Reclamos da Pública
domingo, novembro 04, 2007
Hoje, na revista Pública, dirigida por JMF e editada por Ana Gomes Ferreira, entre outros, aparece na página 28 de quem folheia, a imagem seguinte:
Depois de ler o texto de quatro páginas, assinado e superiormente ilustrado e informado, nestas matérias, por Carlos Pessoa, o leitor, até aí desprevenido de todo, depara com estas duas páginas finais:
O que é que isto significa? Para mim, um desrespeito pelos leitores ( e não só) . O texto que se lê muito bem, como sempre se lêem os de Carlos Pessoa, acaba por funcionar, apenas como um acrescento à publicidade, neste caso a uma marca de relógios, em apêndice. Numa pequena caixa, inserida na última página do texto, a explicação vem assinada por A.G.F. onde se aprimora o evento publicitário da Swatch, com indicação do preço do objecto relojoeiro. O texto, no entanto, nada tem a ver com o evento, aparentemente e aparece como um enquadramento a pedido. Foi? Por quem?
O texto de Carlos Pessoa, um pequeno resumo da saga de Corto, fala em Pratt, autor do personagem mítico, como dizendo: " Corto Maltese desaparecerá porque num mundo onde tudo é electrónico, onde tudo é calculado e industrializado, não há lugar para uma criatura como Corto Maltese".
Suprema ironia, não é? O que pensará disto o Provedor do leitor do jornal?
O texto de Carlos Pessoa, um pequeno resumo da saga de Corto, fala em Pratt, autor do personagem mítico, como dizendo: " Corto Maltese desaparecerá porque num mundo onde tudo é electrónico, onde tudo é calculado e industrializado, não há lugar para uma criatura como Corto Maltese".
Suprema ironia, não é? O que pensará disto o Provedor do leitor do jornal?
Publicado por josé 14:58:00
9 Comments:
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EStá no fim da sua crónica de hoje.
Nos EUA este tipo de "publicidade disfarçada" é proibida, e de tal modo perseguida que os editores das publicações chegam a exagerar, no receio de que "passe" alguma coisa, às vezes involuntariamente.
Em Portugal... nisto, com em muitas coisas, o Zé que se lixe.
"Ninguém o obriga a ler", "Ninguém o obriga a comprar", etc.
Já agora também lhe conto outra história de pasmar:
Encontrei há dias na caixa do correio um "pacote" publicitário, em tudo semelhante aos habituais:
"Receba grátis este maravilhoso leitor de DVD"!!!
"receba ainda este espectacular telemóvel" etc etc
RECEBA GRÁTIS RECEBA GRÁTIS RECEBA GRÁTIS
Já a caminho do caixote do lixo, ainda li:
Se assinar esta revistazinha PROTESTE... da DECO!!!
Assim vai a defesa do consumidor...
Eu até percebia esta celeuma, se a publicidade fosse rasca e o relógio tivesse no mostrador...a carantonha do "Orelhas". Assim, e vindo os pruridos de alguém que é de direita, logo, bastante liberal em relação a estas questões de empresas e negócios, não compreendo. Isto é quase mecenato.
A publicidade nos jornais tem regras. Há casos de publicidade encapotada e outros de manifesta confusão entre o objecto publicitado, o autor e o interesse público no assunto.
O exemplo flagrante e recente, são os livros de Sousa Tavares e José Rodrigues dos Santos.
Neste caso, torna-se evidente que o interesse da Swatch em promover o reloginho com Corto Maltese, provocou o artigo, assinado por um especialista de bd.
A questão que coloquei é simples: Carlos Pessoa, quando escreveu, sabia que estava a fazer um frete à Swatch?
Sim, porque tal pergunta nem sequer a coloco à editora da Pública. O frete é evidente, nesse caso. E deplorável.
Quanto ao facto de ser de direita, fico um pouco a ver navios. Alguns chegam da direita; outros da esquerda. Continuo sempre no mesmo lugar.
Será que a tal direita mítica não tem valores para ajuizar este tipo de comportamentos. Será que a esquerda já os tem? E o Público, ou a Pública, então, é de direita?
balhamedeus.
De qualquer modo não lhe ligavam nenhuma.
Do Publico já não podemos esperar grande coisa.
Mas dos outros nem falar!
Provavelemnte nem assumem que os jornalistas viajem a convite da empresa X.
Já agora, na mesma revista, um artigo a propósito do estilista ROberto Cavalli, é pura publicidade à H&M.
È assim....
E não há por aí uma Autoridade Alta para a Comunicação Social, ou esses são assuntos demasiado baixos?
Também digo:
Balhanosdeus.