Espera-se

Que as demissões na PJ - porque Santos Cabral pode ter aceite quase tudo. incluindo saber pelos jornais o que a mera cortesia impunha que lhe fosse comunicado pessoalmente, mas não aceitou ser um yes man - não tenham nada a ver com nada.

Pelo que se percebe da TSF terá sido demitido por ter opinião e ousar espressá-la.

A relação de confiança, agora, obriga à ausência de cérebro.

Conclui-se.

Como interpretar de outra forma este "despacho" gentilmente ditado, decerto, por algum hábil chefe de Gabinete à TSF?

«O governo entendeu que a adopção e exposição pública por parte de uma entidade dele dependente de posições tendentes a condicionar a liberdade do executivo punham em causa a relação de confiança necessária entre tutela e dirigente».


E quando eu digo que espero bem que não tenham nada a ver com nada é com nada mesmo.

Só espero que Alípio Ribeiro não tenha sido escolhido em função da sua capacidade de se vergar ao poder político, o que seria atípico num homem do Ministério Público.

Tudo visto e somado, não se vê em que é que esta demissão resolve a asfixia financeira da PJ nem o que é que aproveita ao esclarecimento da confusão em torno das competências de relacionamento com as instâncias internacionais de combate ao crime.

Nos entretantos, e juro jurado que não tem nada a ver com nada,a Direcção Nacional da PSP achou por bem não ser apanhada em dificuldades orçamentais e fez publicar o seguinte anúncio:

Vá às compras na PSP


Pelo sim pelo não!

Publicado por irreflexoes 18:37:00  

11 Comments:

  1. Carlos Sério said...
    Numa lógica governativa não se compreendem as investidas e os ataques desferidos pela governação Sócrates contra o Ministério Público e a Polícia Judiciária.

    No preciso momento em que se assiste pela primeira vez em Portugal, à investigação e à pronuncia de acusação sobre destacadas figuras públicas e políticas, é precisamente o momento escolhido pelo partido socialista e pelo executivo, para diminuírem os poderes do MP e perturbarem e reduzirem objectivamente as capacidades de investigação da PJ.
    Esta ofensiva concertada contra as entidades de investigação criminal de modo algum se enquadra numa lógica governativa, assemelhando-se mais, a um ajuste de contas de grupos poderosos.
    A irritabilidade e a incomodidade que o PS e o governo vêm manifestando são demasiado perceptíveis.

    A extinção da unidade de combate à corrupção como unidade independente da PJ, a tentativa de governamentalização do MP, o pacote legislativo que lhe retira autonomia e eficácia, o asfixiamento financeiro da PJ e a instabilidade criada a qualquer pretexto na PJ, são medidas concertadas altamente gravosas das acções de investigação.

    E tudo isto acontece no momento em que tanto o MP como a PJ mostram resultados práticos no combate à criminalidade.

    Numa recente entrevista afirmava Maria José Morgado:”o governo não considera prioritário o combate à corrupção”.

    O governo parece não aceitar que destacadas figuras do seu partido sejam investigadas, e comporta-se como “casta” privilegiada e poderosa vivendo acima da Lei.

    Entretanto a “nossa” comunicação social olha para o lado, não denunciando como lhe competia este gravíssimo atentado à democracia e ao estado de direito.
    james said...
    "atípico num homem do Ministério Público"? Vc deve drogar-se , homem!
    Arrebenta said...
    As Secretas e a Casa Pia


    Há muito tempo que as secretas deviam estar nas mãos da Socratina, por exemplo, se isso tivesse sido sempre assim, nunca teria acontecido um escândalo tão sórdido como o da Casa Pia, que pôs em risco o nome de pessoas tão respeitáveis, e estava em risco de arrastar pela lama o nome de outras, ainda mais decentes, de que nunca se falou.

    Secretas ao segredo, já.
    Escondidos, venceremos!...
    irreflexoes said...
    Meninos,

    Tenham calma. Nem magistrado sou. E não me parece que tenha insinuado coisa alguma. Podem, por favor, destacar quais são as insinuações. Eu, ali, só vejo factos.
    josé said...
    Desde o momento em que um palerma qualquer que anda por aí a escrever, deu o mote no sentido de que este blog era boateiro e prenhe de insinuações maldosas, aparecem os desatentos e as várias vozes que respondem à do dono , latindo desaforos.

    Nem se dão ao trabalho de analisar o que se escreve. Basta que o discurso não lhes agrade, e viram o malho em cima, atirando lama para uns putativos magistrados e agregando a magistratura na pulhice de que dão mostras sobejas de poder ser uma marca de carácter, socapada na imagem de virgens ofendidas.

    Farão parte de alguma corporação, ou serão meros peões de brega?

