A distinta lata

"Vale a pena corrigir o jornalismo péssimo que se faz em Portugal? Verdadeiramente acho que não vale a pena. Então em vésperas de um Congresso do PSD em que os jornais, rádios e televisões, precisam de afirmações bombásticas, tudo serve. Soube agora pelo noticiário da SIC Notícias, que pedi a "demissão de Marques Mendes". Nem mais, nem menos. De facto, não adianta: nunca defendi tal coisa. O que disse na Quadratura do Círculo, e apenas aí, foi que, se as propostas de revisão estatutárias de Mendes não fossem aprovadas, ele ficaria numa posição tão frágil que mais valia demitir-se. Na maneira como as coisas estão há-de aparecer sempre algum jornalista a dizer que é a mesma coisa, quando não é. Não, não vale a pena."

Este pequeno texto, vem daqui, do Abrupto.

Como se pode ler, para o autor, o jornalismo português é péssimo. JPP colabora no Público, na tv, na Sábado e sabe-se lá onde mais. No entanto, o jornalismo português "é péssimo" e por isso o meio onde exerce opinião, é um meio péssimo, em geral e na opinião avalizada do autor.

E que exemplo encontrou então o inspector avalizado do jornalismo português, para proferir sentença rápida?
Eh pá...teria dito na tv da SIC ( também de jornalismo péssimo?) que se MM perdesse a proposta que apresenta para revisão estatutária, "ficaria numa posição frágil e que mais valia demitir-se". E agora dizem que ele pediu a demissão de MM!
Assim, escrito, parece o que é: se não for aprovado o que MM propõe, deve demitir-se, na opinião do autor do blog Abrupto.
MM disse, hoje de manhã, que mesmo que perdesse, não se demitia...

JPP, vem corrigir, por isso, o jornalismo péssimo que por cá se faz. Faz bem. Just in case...

Também hoje, na TSF, logo pela manhã, ouvi uma notícia que dizia que os exames periciais à personalidade de certo arguido ( não foi bem assim que disseram, mas deveria ser), mostravam que o mesmo não era pessoa com inclinações para certos actos repugnáveis....( também não foi bem assim, mas foi exactamente essa a mensagem).
Com a leitura dos jornais, fiquei com outra ideia mais impressiva: dizem que o tal arguido não pode ser classificado como praticante habitual, mas que também não podem excluir a prática ocasional e que estes exames sevem para muito pouco, pois não há método fiável de avaliação de personalidade de certos indivíduos( não foi bem assim, mas foi esta a mensagem).

Qual será, neste caso, o jornalismo preferido do autor do Abrupto? Ora! É pergunta retórica:nós suspeitamos e como somos encobertos de uma certa perspectiva ocultada, já estamos lacrados.

Publicado por josé 13:21:00  

11 Comments:

  1. Maria said...
    José, não concordo nada consigo, transcrever "mais valia demitir-se" para "pedir a demissão", é uma deturpação completa do sentido da frase. E mostra como realmente o jornalismo que por cá se faz pode ser do mais reles que existe.
    LA said...
    O JPP na verdade tem razão, não pediu a demissão de MM directamente.
    JPP tem muitos defeitos, todos temos, mas sabe um bocadinho de política. Não sabe nada de ciência, por exemplo.
    Porque é que o homem é obrigado a citar o espectro?!
    Que é que o VPV fez na vida além de dizer mal de toda a gente? Tem alguma obra grandiosa? É um academico de reputação internacinal?
    O ti Pacheco até escreve umas crónicas interessantes, o VPV só tem piada a bater nos coitadinhos, e tu és um invejoso rasteiro que devias aplicar o tempo mal gasto, em outras coisas. Vê lá se atinas!
    josé said...
    O que escrevi, foi:

    "se não for aprovado o que MM propõe, deve demitir-se, na opinião do autor do blog Abrupto"

    A notícia que passou e que causou tanta queixa ao autor, foi apenas porque não se acrescentou " se não for aprovado o que MM propõe...).

