Pois sim
terça-feira, outubro 23, 2007
O director nacional da Polícia Judiciária (PJ), Alípio Ribeiro, disse que as escutas em Portugal «são judiciais e não administrativas, como acontece noutros países», pelo que dependem sempre da vontade das magistraturas. Referindo-se a alegadas escutas ilegais, Alípio Ribeiro foi peremptório: «Não há.
O ministro da Justiça, Alberto Costa, classificou de «construtiva» a intenção do PGR ao referir-se às escutas telefónicas. Mas Alberto Costa criticou algum «alarmismo injustificado» que se seguiu às declarações, «criando-se um debate que se justifica menos hoje do que no passado».
Porém, ficamos na mesma quanto a uma das interpretações possíveis ( explicou-se mal, a meu ver) da entrevista do PGR: e quanto às escutas clandestinas e criminosas, em que são visados altos responsáveis por certas funções do Estado? Alguém, nomeadamente o director da PJ, pode garantir que as não haja?
Melhor ainda: tendo em conta o que se sabe ser possível, em certas áreas de poder fáctico, ligado umbilicalmente ao político, precisamente reveladas em escuras legais, alguém garante que a apetência e a aparente impunidade, de que gozam certos sectores da sociedade, evitará a ocorrência do fenómeno? É que parece que foi exactamente aí, nessa área de obscuridade, que foi lançado o foco de luz da atenção do PGR…
E ainda outra coisa que o ministro da Justiça parece esquecer e talvez não lhe agrade, na conversa "construtiva": o PGR falou das "escutas exageradas" quando lhe perguntaram a opinião acerca de os serviços de informação serem autorizados, legalmente, a fazê-las...
Publicado por josé 15:09:00
2 Comments:
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Pois bem; anime-se, caro Dr. Pinto Monteiro, que o meu telefone também fazia uns barulhinhos e eu julgava estar a ser vítima de escutas ilegais!
Sucede que, ontem, quando Alberto Costa e Alípio Ribeiro nos garantiram que isso era coisa que não existia, fui investigar melhor.
E em boa hora o fiz, pois afinal o problema era da ficha que, estando em mísero estado, fazia mau contacto; e o problema ficou resolvido graças ao spray BALA, passe a publicidade e - muito especialmente... - a sugestão implícita no nome.