O Público, Ricardo Salgado e e as fotos de 'estúdio'

Curiosa a edição do Público de hoje. Ricardo Salgado faz o pleno - primeira página do jornal, e primeira página do suplemento 'económico' - o Dia D. Curiosas também as declarações de Salgado, numa 'entrevista' a Helena Cristina Coelho e João Cândido da Silva, assim como a escolha dos títulos. "Nunca procuramos influenciar" comoveu-me particularmente, como aquela boca de que, ao contrário de outros, o BES nada tem a ver com grupos de Media... De notar, ainda, a revelação da carreira académica secreta de Ricardo Salgado (lendo a entrevista até parece que Cavaco foi 'seu' assistente... e não que Ricardo Salgado foi tão somente seu aluno). Mas, muito mais curiosas são as fotos - em pose de Estado - fotos essas de estúdio (estúdio joão cupertino, pode ler-se lá). Assim, ou o Público/Dia D, foi tão reverente para com Ricardo Salgado que não confiou na capacidade dos seus próprios fotógrafos, sendo preciso recorrer a um de 'estúdio' externo, ou, numa curiosa parcimónia de meios, à falta de fotógrafos, aceitou publicar fotos do portfólio pessoal de Ricardo Salgado. Esta questão pode parecer menor, mas o simples facto de existir diz quase tudo sobre a entrevista. Também diz muito sobre o presente estado do Público.

Publicado por Manuel 17:12:00  

1 Comment:

  1. josé said...
    " Quanto ao professor Cavaco Silva, além de ter sido meu assistente na faculdade(...)."

    Ahahahahahahahahah!

    Curiosamente, a revista DiaD assume um sumário que a torna bem mais interessante que o Expresso, por exemplo, Única incluída.
    A atitude dos entrevistadores é aparentemente de nada deixar de fora. Mas as perguntas são feitas à medida e para que o entrevistado diga o que pretende. E disse.
    Está dito: Portugal caminha a passos largos para uma reverência e um respeitinho que só antes do 25 de Abril era tão notório.
    Depois do 25A, o respeitinho virou-se para os bonzos da esquerda comunista e socialista.

    Comos um país de sabujos, atentos e venerados a quem nos pode dar umas migalhitas de poder e de dinheirinho a mais, para uma casita melhor; um carrito de luxo; umas férias aqui e acolá.

    Volta, ó O´Neill! Volta com os teus versos e fala-nos dos videirinhos do costume!

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