também somos dos que jogamos mais no euromilhões...
segunda-feira, outubro 17, 2005
Portugal tem a maior desigualdade entre ricos e pobres
Característica dos países em vias de desenvolvimento nota-se mais no nosso país do que em qualquer outro de toda a União Europeia
Portugal é o país da União Europeia onde há mais desigualdade entre ricos e pobres, uma situação que é característica dos estados em vias de desenvolvimento, segundo dados revelados hoje à agência Lusa pela associação Oikos.
Para assinalar o Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza, na segunda-feira, várias organizações portuguesas vão lançar um apelo para que o país coloque a pobreza e a desigualdade no debate público, deixando de se concentrar apenas na discussão sobre crescimento económico e redução do défice do Estado.
"Portugal é de longe o país da União Europeia (UE) onde os ricos são os mais ricos e os mais pobres são os mais pobres", declarou à Lusa João José Fernandes, responsável do conselho directivo da Oikos - Cooperação e Desenvolvimento.
As 100 maiores fortunas portuguesas representam 17 por cento do Produto Interno Bruto e 20 por cento dos mais ricos controlam 45,9 por cento do rendimento nacional. (...)
in Portugal Diário
Publicado por Manuel 01:54:00
7 Comments:
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É que um grande fosso entre ricos e pobres não é só um síntoma do atraso de um país. É também, e sobretudo, uma causa.
Ainda esta semana se soube que o país com maior racio impostos/PIB é a Suécia. Que por acaso ocupa o terceiro lugar mundial em competitividade.
Mais importante do que preconizar uma redução da despesa pública é defender uma gestão mais eficiente e moral dessa despesa.
Segundo os liberais puros e duros, mesmo os utópicos do tipo blasfemus sapiens, deveria ser o Mercado! O mercado funciona assim como um lugar de encontro entre quem compra e quem vende. Uma feira, portanto.
Em Portugal, há trinta anos, uma horda de iluminados conduzidos por vitais e cunhais, ajudados por outros soares, convenceram a populaça de que o melhor que havia a fazer era desfazer as barracas de feira e entregar o mercado a um único administrador: o Estado de todos! O livre cambismo, nos negócios de risco e de investimento, passou para a gerência dos apontados colectivizadores que achavam então que iriam radicalmente diminuir o fosso entre os que tudo tinham a nada faziam e aqueles que trabalhavam de sol a sol e tudo produziam por uma côdea.
Durante mais de uma dúzia de anos defenderam estoicamente no Parlamento e nos artigos de jornal e campanhas eleitorais que assim é que devia ser e quem dizia o contrário era tolo.
Agora, alguns desses que atacaram o livre cambismo e o desfizeram em nome de balelas, viraram convenientemente o bico ao prego, asegurando o lugar na tribuna de opinião e defendem o oposto ao que então julgavam inevitável e proclamavam: a vitória da sociedade sem classes, mais próspera e sem desníveis pronunciados.
COm o mesmo à vontade que por exemplo achavam dantes ser a Casa do Douro um entreposto do Estado, ou da colectividade em cooperação, defendem agora que deve ser entregue aos livre cambistas.
A desfaçatez, sendo evidente e o logro eventual continuando à espreita, nem isso afasta esses dandies do verbo fácil e ideias pronto-a-vestir. Já se habituaram a mudar de casaca, revirando-lhe o forro, sempre que tal assegura vidinha fácil e parecer chorudo, com o benefício sempre a pingar.
Assim, se temos pobres cada vez mais pobres e ricos cada vez mais ricos, uma
unica conclusão se impôe:
Quem manda na economia, fazendo leis e desfazendo orçamentos anuais, tem andado a fazer o contrário do que apregoa.
Em todos os Orçamentos de Estado se proclama a intenção de melhoria de vida do povo em nome do qual se fazem!
Se a vida piora e poucos enriquecem à custa de muitos, das duas uma:
Ou temos incompetentes a mandar e a orientar as linhas mestras e gerais da Economia, ou somos todos uma cambada de toscos e imbecis que votamos sempre em quem nos engana.
Temo que sobra ainda uma alternativa: temos escolhido, ano após ano, incompetentes e fala-barato que nos enganam sucessivamente prometendo-nos o que sabem não poder cumprir.
Por outras palavras, temos escolhido aldradões. Ainda por outras, o nosso paradigma é o Oliveira da Figueira.
Temos o que merecemos.
com que então "a colectivização"?
A primavera marcelista (1970) possibilitou o "fim da longa noite fascista" em que quem mandava no país eram as tais 30 famiglias.
Com o 25 de Abril depois de umas breves férias no Brasil, passaram para 300,,,
hoje com as correcções da inflacção serão para aí 3000 familias.
A palavra chave para a compreensão do que terá passado chama-se Liberalização, um silogismo que significa aproveitamento indevido dos fundos públicos
investe-se muito do SUJO
e recebe-se ainda mais do... limpo.
O Ovo de Colombo.
No nosso país 12,4% da população activa vive apenas com 374 euros por mês (+600.000 portugueses), e 7,2% destes "activos" estão desempregados; 26,3% dos reformados recebem menos de 200 euros por mês; 79,4% da população activa não terminou o ensino secundário; as 100 maiores fortunas portuguesas representam 17% do PIB – 22,4 mil milhões de euros; 10.800 pessoas têm rendimentos superiores a 816 mil euros anuais; e, o mais grave disto tudo: nos últimos 10 anos estes números não sofreram qualquer alteração.
Curiosamente – ou talvez não - nos últimos 10 anos tivemos como Chefe de Estado o presidente Jorge Sampaio, e quatro (des)governos.
Apesar de já termos uma carga fiscal elevadíssima, a nossa Segurança Social (SS) gasta menos com cada português que os restantes Estados da União Europeia. Em 2001, por exemplo, a SS gastou apenas 56,9% do que habitualmente gastam os nossos parceiros europeus.
Quanto a mim está visto que o nosso sistema está completamente podre.
No estado lastimável em que estão as coisas, continuo sem perceber – digo eu que sou ingénuo - porque é que os nossos governos teimam em persistir defender alguns "direitos adquiridos" que para além de só estarem a agravar a situação, também não primam - em nada - pela moralidade.
É o caso das pensões milionárias que são pagas a muito “boa gente” (normalmente políticos ou gestores públicos) que nunca fizeram nada por as merecer, nem precisam delas para sobreviverem. Servem exclusivamente para levarem uma vida repleta de luxos imerecidos e que não se adequam em nada ao nível geral de vida da maioria esmagadora dos portugueses. Convém não esquecer que estas reformas milionárias são pagas pelos portugueses.
Segundo creio, o sistema nacional de pensões foi criado com o intuito de garantir uma reforma condigna a todos os portugueses e não com o objectivo de pagar reformas milionárias e bilionárias a alguns políticos e gestores públicos.
Não entendo porque é que não se cria um tecto máximo para o valor da pensão que pode ser paga - do tipo, 8 vezes o ordenado mínimo nacional -, pois, suponho, que quem recebe reformas milionárias já deve ter amealhado muito dinheiro durante toda a sua vida, e por isso, nem sequer os afecta receberem “somente” 8 vezes um ordenado mínimo nacional como reforma.
Este tecto no valor das pensões deveria ser aplicado inclusivamente a todos aqueles que já estão a beneficiar delas, pois não pode ser só a «Geração Rasca», e as seguintes, as únicas a serem prejudicadas.
Se há crise, então que seja para todos, igualitariamente.
http://geracao-rasca.blogspot.com