A malavita
terça-feira, março 14, 2006
Uma das pessoas que procurou perceber o fenómeno mafioso, colocando-se do lado de fora, mas dentro da lei, combatendo com eficácia os seus efeitos perversos, foi o juiz italiano Giovanni Falcone. Por isso, foi morto pela Mafia de Toto Riina, em 1993.
Escreveu livros e a propósito de um deles, Cose di Cosa Nostra, pode ler-se por aqui, isto:
"La storia del fenomeno mafioso mostra la fallacia di ogni interpretazione "riduzionista": poiché si tratta di un "sistema sociale extralegale" - la definizione è del sociologo Leopoldo Franchetti (1847-1917) -, la mafia non tollera approcci unilaterali, tendenti a identificarne l'essenza nella violenza dei mezzi, nel fine di accumulazione di capitali o nel sottosviluppo delle comunità; né risponde al vero - nota Falcone - presentarla come "un cancro proliferato per caso su un tessuto sano". La mafia costituisce risposta - organizzata, non necessariamente violenta, tendenzialmente completa e perciò alternativa all'apparato statale - alla domanda di "protezione" di uomini "spogliati" degli abiti di aggregazione sociale, tipici di una determinata area; il suo effetto è un legame inscindibile e assorbente, il cui unico fine è il vantaggio dell'organizzazione stessa."
E uma frase muito importante:
"La Mafia è essenzialmente espressione di un bisogno di Ordine e quindi di Stato".
Ao contrário do que se divulga, a Mafia não é organização marginal que se dedique com afeição particular a actividades marginalmente criminosas como os diversos tráficos ilegais, de drogas, armas ou pessoas.
A tipicidade da sua actuação segundo Falcone, é mais sofisticada e profundamente enraizada numa mentalidade mais limpa de certos preconceitos aviltantes:
"Un'altra regola di vita in Sicilia è il clientelismo; è molto difficile far emergere qualità e capacità professionali, quindi è meglio avere gli amici giusti per ottenere una spintarella, cosý la mafia, che esprime sempre l'esasperazione dei valori siciliani, finisce per far apparire come un favore quello che è il diritto di ogni cittadino."
E para complicar ainda mais o quadro sociológico o malogrado juiz escrevia ainda algo glosado aqui:
"I mafiosi possono essere intelligenti, duttili e intraprendenti, ma vivono come parassiti perchÚ è più facile; penso che la differenza sostanziale tra noi e i mafiosi sia che loro fanno del parassitismo una regola di vita, mentre noi, pur comportandoci a volte nello stesso modo, cerchiamo di non darlo a vedere o di nasconderlo."
Por cá, não há Mafia. Por cá, a malavita não tem expressão organizada como na Sicília ou em Nápoles.
Mas há certos clubes que imitam muito bem. Muito bem mesmo.
Publicado por josé 14:01:00
Allora:
Outra regra de vida na Sicilia é o clientelismo; é muito difícil fazer emergir qualidade e capacidade profissionais, daí que seja melhor ter os amigos certos...assim a mafia...acaba sempre por fazer com que pareça um favor, aquilo a que todo o cidadão tem direito.
E l´altra:
"La Mafia è essenzialmente espressione di un bisogno di Ordine e quindi di Stato"
"A Mafia é essencialmente a expressão de uma necessidade de Ordem e de Estado."
O tiro desta vez, parece-me certeiro. Os alvos é que são muitos. E não me refiro aos clubes de futebol...mas também fico pelas meias palavras, arriscando o epíteto de boateiro.
Como se isto fosse um boato!