Desculpe, só mais uma coisa...
sábado, outubro 20, 2007
Excertos da entrevista do procurador-geral da República, Pinto Monteiro, à Tabu do Sol:
" Considero que fizeram uma boa escolha [para o lugar de PGR] , pois sempre fui um bom juiz e um homem que nunca teve medo de ninguém. Nunca. Sempre afrontei os problemas sozinho, sem qualquer temor."
"Eu vou dizer uma coisa com toda a clareza que talvez não devesse dizer: acho que as escutas em Portugal são feitas exageradamente. Eu próprio tenho muitas dúvidas que não tenha os telefones sob escuta(...)penso que tenho um telemóvel sob escuta. Às vezes faz uns barulhos esquisitos.
(...)
- Somos um país de corruptos?
- Não. A corrupção maior é a corrupção de Estados. E em Portugal não temos as verbas fantásticas do petróleo ou aquelas que vão para África, por exemplo. É claro que há tráfico de influências, há a corrupção do "cafezinho" e o "tome lá uns euros para fazer andar", num país com a burocracia que nós temos."
Ficamos elucidados. Maria José Morgado, anda a fazer o quê, no combate à corrupção, pelos visto inexistente? E o DCIAP, onde se controlam as escutas, serve para quê?
Além disso, se as escutas só podem ser autorizadas por um juiz de instrução, quem é que anda a escutar o PGR? Os serviços secretos, não podem ser: não estão autorizados. Então, quem será?
Fico perplexo. Pinto Monteiro precisa de um Columbo no MP. Imagem, porém, já temos.
Sem um Columbo, um dia destes, a casa vem abaixo...
Imagens: Tabu, anúncio de filme e revista Rolling Stone ( detective Columbo da série de tv dos anos setenta)de 24.4.1975
Publicado por josé 16:07:00
o sujeitinho é um cretino
Então as escutas telefónicas, na maior parte dos casos, não são propostas pelos Magistrados do MºPº e autorizadas por um Juiz de Instrução?
Estará o Sr Procurador Geral sob suspeita?
Não me admira muito. O que me admirará é se daqui a meses, não diga exactamente o contrário com a maior das tranquilidades.
Basta que uma qualquer investigação criminal, venha a pôr em crise a sensatez do actual líder do PSD.
Mas o problema é outro: ao fazer declarações dessa gravidade a um importante órgão de comunicação social, parece ter-se esquecido dos três mandamentos aplicáveis nesses casos:
1.º-NEM TUDO O QUE SE PENSA SE PODE DIZER
2.º-NEM TUDO O QUE SE DIZ SE PODE ESCREVER
3.º-NEM TUDO O QUE SE ESCREVE SE PODE PUBLICAR
.
É desta que está de acordo com ele :)
(e devemos estar todos!)
Vou ser directo, franco e sucinto:
Se os sis e os sied ( e estes são os únicos serviços de informação que temos) , andam a mijar fora do caco e a violar a lei, é um problema que um dia destes se descobrirá. Nesse dia, virei aqui pedir a prisão de pessoas que conheço pessoalmente e farei queixa contra elas se preciso for.
Mesmo assim, acredito piamente que essas pessoas não fazem isso. Seria uma suprema estupidez, para ums juízes de carreira em comissão de serviço. Deveriam ainda saber que Roma não paga a traidores, se fosse esse o caso.
Pessoalmente, não acredito nada de nada ( e não estou a ser cínico) que esses dirigentes possam estar envolvidos em moscambilhices do género. Seria demasiado trágico para a honra, a probidade e o carácter das pessoas que conheço, se tal sucedesse.
Portanto, para mim, o SIS e o SIED, não vigiam ilegalmente ninguém, para mim.
Porém, esses serviços têm chefes acima dos chefes directos. Têm chefes no governo que podem ter a tentação de. E parece-me que alguns têm mesmo.
Não tenho nenhuma confiança nesta amostra de primeiro ministro que temos. Nenhuma.
Por isso, considero plausível que possa haver procedimentos menos ortodoxos, da parte daqueles que costumam ser mais papistas que o papa.
