uns trafulhas que pirateiam o trabalho alheio. O que já foi feito por outros.
    zazie said...
    Está-se a falar no plural e nem era preciso, os gatos até são apenas um, o resto é para fazer número.

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