A distinta lata
sexta-feira, março 17, 2006
"Vale a pena corrigir o jornalismo péssimo que se faz em Portugal? Verdadeiramente acho que não vale a pena. Então em vésperas de um Congresso do PSD em que os jornais, rádios e televisões, precisam de afirmações bombásticas, tudo serve. Soube agora pelo noticiário da SIC Notícias, que pedi a "demissão de Marques Mendes". Nem mais, nem menos. De facto, não adianta: nunca defendi tal coisa. O que disse na Quadratura do Círculo, e apenas aí, foi que, se as propostas de revisão estatutárias de Mendes não fossem aprovadas, ele ficaria numa posição tão frágil que mais valia demitir-se. Na maneira como as coisas estão há-de aparecer sempre algum jornalista a dizer que é a mesma coisa, quando não é. Não, não vale a pena."
Este pequeno texto, vem daqui, do Abrupto.
Como se pode ler, para o autor, o jornalismo português é péssimo. JPP colabora no Público, na tv, na Sábado e sabe-se lá onde mais. No entanto, o jornalismo português "é péssimo" e por isso o meio onde exerce opinião, é um meio péssimo, em geral e na opinião avalizada do autor.
E que exemplo encontrou então o inspector avalizado do jornalismo português, para proferir sentença rápida?
Eh pá...teria dito na tv da SIC ( também de jornalismo péssimo?) que se MM perdesse a proposta que apresenta para revisão estatutária, "ficaria numa posição frágil e que mais valia demitir-se". E agora dizem que ele pediu a demissão de MM!
Assim, escrito, parece o que é: se não for aprovado o que MM propõe, deve demitir-se, na opinião do autor do blog Abrupto.
MM disse, hoje de manhã, que mesmo que perdesse, não se demitia...
JPP, vem corrigir, por isso, o jornalismo péssimo que por cá se faz. Faz bem. Just in case...
Também hoje, na TSF, logo pela manhã, ouvi uma notícia que dizia que os exames periciais à personalidade de certo arguido ( não foi bem assim que disseram, mas deveria ser), mostravam que o mesmo não era pessoa com inclinações para certos actos repugnáveis....( também não foi bem assim, mas foi exactamente essa a mensagem).
Com a leitura dos jornais, fiquei com outra ideia mais impressiva: dizem que o tal arguido não pode ser classificado como praticante habitual, mas que também não podem excluir a prática ocasional e que estes exames sevem para muito pouco, pois não há método fiável de avaliação de personalidade de certos indivíduos( não foi bem assim, mas foi esta a mensagem).
Qual será, neste caso, o jornalismo preferido do autor do Abrupto? Ora! É pergunta retórica:nós suspeitamos e como somos encobertos de uma certa perspectiva ocultada, já estamos lacrados.
Publicado por josé 13:21:00
JPP tem muitos defeitos, todos temos, mas sabe um bocadinho de política. Não sabe nada de ciência, por exemplo.
Porque é que o homem é obrigado a citar o espectro?!
Que é que o VPV fez na vida além de dizer mal de toda a gente? Tem alguma obra grandiosa? É um academico de reputação internacinal?
O ti Pacheco até escreve umas crónicas interessantes, o VPV só tem piada a bater nos coitadinhos, e tu és um invejoso rasteiro que devias aplicar o tempo mal gasto, em outras coisas. Vê lá se atinas!
"se não for aprovado o que MM propõe, deve demitir-se, na opinião do autor do blog Abrupto"
A notícia que passou e que causou tanta queixa ao autor, foi apenas porque não se acrescentou " se não for aprovado o que MM propõe...).
Tem razão JPP ao lamentar-se do péssimo jornalismo?
Talvez, mas não é caso para tanto... pois quem não quer ser lobo não lhe veste a pele. Há uma altura em que as coisas não podem ser cinzentas e o mundo da política vive muito desta ambiguidade em que o autor do blog se deixou enredar. Culpa de quem?! Dos jornalismo péssimo?!! Ora, ora!
JPP tem muito menos razão de queixa do que outros terão em relação a outras notícias enviesadas, manipuladas e distorcidas e que JPP por vrezes absorve acrítica e gulosamente para comentar no seu blog e também desinformar.
Mas a essas, nunca lhe vi a exigir desmentidos, pedidos de esclarecimentos ou simples lamentos.
Antes pelo contrário- alimenta-as no seu sentido torto.
Tenho exemplos: quando comenta processos judiciais ou assuntos judiciários.
NO entanto, estou para ver qual vai ser a reacção de alguns dos congressistas do PSD a este tipo de discurso de quem está de fora e lança escritos equívocos ( malgré lui)para dentro... de um partido do qual faz parte; que aparentemente lhe deve muito
profissionalmente e por isso é político a tempo inteiro ou parcial. Não estou com isto a criticar as opções ou a insinuar que alguém que assim procede será um medíocre que se alavancou no partido para ascender. Estou a dizer que um político deve ter ideias, lealdades partidárias e memória para além de sentimentos de alguma gratidão, quando for esse o caso.
Mas julgo saber que a política é madrasta e que não reconhece os filhos, logo a gratidão é sentimento vazio na política.
Umas perguntas simples e directas:
Algumas pessoas conseguiriam ser alguém publicamente, se não se tivessem inscrito num partido; se não tivessem concorrido a cargos públicos por esse partido e se não tivessem aproveitado oportunidades de promoção profissional em carreiras promovidas pelo partido?
Um deputado é eleito sem apoio de um partido?
COmo se consegue o apoio de um partido?
Uma pessoa que é nomeada para um cargo de relevância política pode sê-lo apenas pelo valor intrínseco que apresenta e pelo valor acrescentado que leva para esse partido.
Mas também pode suceder o inverso e essa pessoa afinal, dever mais ao partido que o contrário.
Qual será o caso concreto?!
Não respondo a esta questão, pois me parece muito complexa. Mas interessante.
L´arroseur arrosé!
Intrigante?! Indeed!
(na pergunta está implícito que não, não quero ue fiquem dúvidas jornalisticas da minha frase)