O divórcio da credibilidade

Portugal é o País onde há mais divórcios

É o que revela o relatório do Instituto de Política Familiar, que será apresentado terça-feira em Bruxelas.

Divórcio é uma palavra cada vez mais comum no vocabulário familiar. As estatísticas confirmam que, a cada 33 segundos, há registo de mais um divórcio na União Europeia (UE) e Portugal assume a «camisola amarela» nesta corrida.

De acordo com um relatório do Instituto de Política Familiar (IPF), que será apresentado terça-feira no Parlamento Europeu em Bruxelas, a Europa totaliza quase um milhão de rupturas conjugais por ano.

Portugal, com um crescimento de 89%, é o País da UE-15 onde se verificou o maior aumento da taxa de divórcios em 10 anos (1995-2004). Logo a seguir vem a Itália com um aumento de 62% de divórcios e a Espanha com uma subida de 59%.

[Fonte: TVI, 2006-05-07 16:59]


Vários meios de comunicação social, incluindo o jornal de referência Público, anunciaram em grandes parangonas no início da semana que Portugal é o país europeu "onde há mais divórcios". Escalpelizado o artigo, percebia-se afinal que é apenas aquele onde "se verificou o maior aumento de divórcios" nos últimos anos. Se o Público rapidamente emendou o deslize, pelo contrário o "moderno" Diário Digital e a "independente" TVI conservaram durante vários dias o título falso, denunciando a pouca credibilidade que merecem.

Publicado por Nino 21:58:00  

2 Comments:

  1. António Viriato said...
    Tudo se está a tornar precário, até o casamento. O aumento da liberdade sexual e o compromisso conjugal mais tardio, afinal não trouxeram o amadurecimento das decisões nem a estabilidade das escolhas efectuadas. Haja quem explique isto em termos psicanalíticos...
    FPM said...
    É a evolução dos países católicos (onde o divórcio era/é mal-visto) face aos protestantes está a dar-se agora, algum dia teria de ser porque os factores exógenos são os mesmos das sociedades do Norte e os factore endógenos (nomeadamente a educação/religião) perderam muita força.
    A não correcção das notícias é grave, mas parece-me ser resultado da falta de investimento das empresas de comunicação portugueses no online (apesar do DD ser só online). De todo o modo, até pela diferença populacional, seria praticamente impossível que Portugal fosse o país da UE com mais divórcios.

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