Reformar o mapa autárquico

Faz sentido ter câmaras municipais, assembleias municipais e toda uma máquina administrativa e financeira para um áreas que têm, por exemplo, duas freguesias e 2151 eleitores (este), ou três freguesias e 3216 eleitores (este)? Ou mesmo 6148 eleitores (este)?

Pode o país dar-se a este luxo? Não pode, e até chegou a haver algum sinal do Governo neste sentido. Mas foi só um sinalzinho e nunca mais se ouviu nada.

Publicado por irreflexoes 11:39:00  

5 Comments:

  1. Rui MCB said...
    Mas espero que o critério (por exemplo de redução de municípios e/ou de serviços) não seja EXCLUSIVSAMENTE quantitativo: tipo menos eleitores, menos tribunais ou menos centros de saúde. A acessibilidade aos serviços (física) também deverá ser determinante, entre outros.
    Há também muitos luxos/desperdícios eminentemente urbanos no aparelho do Estado que têm de ser postos em causa, no mínimo no mesmo momento em que se actue sobre o interior do país.
    irreflexoes said...
    Caro Rui,

    A redução de munícipios não implica necessariamente e muito menos obrigatoriamente a redução dos níveis de prestação de serviço público.

    Concordo que é preciso ter bem presente a necessidade de não permitir que, a coberto de uma coisa, se faça a outra.

    Mas é preciso ter noção de que, no interior do pais, temos situações de despovoamento que levam a situações caricatas.

    E se nos Açores, por exemplo, se pode admitir que exista um concelho por ilha, nada justifica que não se possam juntar, por exemplo, Gois e Lousã. Acho eu.

    Até porque hoje em dia a facilidade de deslocação, de integração dos serviços geograficamente dispersos através de aplicações informáticas comuns, etc, é muito maior.

    Por outro lado, permitiria revalorizar o conceito de junta de freguesia, que hoje em dia serve para quase nada.

    Só food for thought, naturalmente. Tudo isto teria de ser estudado ao pormenor.

    E eu sou só um blogger com tempo a menos e ideias a mais :)
    Anónimo said...
    ora bem, a coisa está preta para aqueles novos municípios que aguardam há anos para serem independentes: canas de senhorim, fátima, etc.

    é uma pena pois os respectivos presidentes da junta de freguesia e familiares + amigos já estavam a aguçar o dente para o bolo (do orçamento): eles sabem que para esses gastos há sempre dinheiro.

    e como o bolo é pago por todos nós, há que avançar !
    Rui MCB said...
    Pois é meu caro, estamos largamente de acordo (como aliás se pode verificar pelo aplauso feito no Adufe à coragem de António Costa em falar no assunto aqui há uns meses). Contudo, a questão do "como fazer" é de facto vital.
    A racionalização pode ter algumas externalidades negativas perfeitamente evitáveis se houver um pouco mais de detalhe nas medidas tomadas. Entre a generalização absoluta e o risco da paralizia da abordagem casuistica, tem de ser encontrado um meio termo.

    Enfim, nada que não se resolva com boa informação estatística (sobre a caracterização concelhia/NUTS III quanto ao acesso a serviços públicos) ;-)

    P.S.: Tenho andado meio distraído, mas a alteração à lei elitoral para as autarquias sempre aprovou a criação de executivos camarários unicolor a partir das próximas autárquicas?
    A simplificação da estrutura política do poder autárquico (mesmo ao nível da composição genérica) também poderia dar uma ajuda.
    Anónimo said...
    O problema é que há concelhos com dezenas de milhares de habitantes onde uma pessoa faz poucos Km e demora pouco a chegar à Câmara Municipal, mas há outros, com poucos milhares de habitantes, onde é preciso fazer 20 Km ou mais e demorar uma ou mais horas para se chegar à Câmara Municipal.

    Acho que podem centralizar funções administrativas internas das Câmaras, mas não as funções técnicas que andam e devem andar no terreno e próximo das populações.

    Lá fora a densidade de municípios é idêntica à nossa.

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