Secretas e secretinhas


Associações sindicais da polícia denunciaram que a PSP reactivou o Departamento de Informações Policiais, um serviço secreto da polícia extinto há dez anos por ser considerado «ilegal» e que «até faz escutas telefónicas», noticiou hoje o 24horas.

A Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP) e o Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP) manifestaram ao jornal preocupação pela alegada reactivação do serviço e exigem saber que poderes tem e quem o fiscaliza.

«Nós sabemos que existe um serviço de informações, mas não sabemos o que faz. Só esperamos que não seja nada que ponha em causa a integridade moral da polícia», disse ao PortugalDiário Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP).

De acordo com o jornal, a PSP reactivou em 2004 o DIPOL, serviço de informações que tinha sido extinto há cerca de dez anos por Alberto Costa, actual ministro da Justiça, e que na altura era ministro da Administração Interna. Na altura, Alberto Costa terá considerado que o serviço era ilegal e mandou suspendê-lo, refere o 24horas.

Este serviço «foi criado quando começaram a existir os movimentos organizados de polícias» e destinava-se recolher informações sobre os agentes «que fizessem parte de sindicatos, partidos políticos, etc», explicou Paulo Rodrigues.

Para reactivar este serviço, escreve o jornal, ao longo dos últimos dois anos mais de uma centena de elementos da PSP, que estarão sob as ordens de um superintendente chefe e um subintendente, que coordenam equipas de especialistas em várias áreas, nomeadamente em recolha de informações, análise de imprensa e escutas telefónicas.

Contactada pelo PortugalDiário, a Direcção Nacional da PSP afirmou que irá reagir a esta notícia durante o dia de hoje.

Contudo, o 24horas cita vários responsáveis da Direcção Nacional que confirmaram a reactivação da unidade mas garantem que o serviço se destina apenas a apoiar a investigação criminal.

O presidente da ASPP afirmou que é difícil saber o que faz este serviço, já que «é um conjunto de agentes que cumpre ordens de altos dirigentes da polícia», por isso, não divulgam muita informação.

Mesmo não sabendo bem em que moldes funciona, Paulo Rodrigues não concorda com a existência deste serviço. «Para isso há a IGAI (Inspecção-Geral da Administração Interna), o SIS (Serviço de Informação Nacional) e a Polícia Judiciária. Não faz sentidos andarmos com pequenos grupos».

Publicado por Carlos 13:55:00  

1 Comment:

  1. Anónimo said...
    Isto das "secretas" "secretas" parece uma pandemia. Ainda não passou a barreira das espécies: só ataca jornalistas e polícias sindicalistas. No dia em que um doido se fizer explodir na estação Baixa-Chiado, vamos contar com quem? seguramente com o Sr. Pinto da Visão e com o "polícia" Ramos...

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