A TSF passa o que interessa

O PGR Souto Moura, comentando a investigação do processo Casa Pia, disse, além de outras coisas importantes, o seguinte:

"Não foi a ideal. Foi a possível com os condicionalismos que havia na altura. Acho que se fez uma obra notável, porque se lutou contra resistências que vinham de todos os lados. Foi extremamente árduo”.

A TSF retomou as frases, editou-as, podou-as e saiu assim para a rua: O PGR admitiu pela primeira vez, a existência de erros na investigação.

Hoje, sem mais acrescentos, passou a notícia ao candidato a PR Mário Soares e pediu-lhe opinião.
Lesto, o candidato Mário Soares, ripostou:
"É evidente que tudo aquilo foi mal conduzido"

É assim que se manipula a informação e a opinião pública!

Talvez seja ocasião de mudar o slogan do "tudo que passa", para "apenas o que interessa, está na TSF"!

Sobre o candidato, não se deveria perder a oportunidade para lhe fazer lembrar uma outra investigação em que tudo, ao contrário de agora, terá sido muito bem conduzido: o célebre caso do fax de Macau.
Que tal pedir uma opinião sobre isso, ao investigador da época, Rodrigues Maximiano e também ao PGr da época, Cunha Rodrigues? E já agora, - porque não?- também ao sempre presidente Almeida Santos, ele que está sempre pronto a dar opiniões avalizadas.

Publicado por josé 11:01:00  

8 Comments:

  1. Tonibler said...
    Ou seja, josé, o melhor é mesmo fazer o outsourcing disto aos espanhóis porque não há um que se aproveite. É a conclusão.
    Kamikaze (L.P.) said...
    Boa malha, Jose! so faltou referir a qualidade de membro da Comissao de Honra de M Soares por parte de R Maximiano...
    josé said...
    Tobibler:

    V. queria mesmo um Garzon por aqui?!

    Mal por mal, deixemos como está!
    Cavalo Marinho said...
    Na primeira eleição de Soares, havia uma estação de rádio, tão isenta que era, que os seus jornalistas em vez de serem conhecidos por noticiaristas eram conhecidos por notisoaristas!

    É preocupante, de facto, o alastrar da mancha rosa.
    Carlos Monteiro said...
    O PGR é um instrumento da Justiça no seu todo, e deve comportar-se como tal. A decisão última sobre a honorabilidade de alguém é dos tribunais. São eles que falam em último lugar e é deles a última palavra sobre a honorabilidade de alguém. Não é do MP nem do senhor Procurador Geral da Republica, que perdeu tudo o que tinha a perder, e que continua a tentar sobrepor a sua opinião à decisão dos tribunais, manchando assim publicamente a honra de um cidadão.

    É tempo do PGR se calar. De vez.
    Teófilo M. said...
    Pelos vistos, todas as vezes que os magistrados entram em contacto com os socialistas, passam a ser ineptos e parciais, para não dizer outras coisas piores.

    Interessante posição de quem tanto os defende.

    Regista-se...
    Carlos Monteiro said...
    Ao Jusnavegante: O meu caro pode achar isso. Eu posso achar isso. O zé ali da esquina pode achar isso. QUEM NÃO PODE achar isso é quem esteja dentro do sistema judicial português, desde a varredora ao juiz, do procurador ao advogado, todos! Sob pena de estarem a descredibilizar o sistema que mantêm, que os alimenta e que deveria servir-me como cidadão, patrão deles todos.

    E se o sistema que mantêm não é credível, porque eles próprios me dizem que não é credível, só tenho uma opção enquanto patrão: Todos para a rua!
    Carlos Monteiro said...
    Ao teófilo: O que me leva a prestar cada vez mais atenção áqueles que dizem que alguns, andam ao serviço de uns interesses quaisquer, que nada têm a ver com Justiça...

    Mas ainda ando só a prestar atenção. Um dia destes dou-lhe a minha opinião definitiva.

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