Brindes
segunda-feira, abril 23, 2007
Segundo a última página do Correio da Manhã de hoje, no canto superior esquerdo, Marcelo Rebelo de Sousa, ontem, na sua intervenção de crónica de costumes políticos, na RTP1, comentou "o facto de Sócrates ter enviado testes pelo correio, dizendo que a sua licenciatura é do tipo farinha Amparo".
Publicado por josé 10:24:00
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A semiótica da expressão, autoriza uma outra explicação: a redução ao produto genuíno para realçar o fenómeno da sua obtenção.
A publicidade, neste caso, é positiva. Mas não para todos...
Não me consta que nessa altura já houvesse brindes do género no meio da farinha...
Amanhã vou consultar os meus arquivos a ver se encontro algo, porque me parece que há por aqui uma corruptela semiótica, se isso se pode dizer.
quanto a exames de fim de curso, quando lá chegar, deles direi.
Não sei se foi logo nos "anos 50" ou se foi mais tarde, mas os chamados "brindes da Farinha Amparo" existiram mesmo e são antigos.
Pelo menos eu, que eu nasci em 1947, conheço a expressão - depreciativa - «Isto parece dos brindes da Farinha Amparo!» desde garoto.
Aproveitei para consultar coisas antigas e dou-lhe razão. Havia de facto o costume, já nos anos cinquenta, de inserir nas embalagens de farinha, brindes.
Acontecia com a farinha 33, por exemplo, mas ainda não encontrei imagem da publicidade à farinha Amparo.
Ainda assim, julgo que terá razão. Mas, sabe, eu nos anos cinquente ainda não tinha idade para reparar nessas coisas.
Por mim, tinha interpretado, semiologicamente, num sentido liegeiramente diferente e mais favorável à publicidade da farinha.
Estas coisas, sendo minudências, até me dão gozo em procurar e descobrir, porque dão identidade a uma maneira de ser que é a nossa. Um estrangeiro não entenderá isto, tão bem como nós.
A propósito: leu a crónica de Santana Castilho, no Público de hoje?
Sim, li a crónica do S. Carrilho mas, para ser sincero, acho que tudo o que ele diz já li nos blogues mais bem informados.
O texto seguinte (encontrado num comentário do «DO PORTUGAL PROFUNDO», é que eu gostava de ver escarrapachado em papel (depois de devidamente confirmado, é claro). De qualquer forma, muito do que aqui se lê também se encontra noutros lados.
É longo, mas vale a pena ler - lá vai:
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O PROFESSOR QUE SÓCRATES NÃO CONHECIA, NÃO CONHECEU NEM QUER OUVIR FALAR; A BEM DA NAÇÃO
CHAMA–SE ANTÓNIO JOSÉ MORAIS E É ENGENHEIRO A SÉRIO; DAQUELES RECONHECIDOS PELA ORDEM (não é uma espécie de Engenheiro, como diriam os Gatos Bem Cheirosos).
O António José Morais é primo em primeiro grau da Drª Edite Estrela. É um transmontano, tal como a prima que também é uma grande amiga do Eng. Sócrates. Também é amigo de outro transmontano, também licenciado pela INDEPENDENTE, o DR. Armando Vara, antigo caixa da Caixa Geral de Depósitos e actualmente Administrador da Caixa Geral de Depósitos, grande amigo do Eng. Sócrates e da Drª Edite Estrela.
O Eng. Morais trabalhou no prestigiado LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil), só que, devido ao seu elevado empreendedorismo, canalizava trabalhos destinados ao LNEC, para uma empresa em que era parte interessada.
Um dia foi convidado a sair pela infeliz conduta .
Trabalhou para outras empresas, entre as quais a HIDROPROJECTO, e pelas mesmas razões foi convidado a sair.
Nesta sua fase de consultor de reconhecido mérito trabalhou para a Câmara da Covilhã aonde vendeu serviços requisitados pelo técnico Eng. Sócrates.
Daí nasce uma amizade.
É desta amizade entre o Eng da Covilhã e o Eng. Consultor que se dá a apresentação do Eng. Sócrates à Drª Edite Estrela, proeminente deputada e dirigente do Partido Socialista.
E assim começa a fulgurante ascenção do Eng. Sócrates no Partido Socialista de Lisboa apadrinhada pela famosa Drª Edite Estrela, ainda hoje um vulto extremamente influente no nucleo duro do lider socialista.
