Cartoons portugueses

Este cartoon deu muito que falar, há mais de trinta anos. O seu autor, João Abel Manta, arquitecto, desenhou vários para o desaparecido O Jornal , bem como ilustrações para o JL. Os temas, invariavelmente, ligavam-se ao PREC e à luta política de raiz e inspiração comunista. Ficou célebre o cartoon, publicado no O Jornal, de 11.7.1975,no qual representava um painel de filósofos , sábios e figuras históricas, a olharem todos para o mesmo lado: um quadro negro com um desenho do rectângulo Portugal. Na esquina do desenho, à direita baixa, ao lado de uma improvável Rosa Luxemburgo, figura um Kissinger anão, com orelhas de burro…
Antes de 25 de Abril 74, João Abel Manta publicou o cartoon acima ilustrado, intitulado “Festival”, em formato de poster nas páginas centrais de um suplemento ( A Mosca) do jornal Diário de Lisboa, de 11.11.1972. O desenho não foi submetido ao Visto de “Exame Prévio” , que podava sistematicamente os textos que eram analisados e impedia o exercício de liberdade de expressão, só plena e teoricamente assumido depois de 25 de Abril 74.
Dois dias depois da publicação do poster, o jornal Época, afecto ao regime político de Caetano, denunciou o caso, num escrito do director Barradas de Oliveira, com o seguinte teor: ( continua aqui...)

Publicado por josé 00:41:00  

3 Comments:

  1. Anónimo said...
    Interessante e educativo o excurso sobre a imprensa em Portugal nos últimos 30 anos.
    Porém, Maria António Palla não é mãe dos irmãos Costa. É, apenas, de António Costa.
    josé said...
    Obrigado. Vou corrigir. Ainda ontem li um artigo dela, sobre abuso sexual de menores, numa publicação de início dos setenta...
    Muito interessante.
    josé said...
    Maria:

    Já publiquei no meu blog, o texto que referi de Maria Antónia Palla.
    Afinal é um texto de 1969, sobre um caso hediondo ocorrido nessa altura e relacionado com um crime de natureza sexual de que foi vítima um pequenito de oito anos.

    O texto só foi publicado em Junho de 1974, pela revista Século Ilustrado, por causa da censura de 1969 que o cortou integralmente, proibindo a publicação.

    Se entender por bem, pode ler aqui, no Porta da Loja.

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