uma OPA dOPAda
terça-feira, fevereiro 14, 2006
Já muita tinta escorreu sobre a OPA do momento, mas não o suficiente. Indo mudar muita coisa, na prática vai ficar tudo na mesma. Vai ficar tudo na mesma porque já se percebeu, a fiar nos dados disponíveis, que há muita coreografia e efeitos especiais, mas pouca substância. A Telefónica não vai a jogo, porque 'fica' com o Brasil, os 'outros', apesar das ameaças, também não, porque, no fundo, vão ficar todos servidos no imediato. Através de uma hábil e ousada engenharia financeira a Sonae prepara-se para comprar um monopólio, de grosso e de retalho, ponto. E, como condição, exige manter a Optimus e a TMN (uma pressão curiosa e que se afigura inaceitável que muitos preferem não comentar). Intrincheira-se em Portugal, com a benevolência explícita de 'Espanha', que até avança, via Santander, com o pilim. No imediato funcionará, os accionistas e o mercado ficarão felizes. A médio prazo será mais uma empresa de capitais estrangeiros onde o maior accionista individual poderá ser português. Pouco, muito pouco. Nestes tempos, qualquer grupo de telecomunicações que se preze diversifica a sua base instalada geograficamente. A PT fê-lo, a Telefónica fê-lo, a Vodafone fê-lo, para citar só alguns. E a PT só não o fez mais porque a inércia (i.e. as facilidades anormais de que goza em Portugal ) a levavam a estar quase quieta. A nova PT continuará monopolista mas reduzida ao rectângulo. Terá - certamente - uma face mais humana, mas continuará um monopoliozinho... à escala local. Na era da globalização é pouco, muito pouco.
Publicado por Manuel 17:27:00
Por exemplo, a ADSL que estou a utilizar. monopolista, cobra-me (caro)um serviço de 2 Mbytes e, neste mommento, fornece-me 200 Kbytes. Acredito que com uma pequena intervenção da autoridade da concorrência e com a dinâmica do Eng. Belmiro, isto vá para preços da UE, com um fornecimento a respeitar os contratos.