Vasco Pulido Valente, os liberais e os gambuzinos

Ainda à procura de um registo blogueiro estável Vasco Pulido Valente tem-se entretido a disparar para tudo quanto é lado. Mesmo assim, já assustou algumas almas mais sensíveis, e calustrofóbicas, que até já pensam em fazer as malas... resta saber para onde. Um dos últimos alvos da verbe Valente foram os 'liberais' e o 'liberalismo'. Em suma, uma pura perda de tempo, para não dizer uma autêntica caça aos gambuzinos. A questão tal como Vasco Pulido Valente a coloca poderia fazer sentido há umas décadas atrás, poderá ainda fazer sentido em termos académicos abstractos, e muito delimitados, mas há muito que não faz na 'politica real' qualquer sentido. E não faz porque, e isso VPV por mais que uma vez já explicou muito bem, as ideologias, sejam elas quais forem, não alimentam nem movem seja quem for. A alegada virtualidade do liberalismo que é enquanto 'ideologia' (?) não estar particularmente queimada por nunca ter estado no 'poder' de nada vale. As pessoas não querem teóricos, liberais ou de outra coisa qualquer, querem soluções concretas para problemas concretos, que também são seus. Ora, o drama do liberalismo lusitano neste início de século é que a par da grandiloquência acerca das grandes questões (abstractas) temos a absoluta ausência de um programa realista e tangível. O problema não é pois o 'liberalismo' per se mas o facto de e o eleitorado já não ir, maioritariamente, em cantigas e, muito menos, passar um absoluto cheque em branco. Quando os liberais cá do sítio se cansarem de debater o sexo dos anjos, e passarem da fase de apresentar meras soluções casuísticas e avulsas para isto e para aquilo e se decidirem a apresentar um programa global, e coerente, de governo, para uma ou mais legislaturas, admitindo que se entendem acerca de um, então falamos. Para rematar, seria mais útil, infinitamente mais útil, para liberais mas não só, que se discutisse a sério a arquitectura do nosso sistema político (e administrativo). É por aí que se reformam os partidos e, por via deles, o Estado.

Publicado por Manuel 17:41:00  

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