O Miguel

Miguel Abrantes, que eu não tenho o prazer de conhecer, respondeu ao naco de prosa que aqui elaborei sobre a operação que envolveu o BES em Espanha. E então diz assim: "Mas suspeito, em relação aos jornalistas, de que o Carlos não tenha razão. Uma operação desencadeada às oito horas da manhã, envolvendo centenas de pessoas em diversos locais de Madrid e Barcelona, é capaz de, ao fim de algum tempo, não ter passado despercebida aos media". Ou seja, segundo o Miguel, é natural que os jornalistas tivessem tido conhecimento do que se estava a passar. Eu também acho. E conclui o Miguel: "O Carlos esqueceu-se no entanto de referir se o fax também foi enviado. E nestas coisas, dizem os entendidos, o efeito surpresa pode estragar tudo". Concordo novamente.

Mas, vejamos: em declarações ao Expresso, Ricardo Salgado afirma que as televisões "foram convocadas para o local uma hora antes da chegada da polícia". Será que o Miguel não leu esta declaração?

E, talvez por ser em Espanha, esta citação do El Pais não lhe causa comichão? "La investigación, entre otros asuntos, pretende determinar si el BES, dentro o fuera de España, "ha facilitado esas estructuras societarias" a la trama". Parece tudo normal, não é Miguel. Mas, vamos recordar o que escreveu aqui a propósito do Furacão português e do envolvimento dos bancos:

"Segunda conclusão: alguns chicos-espertos foram apanhados nas malhas, mas ainda não há nenhuma evidência de que os “produtos bancários” “oferecidos” nos balcões das instituições bancárias fossem do conhecimento das próprias instituições bancárias e, muito menos, dos banqueiros. Conhecem a estória do mexilhão?".

Como se diz mexilhão em castelhano?


Mais um vez, um grande abraço.

Publicado por Carlos 17:46:00  

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