    Tem razão JPP ao lamentar-se do péssimo jornalismo?
    Talvez, mas não é caso para tanto... pois quem não quer ser lobo não lhe veste a pele. Há uma altura em que as coisas não podem ser cinzentas e o mundo da política vive muito desta ambiguidade em que o autor do blog se deixou enredar. Culpa de quem?! Dos jornalismo péssimo?!! Ora, ora!

    JPP tem muito menos razão de queixa do que outros terão em relação a outras notícias enviesadas, manipuladas e distorcidas e que JPP por vrezes absorve acrítica e gulosamente para comentar no seu blog e também desinformar.

    Mas a essas, nunca lhe vi a exigir desmentidos, pedidos de esclarecimentos ou simples lamentos.
    Antes pelo contrário- alimenta-as no seu sentido torto.

    Tenho exemplos: quando comenta processos judiciais ou assuntos judiciários.
    josé said...
    O que irá passar-se no COngresso do partido PSD interessa-me quase nada, a não ser como cidadão interessado nas coisas públicas. Nunca fiz política partidária. Não tenho inscrição partidária e voto consoante a minha consciência do momento.
    NO entanto, estou para ver qual vai ser a reacção de alguns dos congressistas do PSD a este tipo de discurso de quem está de fora e lança escritos equívocos ( malgré lui)para dentro... de um partido do qual faz parte; que aparentemente lhe deve muito
    profissionalmente e por isso é político a tempo inteiro ou parcial. Não estou com isto a criticar as opções ou a insinuar que alguém que assim procede será um medíocre que se alavancou no partido para ascender. Estou a dizer que um político deve ter ideias, lealdades partidárias e memória para além de sentimentos de alguma gratidão, quando for esse o caso.

    Mas julgo saber que a política é madrasta e que não reconhece os filhos, logo a gratidão é sentimento vazio na política.

    Umas perguntas simples e directas:
    Algumas pessoas conseguiriam ser alguém publicamente, se não se tivessem inscrito num partido; se não tivessem concorrido a cargos públicos por esse partido e se não tivessem aproveitado oportunidades de promoção profissional em carreiras promovidas pelo partido?

    Um deputado é eleito sem apoio de um partido?
    COmo se consegue o apoio de um partido?
    Uma pessoa que é nomeada para um cargo de relevância política pode sê-lo apenas pelo valor intrínseco que apresenta e pelo valor acrescentado que leva para esse partido.
    Mas também pode suceder o inverso e essa pessoa afinal, dever mais ao partido que o contrário.

    Qual será o caso concreto?!

    Não respondo a esta questão, pois me parece muito complexa. Mas interessante.
    Maria said...
    Interessante esse comentário que José faz sobre lealdade porque para muitos pode ser uma situação difícil de resolver. Mas afinal não será mais incorrecto uma pessoa calar-se por questão de lealdade do que apontar o que está mal feito? E qual é a lealdade mais importante, ao partido ou ao país? Eu não tenho dúvidas em relação a isso, o que deve ser feito, deve ser feito.
    Maria said...
    And again
    Ljubljana said...
    No minimo intrigante a fixação dos editores da GLQL pelos conteúdos do Abrupto. Mais aínda, a rapidez com que comentam (à flor do cunho) os conteúdos que JPP edita no Abrupto. Eu sou um leitor assíduo de ambos os blogues.
    josé said...
    Até eu fico intrigado com os comentários sobre os comentários intrigantes...intrigante, sem dúvida. E sou também leitor assíduo aqui. Ahahaha!
    josé said...
    E o que me intriga pelo máximo é o facto de não terem dado conta que o comentário do tal comentador, foi comentado hoje pelos meios de comunicação, logo pela manhã,relacionando-o com o Congresso de um partido da oposição...e agora aparece o comentador a comentar o seu próprio comentário já comentado.
    L´arroseur arrosé!

    Intrigante?! Indeed!
    Joao said...
    Estou chocado! Estou chocado! Intrigante é levarmos isto tão a sério. Bom fim de semana!
    Cingab said...
    O Jornalismo em Portugal é péssimo, não tenho dúvidas!... Mas, JPP será melhor que ele?
    (na pergunta está implícito que não, não quero ue fiquem dúvidas jornalisticas da minha frase)

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