COmo isso? Por exemplo, assim:
Um interessado, apaniguado deste governo e no inner circle, conhece um ou outro operacional dos serviços. E pede-lhe directamente o serviço. Nisso, acredito, porque pode suceder. Como eventualmente já terá sucedido no passado.
Deste modo, o que temos? Uma violação flagrante da lei, um crime e ainda por cima, um resultado que não pode ser utilizado directamente por ninguém.
Fica apenas a informação ou o que pensa, faz ou diz determinada pessoa.
Esse truque sujo e sabujo, de querer saber o que pretendem aqueles que de nós discordam, já foi utilizado por Nixon, com o resultado que se conhece.
Há por aí muita gentinha que considera Nixon o melhor presidente que a América já teve, o que denota que nestas coisas, a moral é relativa.
Assim, que vale uma escuta ao PGR, nestas circunstâncias? Nada ou Quase nada.
Quem é que estará interessado em escutar ESTE PGR, neste governo?
NINGUÉM!
E nem preciso de dizer porquê, porque se nota demais.
Sobra por isso uma franja de interessados em determinadas investigações e que pouco terão a ver com o governo.
Qual é a maior investigação em curso, hoje em Portugal ?
O Furacão, sem dúvida alguma. Mas como habitualmente, entregaram-na a um departamento do MP que costuma fazer sair ratinhos de montanhas, quando faz. O DCIAP da drª CÂndida, é isso mesmo.
Assim, quem deveria ser escutado? O PGR?
E por quem?
Capito?
PS. É evidente que isto é pura retórica e que esta história do PGR é apenas treta e vontade de falar de mais. O que é lamentável.
V. sabe como é que esta coisa funciona?
Isso é rotundamente impossível.
Se escutas houver, neste caso, só se forem as ilegais e sem qualquer nome suspeito.
Mas isso pode acontecer com qualquer um.
Se o PGR tem suspeitas, porque é que não as transmite a quem de direito ou diligencia pelo conhecimento técnico próprio?
Grande boca, a do Gomez
(peço que me corrija se for outro o título)
Fica-lhe bem pôr as mãos no fogo pela honra de quem conhece, mas é curioso que admita - o que há muito parece óbvio - haver situações muito pouco claras.
Ficamos é a saber, penhorados, que os há honrados - os que o José conhece pessoalmente - e os menos honrados - os outros, que serão influenciáveis pelos interesses escusos de um governo que não lhe merece confiança.
Ou então, temos um MP esquizofrénico.
Honrado.
Mas influenciável.
Menos os que o José conhece pessoalmente.
Embora influenciáveis pelos chefes acima dos chefes.
Mas honrados.
Cumprimentos
Dylan T.
Conde, visconde ou duque de espadas, mesmo valete ou simples archeiro livre, estou como o outro: foge cão que te fazem barão! Para onde, se me tornam conde?
Admito isso que diz e muito mais, como toda a gente deve admitir. Mas não justificar ou desculpar.
A ingenuidade nestas coisas, também paga o seu tributo.
Estávamos a falar de escutas so PGR não é assim?
Estávamos a especular sobre quem gostaria de saber o que o PGR conta ao telefone sobre assuntos que possam interessar, não é também assim?
Então, para que é que vem com a mistura de honras do convento com as honras de fora?
Que é que isso tem a ver com a moscambilhice de andar a escutar escondido e a espreitar atrás das portas?
Quem é que pode dar-se ao trabalho, ao risco e ao interesse de querer saber o que pensa o PGR?
Aliás, não sabemos todos já, desde o início, o que é que o PGR pensa sobre isto tudo? Esta entrevista é novidade para alguém, mesmo que seja de provocar alguma perplexidade?
Desculpe a inconveniência dos nomes emprestados, mas é como estou por estas paragens desde o primeiro dia e poderia criar-me uma crise de identidade mudar assim de repente(não te parece, Dylan?).
Os alegados barulhinhos do PGR são folclore bem humorado - embora uma ferroada nada inocente na corte -, como o José bem o sabe.
A polpa é tudo o resto.
Cumprimentos
Dylan T.