    A plavra é vossa, ó desatentos vilipendiadores alfa numéricos!
    Mas mudem lá agulha da magistratura que nada tem a ver com o que aqui se escreve.
    Sejam mais finos!
    maloud said...
    Confesso que tendo ouvido esses boatos, na minha terminologia "colos", sobre este blog, fiz directamente a pergunta ao Manuel no defunto Espectro. Ele respondeu-me com toda a clareza e transparência. Nem sempre concordo com o que leio aqui, mas a unanimidade de opiniões seria indesejável. De resto todos os dias o frequento exactamente para enriquecer a visão que tenho dos assuntos. Às vezes fico na minha. Outras fico a pensar.
    josé said...
    Meu caro atento:

    O Dono, neste caso, quem será?!
    Não será um- mas vários. Os vários poderes do Estado, com destaque de léguas, para o Executivo que governa e quem o orienta na sombra, dando palpites escutados e pareceres fundamentados.

    Quem aparece aqui a defender sempre a voz desses donos, escusado será dizer que não precisa que se insinue ao serviço de quem estão. As evidências não precisam de insinuações para se preceberem,a não ser que a cegueira ideológico partidária seja já irremediável e retire toda e qualquer atenção à realidade circundante.

    Dito isto, que podemos ver nós em relação ao facto denunciado de o PS estar a "ir contra a PJ e o MP em jeito de retaliação pelo que aconteceu no processo casa pia"?

    Podemos ver evidências: declarações várias de personalidades relacionadas com o poder insituído no momento. Inflexões de atitudes relativamente a legislação que essas mesmas personalidades aprovaram antes e agora estão apostadas em desaprovar.
    Provas?
    O ministro da Justiça António Costa gozava de prestígio nos meios da magistratura e dos tribunais, aquando da passagem no ministério. Mostrava empenho em perceber certas realidades e até mostrou vontade em conceder várias "regalias". Quer o exemplo de uma?
    Quando saiu a fornada dos magistrados do CEJ que iam estagiar, no ano em que foi ministro, "deu-lhes" um computador portátil, uma colecção de legislação e ainda outras benesses materiais.

    Hoje, o que lhes daria? Uma carga de injúrias, começando por lhes chamar mandriões e malandros.

    O que mudou?
    A prisão de um dos pares. As escutas que comprometeram carreiras políticas. As denúncias sussuradas de muitas poucas vergonhas intoleráveis e principalmente a demonstração de que o poder judicial não anda a toques do PS. E por isso, o SOuto Moura é o maior bandido que Deus ao mundo botou, lá da sede do Rato.
    Chegam estas evidências, ou quer mais?!
    josé said...
    Em política, o julgamento é diferente, como V. bem sabe. Em política o que parece, é, como deveria saber- e sabe muito bem, aliás.

    Se não soubesse, não andaria por aqui a apoiar quem assim julga. Os últimos exemplos, são os citados, mas há mais! Muito mais!

    Quer mais?!
    irreflexoes said...
    Hesitei deveras em voltar a terreiro mas há coisas que não podem ficar por elas mesmas. Ao contrário dos meus amigos não acordei ontem para estes problemas.

    Vamos lá, o que os incomoda é a alusão ao "Caso Freeport"?

    O que vos devia incomodar era a existência e desenrolar do mesmo.

    Eu sempre disse, sobre esse assunto, isto:

    "Ou o "caso" Freeport existe, caso em que se espera o desenrolar das investigações, sendo ou não José Sócrates Primeiro-Ministro ou não existe e foi um mero frete feito por alguém no MP ao PSD, caso que mereceria, ele próprio, investigação disciplinar e penal."

    E sobre isto, o que pensam?

    Quanto ao caso do tabuleiro de xadrez, se quer que lhe diga, parece-me ridiculamente irrelevante.

    Historial, para que não haja dúvidas (não é exaustivo):

    http://grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com/2005/06/breves-apontamentos-sobre-o-caso.html

    http://grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com/2005/05/freeport.html

    http://grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com/2005/06/perguntas-com-respostas.html
    maloud said...
    José,
    Eu não acho que o dr. Souto Moura seja um bandido, no entanto parece-me que, às vezes tem declarações infelizes, dado o lugar que ocupa. Também não penso que as imagens do Freeport e do jogo de xadrez tenham surgido por acaso. Ora, para mim, toda a gente é inocente até se provar a sua culpabilidade. Eu sei que toda a gente diz isto, mas eu acredito nisto. Tanto me faz que sejam do PS de que sou simpatizante { a declaraçãozinha de interesses nunca fica mal, não é verdade?} como do PP, pelo qual tenho embirração.
    maloud said...
    Enquanto escrevia, apareceu um esclarecimento feito por Irreflexões, que de alguma forma já responde às minhas perplexidades.

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