À ambição legitima do politico Sócrates era importante acrescentar a licenciatura.
Assim o Eng. Morais, já professor do prestigiado ISEL (Instituto Superior de Engenharia de Lisboa), passa a contar naquela Universidade com um prestigiado aluno – José Sócrates Pinto de Sousa, bacharel.
O Eng. Morais, demasiado envolvido noutros projectos, faltava amiudes vezes às aulas, e naturalmente foi convidado a sair daquela docência.
Homem de grande espirito de iniciativa, rapidamente se colocou na Universidade Independente.
Aí, o seu amigo bacharel José Sócrates, imensamente absorvido na politica e na governação, seguiu–o “porque era a escola mais perto do ISEL que encontrou“.
E assim se licenciou, tendo como professor da maioria das cadeiras (logo quatro) o desconhecido mas exigente Eng. Morais. E, ultrapassando todas as dificuldades, conseguindo ser ao mesmo tempo Secretário de Estado e trabalhador estudante, licencia–se, e passa a ser Engenheiro, à revelia da maçadora Ordem dos Engenheiros, que, segundo consta, é quem diz quem é Engenheiro ou não, sobrepondo–se completamente ao Ministério que tutela o ensino superior.
(Essa também não é muito entendivel; se é a Ordem que determina quem tem aptidão para ser Engenheiro devia ser a Ordem a aprovar os Cursos de Engenharia ; La Palisse diria assim)
Eis que, licenciado o governante, há que retribuir o esforço do HIPER MEGA PROFESSOR, que, com o sacrificio do seu próprio descanso, deve ter dado aulas e orientado o aluno a horas fora de normal, já que a ocupação de Secretário de Estado é normalmente absorvente .
E ASSIM FOI:
O amigo Vara, também secretário da Administração Interna, coloca o Eng. Morais como Director Geral no GEPI, um organismo daquele Ministério.
O Eng. Morais, um homem cheio de iniciativa, teve que ser demitido devido a adjudicações de obras não muito consonantes com a lei e outras trapalhadas na Fundação de Prevenção e Segurança fundada pelo Secretário de Estado Vara.
( lembram-se que foi por causa dessa famigerada Fundação que o Eng. Guterres foi obrigado a demitir o já ministro Vara (pressões do Presidente Sampaio), o que levou ao corte de relações do Dr. Vara com o Dr. Sampaio – consta até que o Dr. Vara nutre pelo ex-Presidente um ódio de estimação.
O Eng. Guterres, farto que estava do Partido Socialista ( porque é um homem de bem, acima de qualquer suspeita, íntegro e patriota), aproveita a derrota nas autárquicas e dá uma bofetada de luva branca no Partido Socialista e manda–os todos para o desemprego.
Segue–se o Dr. Durão Barroso e o Dr. Santana Lopes que não se distinguem em praticamente nada de positivo, e assim volta o Partido Socialista comandado pelo Eng. Sócrates E GANHA AS ELEIÇÕES COM MAIORIA ABSOLUTA.
Eis que, amigo do seu amigo é, e vamos dar mais uma oportunidade ao Morais, que o tipo não é para brincadeiras.
E o Eng. Morais é nomeado Presidente do Instituto de Gestão Financeira do Ministério da Justiça.
O Eng. Morais homem sensivel e de coração grande, tomba de amores por uma cidadã brasileira que era empregada num restaurante no Centro Comercial Colombo.
E como a paixão obnibula a mente e trai a razão, nomeia a “brasuca “ Directora de Logistica dum organismo por ele tutelado a ganhar 1600 € por mês. Claro que ia dar chatice, porque as habilitações literárias ( outra vez as malfadadas habilitações ) da pequena começaram a ser questionadas pelo pessoal que por lá circulava.
Daí a ser publicado no “24 HORAS” foi um ápice.
E ASSIM lá foi o apaixonado Eng. Morais despedido outra vez.
A Farinha Amparo, para a época, era uma autêntica revolução nas papas: era pré-torrada e dissolvia-se em leite quente. Daí a expressão "é trigo limpo, Farinha Amparo", fica pronto num instante.
E, a partir de certa altura, trazia brinde.
O MRS pode ter usado a expressão com o sentido de licenciatura instantânea, sem espinhas, ou de brinde a um distinto membro do governo, como era o Pinto de Sousa.
Pelo tom que usou e pelo contexto em que empregou a expressão, foi decerto com o sentido de licenciatura de pouco valor.